Chieti, também chamada Teatina na região de Abruzzo, é uma pequena cidade com uma grande história, cultura e arte. Fundada sobre uma colina, é uma das mais antigas cidades da Itália. Foi a capital do antigo povo Marrucini, uma tribo existente no século 3 a.C.
Segundo as lendas, Chieti teria sido fundada em 1181 a.C. por Aquiles, o grande heroi da Mitologia Grega, que teria chamado a cidade de Tétis em homenagem à sua mãe. Leia mais sobre Aquiles em meu blog Mitologia grega - Click aqui
Próxima ao Mar Adriático, Monte Maiella e Gran Sasso, a cidade é dividida em Chieti Alta e Chieti Scalo. À medida que se avança sobre a sinuosa estrada que leva até o topo da colina, descortina-se uma deslumbrante visão panorâmica de toda a região.
Praça Emanuele II
Palácio da Justiça
Igreja San Giustino
Interior da Igreja San Giustino
Chieti Alta é a parte mais antiga da cidade. A Praça Emanuele II no centro histórico é o ponto mais elevado e a principal praça de Chieti onde estão a Igreja de San Giustino, a Torre da Igreja, o Palácio da Justiça e o Palazzo Municipal.
Porta principal da igreja e Porta Pescara
A cidade que no passado era cercada por uma muralha com grandes portas, permanece apenas com a Porta Pescara como testemunho da época.
Ipogeo, cidade subterrânea de Chieti
Do período romano restam poucas evidências como o Teatro Romano e antigas fontes de banhos termais. No Museu Arqueológico há valiosas esculturas e estátuas romanas do século 3 a.C.
Além dos restos da civilização romana, uma cidade inteira foi descoberta no subsolo logo abaixo do centro da atual Chieti. No tempo dos romanos foi criada uma complexa rede de reservatórios e túneis subterrâneos para garantir o abastecimento de água na cidade.
Durante a 2a. Guerra Mundial Chieti não foi bombardeada, visto ter sido declarada uma cidade aberta como Roma. A cidade acolheu muitos refugiados das cidades e aldeias próximas e muitos utilizavam esses túneis subterrâneos como abrigo.
Chieti Scalo é a parte nova e mais comercial da cidade conhecida pelos inúmeros universitários que frequentam o campus da universidade e moram nessa parte da cidade. Descendo a colina até o vale, há inúmeros prédios elegantes de construções recentes.
Devido à sua posição na encosta, é uma das cidades da Itália onde há mais ventos. No inverno os ventos trazem a neve e o gelo, mas no verão os ventos amenizam o calor e na primavera trazem a brisa com os cheiros das flores.
Cidade de muitas festas e festivais, todos os anos durante o Natal acontecem na cidade a reconstrução da atmosfera pastoral. A atração principal é um poderoso farol que lança sua luz ao céu sendo visível de vários quilômetros. Essa luz simboliza a estrela de Belém que guiou os magos onde Jesus nasceu.
Em janeiro, durante a Festa de Santo Antonio, uma procissão percorre as estreitas ruas da cidade antiga encenando as tentações sofridas pelo santo. Por ocasião da Festa de San Giustino, vários eventos acontecem na praça e nos bairros da velha cidade, entre eles, a reconstrução histórica com desfile medieval, torneios, apresentações musicais e shows.
Na Festa de Sant'Anna uma pessoa veste um fantoche e durante a execução da dança da Pupa muitos fogos de artificios são queimados partindo do próprio fantoche. A coreografia da dança é realizada de forma a criar um show pirotécnico utilizando elementos cênicos de surpresa.
A Pupa é uma dança muito antiga que remonta aos antigos rituais pagãos de sacrifício humano, ligados às concepções mágico-religiosas que estavam relacionados a aplacar a ira dos deuses, afastar o mal e propiciar a fertilidade da terra. Sendo o fogo utilizado nos rituais de purificação, acredita-se que afasta as influências negativas e traga proteção à comunidade.
Mas é na Páscoa que as tradições de Chieti atraem milhares de turistas. A procissão da Sexta-Feira Santa é uma das mais antigas da Itália e rica em simbolismo. Percebida como uma manifestação cultural que faz parte das tradições da Italia, em breve se tornará um patrimônio do calendário mundial de eventos.
Esta tradição da Páscoa se tornou famosa devido à lenta procissão pelas ruas sinuosas da velha cidade onde objetos simbólicos e imagens desfilam pela cidade seguida por uma orquestra de 100 cantores do coro, violonistas e flaustistas. Faz parte da tradição os "incappucciati", homens com o rosto coberto por um capuz, um traje típico medieval.
A capa é um sinal de humildade e obscuridade, de modo que o rosto não é reconhecido ficando protegido pelo anonimato das boas obras e serve para anular a divisão de classes sociais criando harmonia entre ricos e pobres, educados e ignorantes.
Outro evento tem por objetivo a harmonia entre povos, é a Festa dei popoli que objetiva diminuir a intolerância, o racismo, a xenofobia e os choques entre culturas. O lema da festa é: Juntos por um mundo melhor...