21 dezembro 2012

Greccio, lugar do 1º presépio da história



Greccio é uma antiga cidade sobre as montanhas na região de Lazio, que surgiu junto de um castelo do qual restou apenas a torre que hoje é o campanário da Igreja de San Michele. O charme da antiga cidade medieval está na sua simplicidade tendo destaque na história de São Francisco de Assis. Em vários pontos da cidade há painéis em homenagem ao santo que morou na cidade em seus últimos anos de vida. 






Empoleirado na rocha de uma colina arborizada, o santuário é um dos mais importantes na história da ordem franciscana. A uma distância de 2 km da pequena aldeia, pode-se visitar os dormitórios dos monges e a célula primitiva onde São Francisco dormia.  Uma capela foi construída sobre a rocha onde surgiu o 1º presépio da história. Todos os anos há uma cerimônia em memória desse evento na cidade.







Segundo a tradição, visando desencorajar os peregrinos de aventurar-se numa viagem arriscada à Terra Santa, em dezembro de 1223 São Francisco de Assis criou em Greccio o 1º presépio da história numa gruta próxima à cidade. O povo preparou os círios para iluminar aquela noite e diante da manjedoura cantavam louvores pela celebração do nascimento de Jesus.





Recriando um cenário igual a Belém, ali foi celebrada a Santa Missa de Natal. Após o rito da Eucaristia, sobre a manjedoura uma visão admirável surgiu diante de todos: um menino despertou suavemente de seu sono profundo. E assim o Menino Jesus ressuscitou no coração de muitos que o tinham esquecido e a sua imagem ficou para sempre gravada em suas memórias. 



13 dezembro 2012

Capua, a terra de gladiadores




Cápua é uma cidade próxima a Nápoles, onde o tempo passa devagar. Não há o agito de carros e pessoas nas ruas, mas guarda uma das mais fascinantes histórias do passado. Com muitos palácios e castelos, a cidade é um patrimônio de arte escondido ao longo de percursos menores e pouco conhecidos. 






Porém é imperdível para quem quiser reviver as fortes emoções do período romano e da Idade Média. Situada na curva do rio Volturno, as pontes ligam as duas partes da cidade. No século IV a.C., Cápua era a maior cidade da Itália. 






A antiga ponte, que testemunhou a presença dos romanos em Cápua, era o principal acesso à cidade. A antiga entrada é marcada pelas Torres Frederico II. 
O Castelo de Carlos V foi construído em 1542 para reforçar a defesa da cidade.
 



Piazza dei Giudici

O centro histórico é rico em monumentos e palácios históricos, tal como o Palácio Antignano que é a sede do Museu Campano, o Palácio Ettore Fieramosca com seu bonito portal, o Palazzo Lanza e o Palazzo di Capua.  






O Palazzo del Governatore, o Palazzo della Gran Guardia e a Igreja Matriz compõe a Piazza dei Giudici. Do período antigo resta a Ponte Romana, a Porta Napoli e as Torres de Federico II. 


 

Castelo de Pedras


A chamada Cápua Nova teve início em 856 como capital do Principado longobardo de Capua, que acabou nas mãos dos Normandos em 1059. 

Nessa época foi construído o Castello Principi Normanni ou Castelo de Pedras junto à Sala delle Armi ou Sala das Armas. 

Situado próximo à Piazza Medaglie D'Oro, o nome do castelo deriva das pedras do antigo anfiteatro que foram usadas na construção. 




Igrejas


Embora a cidade seja pequena, há inúmeras igrejas espalhadas por todo lado. Uma delas é a Catedral de Santi Stefano e Agata construída em 856 e reconstruída duas vezes. A Igreja e Convento de Santa Caterina foram construídos em 1383. 

Alguns anos depois, o claustro foi financiado por famílias nobres de Capua, por isso a igreja tem os brasões de armas esculpidos na base das colunas e no interior da igreja. A Igreja e antigo Convento da Anunciação são unidos por uma ponte.

Montevergine é um antigo mosteiro dado aos monges beneditinos, onde funciona um seminário. A Igreja de Santa Maria delle Grazie ou Santella foi construída em 1761 para comemorar o milagre da Virgem que teria terminado o massacre ordenado por Cesare Borgia. Há ainda dezenas de outras igrejas e capelas, que eram das famílias nobres de Capua.


 


Santa Maria Capua Vetere


Na antiga Cápua, hoje chamada Santa Maria Capua Vetere, está um dos anfiteatros mais espetaculares da Itália. 






Projetado para acomodar um grande número de pessoas, antecedeu a construção do Coliseu de Roma, que só foi construído quase 100 anos depois. 







Arqueólogos afirmam que o anfiteatro acomodava 100.000 pessoas. A multidão de espectadores era controlada por um sistema de numeração de ingressos, que visava coincidir com números de porta e por escadas que levavam diretamente para os vários níveis, sendo o mesmo sistema que ainda é utilizado nos estádios esportivos. 






Provavelmente construído nos anos 50 a.C., em toda a estrutura há escadas e rampas, como também elevadores que traziam animais e gladiadores através das câmaras debaixo da arena. Interessante são as pedras da construção cortadas sem os benefícios das máquinas modernas. 





Há uma extensa rede de túneis abaixo do piso do estádio com aberturas retangulares que permitiam entrar a luz do sol para iluminar os corredores. Com complexa alvenaria, o anfiteatro é uma verdadeira maravilha da engenharia.  





Gladiadores de Capua


A antiga Cápua foi a cidade mais importante da Campânia, ligando-se a Roma através da Via Appia, que era a  mais importante das estradas militares da Itália. 

A cidade era próspera, com vinhos, especiarias e ungentos além da fabricação de artefatos de bronze, por isso era considerada uma cidade de opulência, luxo e conforto. 

Em Cápua também estava a Escola de Gladiadores. Muitos escravos eram comprados ou capturados para serem gladiadores e lutar nas arenas para entreter o público. 

Isso fazia parte da política "Panis et Circenses" ou Pão e Circo criada pelos antigos romanos, que consideravam que a comida e diversão para o povo diminuiria a insatisfação popular contra os governantes. Espetáculos sangrentos eram promovidos nas arenas, enquanto o pão era distribuído gratuitamente.




Spartacus

Um desses gladiadores foi Spartacus que tinha sido um soldado romano, mas tendo desertado foi capturado e vendido como escravo. Devido à sua força descomunal, foi levado para a escola de gladiadores de Cápua.

Inteligente e culto, ele se reuniu com outros 200 gladiadores, que também eram escravos, e se revoltaram contra sua vida de miséria e maus tratos. Visando acabar com a revolta, eles foram entrincheirados no alto de penhascos por uma legião de romanos. 

No entanto, usando as videiras, eles fizeram escadas e desceram pela retaguarda atacando a tropa. Uma nova tropa foi enviada levando ursos ferozes, mas Spartacus venceu-os e apoderou de todas as armas e bagagens. 

Ao longo do caminho, outros escravos se juntaram a eles formando um exército de 60.000 rebeldes. Numa tática militar Spartacus seguiu para os Alpes evitando outros confrontos, assim pretendia chegar à Gália e Trácia onde estariam livres. 

Porém os escravos que o acompanhavam passaram a saquear os vilarejos e ainda entraram em confronto com uma tropa. Esse foi um erro irreparável. Os que sobreviveram foram crucificados e deixados ao longo da Via Appia para servir de exemplo aos escravos. 




Guerras Púnicas


Na antiguidade Cápua era aliada de Roma na luta contra Cartago, uma potência da Tunísia que disputava o controle do Mar mediterrâneo. Dessa disputa originaram-se as três Guerras Púnicas que levaram à destruição de Cartago. 

A rivalidade entre Roma e Cartago era antiga e o general cartaginês Amilcar Barca fizera seu filho Anibal com apenas 9 anos jurar ódio eterno e a destruição de Roma.

Anibal cresceu e tornou-se um dos melhores guerreiros de seu exército vencendo várias guerras. No ano 218 resolveu que atacaria o grande Império Romano. Reuniu mais de 100.000 guerreiros com 37 elefantes, transpôs as terras dos Alpes cobertas de neve e chegou até a Itália. 

Venceu várias batalhas e por onde passava destruía legiões romanas, apesar de seu contingente ser menor do que o inimigo. A poderosa Roma que se achava invencível a cada dia perdia muitos de seus soldados e cavalaria. 

Num só dia 50.000 soldados foram mortos no campo de batalha. Era iminente a derrota da soberba rainha das nações e a marcha triunfal de Anibal sobre Roma derrubando sua supremacia. 

No entanto, ao invés de lançar-se sobre a cidade que estava indefesa, Anibal retirou-se para Cápua com sua tropa para descansar apesar das sugestões de seus oficiais que insistiam em prosseguir.  




Delícias de Cápua


Junto de sua tropa Anibal entregou-se à vida ociosa e devassa em Cápua, desfocando de seus objetivos e deixando seus soldados desmotivados. Entregando-se à vida fácil e confortável em Cápua, Anibal cometeu um erro irreparável. 

Ao facilitar o repouso e o relaxamento de seus valentes soldados concedendo-lhes tudo quanto quisessem, julgava que eles adquiririam assim um redobrado vigor, no entanto esse não foi o resultado. De tanto descansar no meio dos prazeres, eles amoleceram e perderam o desejo de vencer. 

Durante esse tempo os romanos reagruparam suas forças e iniciar uma hábil contra-ofensiva, hostilizando a retaguarda africana e cortando-lhe o aprovisionamento. Aníbal jamais chegaria a entrar em Roma. 

Aníbal confiou demais em suas próprias forças e se considerou vitorioso sem ter atingido seu objetivo final. Todas as suas lutas e dificuldades anteriores perdera o sentido. Deste fato histórico surgiu a expressão "As delícias de Cápua" que passou a ser uma frase feita para a atitude de quem com a vitória próxima, esmorece e perde...





19 outubro 2012

Centuripe, um charme na "varanda da Sicilia"




Centuripe é uma pitoresca cidade situada numa região montanhosa da Sicilia, que teve grande importância desde os tempos remotos por sua localização estratégica. 

Chamada de "Varanda da Sicília" oferece uma maravilhosa vista panorâmica de 360 graus de toda a região, especialmente do Monte Etna onde um vulcão fumegante está em constante erupção.






De origem muito antiga, Centuripe contém um dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo do período helenico e romano. 

Roteiro imperdível para quem visita a Sicilia, o lay out da cidade surpreende quando visto em mapas geográficos.


 



Embora o traçado urbano tenha sido feito acompanhando o contorno da montanha, criou uma forma humana. Talvez seja a única cidade do mundo com tal formato.



 
  

Habitada há mais 4000 anos por antigos povos, os gregos viveram nessas montanhas que eles chamavam de Kentoripai. 









Parte das muralhas defensivas ainda cercam a cidade assim como ruínas e sítios arqueológicos que estão espalhados em diversos pontos e nas imediações. 






Dominada por tiranos durante muitos anos, a cidade foi libertada pelos romanos tornando-se uma das mais importantes cidades da Sicília. 







A descoberta de muitas moedas kentoripai evidenciam a riqueza da cidade. Cunhadas em bronze com a cabeça de Zeus ou Júpiter coroado de louros com a inscrição Kento-Ripinon, as moedas eram uma demonstração de prestígio e prosperidade da cidade.



 



Em meados dos anos 1200 a cidade foi invadida e arrasada pelos duques da Suábia; os moradores que não foram mortos fugiram deixando a cidade abandonada por mais de 100 anos. 

Quando ocorreu uma violenta erupção do vulcão Etna em 1408, muitas pessoas provenientes da Catânia buscaram refúgio em Centuripe dando vida a cidade que se expandiu nas áreas rochosas. 

No Museu Arqueológico há inúmeras expressões artísticas em cerâmica trabalhadas em múltiplas cores, além de esculturas e outros fragmentos de sua história. 

Em museus de diversos países há várias peças arqueológicas que foram encontradas em Centuripe.

  

 


Embora a cidade seja pequena, existem várias igrejas. Os principais eventos religiosos estão concentrados na Igreja Matriz construída em 1600. 

Em setembro é celebrada a festa do padroeiro San Prospero que anima a cidade com muitas celebrações, comidas e músicas. 

Na Semana Santa a manifestação de fé leva muitos fieis a percorrer as ruas da cidade. As celebrações encerram no domingo de páscoa. Outro evento de destaque é a Festa de San Giuseppe. 






No alto do Monte Calvário há uma pequena capela que foi construída em 1927 com a ajuda do povo da cidade. 

Todo material da construção foi levado pelas mãos das pessoas que subiram o caminho íngreme até o topo. 






Dentro da igreja há uma pintura de Nossa Senhora e de Jesus Crucificado. Sempre em maio a igreja é aberta aos fieis para a Festa da Exaltação da Cruz. 


 



Durante a Segunda Guerra Mundial, devido aos severos ataques a cidade ficou quase totalmente destruída. 






Ao longo do tempo de restauração pequenas casas foram construídas geminadas, com vários andares e algumas com terraços.



 



Alguns pontos só podem ser acessados caminhando entre muitas ruelas estreitas e escadas. Misturando-se aos antigos prédios, a multiplicidade de cores das novas construções concederam um certo charme à cidade. 
 
 




Centuripe é um local de muito folclore, festas e eventos esportivos. Durante a Sagra dell'arancia rossa além de deliciar o saboroso fruto, nos diversos stands pode-se degustar sucos, tortas e outras iguarias feitas com as laranjas de polpa vermelha. 

As estreitas e sinuosas estradas que dão acesso à cidade são ladeadas por extensos pomares de cítricos, dando-lhes o perfume das delicadas flores de laranjeiras. 




17 outubro 2012

Faenza é sinônimo de vinho e arte






Faenza é uma esplêndida cidade da Emilia Romagna, que se tornou famosa devido à fabricação de finas cerâmicas desde o século 12. Na época do renascimento alcançou grande destaque quando as cerâmicas Faienze ou Faiança passaram a ser distinguidas pela aristocracia na Europa e se tornou conhecida no mundo. 



Esplendor dos deuses

Segundo lendas, Faenza seria o lugar onde etruscos e celtas criaram suas raízes. Na época era chamada Faoentia, com significado em latim "o esplendor entre deuses". 

Colonizada pelos gauleses em 187 a.C., também foi uma próspera colônia agrícola explorada pelos romanos que deram-lhe o nome de Faventia. 





Com a queda do Império Romano e invasões dos bárbaros, a cidade esteve em decadência e só retomou sua prosperidade quando vários senhores feudais chegaram na cidade. Entre eles estava a família Manfredi que governou a cidade por quase dois séculos na Idade Média.





Tomada posteriormente pelos venezianos, foi cedida por 300 anos aos Estados Pontifícios época em que muitas famílias ricas foram atraídas para a cidade onde construíram magnifícas residências, que hoje são atrações turísticas e o charme de Faenza.




O coração da cidade

Em duas praças interligadas estão a maioria dos palácios e monumentos históricos. É o coração da cidade, sede do poder administrativo e religioso da cidade onde são realizados eventos, festas e o mercado de rua que funciona nas manhãs de alguns dias da semana.





Na Piazza della Libertà estão 
a Catedral, a Fonte, a Torre do relógio e o Pórtico dos Ourives.

Na Piazza del Popolo estão 
o Palazzo Comunale ou Câmara Municipal, o Palazzo del Governo, 
a Galeria de Arte Cento Pacifici e o Teatro Masini.





Em um lado da praça, o Palazzo del Capitano del Popolo construído no século 12 atualmente funciona como Prefeitura. Do outro lado, o Palazzo del Podestà construído em 1177 atualmente é usado como espaço cultural multiuso. Os pórticos que levavam ao pátio do palácio, hoje levam à Praça dos Mártires da Liberdade.




Palácios

O Corso Mazzini é uma das ruas que cruzam as duas praças e onde estão a maioria dos palácios históricos construídos entre os séculos 16 e 18. Entre eles está o Palazzo Pistocchi que pertenceu ao famoso arquiteto Giuseppe Pistocchi, que foi construtor e projetista de diversos palácios na cidade. 




Um de seus projetos deu origem ao majestoso Palácio Milzetti considerado uma das mais importantes expressões do neoclássico italiano onde hoje funciona o Museu do Teatro. De incomparável sofisticação e elegância, o grandioso empreendimento tem pinturas e estuques com referências históricas e mitológicas adequadas a cada ambiente.





O Palácio Zauli-Naldi era originalmente o Hotel Leon d'Oro de propriedade dos Manfredi. No século 17 foi comprado por Naldi e depois pela família Zauli. Externamente tem um amplo pórtico chamado de "Loggia della Pagnocca", porque desta varanda a família distribuia o pão para os pobres.




Com dezenas de palácios, cada um com uma característica que o distingue. Entre eles tem destaque o Palazzo Ferniani. Construído no século 13, ele tem uma imagem da Imaculada Conceição.





O Palazzo Caldesi foi construído pela família Mazzini com um grande pátio cercado por varandas. O Palazzo Laderchi na Via Garibaldi pertenceu a uma das famílias mais ricas em Faenza, tendo seu interior decorado com afrescos e um dos mais bonitos salões de festa.



Teatro Masini

Cidade ligada à cultura e arte, o Teatro Masini teve sua construção iniciada em 1780 e ainda hoje mantém o interior original com estátuas de deuses gregos retratando temas mitológicos e da história romana. 


 


O Museu do Teatro mantém uma grande coleção de instrumentos musicais desde o século 15 até século 20, além de antigos trajes, retratos a óleo e instrumentos musicais exóticos. Em Faenza nasceram grandes artistas em todas as épocas e também Laura Pausini, a atual musa da canção italiana.



Portas, muralhas e torres

Devido à restrição de circulação de veículos em algumas áreas, surgiu a paixão pelos passeios de bicicleta. Isso deu origem a diversos roteiros pela cidade e suas imediações permitindo conhecer muito da natureza e da história de Faenza.  Um desses roteiros são as muralhas em torno da cidade que são do período manfrediano.




Erguidas entre 1380 e 1470 com mais de 5 km de comprimento, ao longo do tempo as muralhas foram sendo reduzidas e descontinuadas devido à construção de novas vias de acesso como também pela devastação ocasionada pela Segunda Guerra Mundial. Restam ainda um pouco mais de 3 km das muralhas que continham 35 torres das quais restam 26.

Das cinco grandes portas resta apenas a Porta delle Chiavi ou dell'Ospedale. Nessa porta é mantida a imagem da Virgem das Mercês, que é particularmente venerada em Faenza e esteve presente em todos os portões da cidade. 






Fora do centro histórico a cidade possui casas e prédios modernos, largas avenidas e praças com jardins. Faenza é uma cidade verde e o parque é um oásis perto do centro da cidade com lagos onde pequenos animais criados em cativeiro andam livremente. 

Com muitas aves, patos selvagens, cisnes e uma grande colônia de cegonhas, é um local de divertimento para crianças e também para descansar ou passar uma tarde lendo um livro. Atravessada por caminhos, riachos e com vários bancos, é um dos locais mais agradáveis de Faenza. O Jardim Botânico, ao lado do Museu de Ciência Natural Civic, contém coleções de centenas de plantas nativas da região em 1 km² de área verde pública.




Igrejas

Na cidade há muitas igrejas e prédios religiosos que são da época medieval, entre elas o Complexo da Commenda na Europa, uma das mais antigas hospedarias dos Cavaleiros de Malta e dos peregrinos da Terra Santa.





Ao longo da Piazza della Libertà a Catedral é uma das mais altas expressões de arte na época do renascimento. Construída no final dos anos 1400, a decoração da fachada em mármore permaneceu inacabada. No entanto em seu interior mantém inúmeras obras de arte.

 

Torricelli

Em frente à Igreja de San Francesco há o monumento dedicado a Evangelista Torricelli nascido em Faenza em 1608. Famoso físico e matemático italiano, Torricelli foi discípulo de Galileu. Depois da morte de seu mestre, Torricelli foi nomeado matemático do grão-duque e professor de matemática na academia Florentina. A descoberta do princípio do barômetro perpetuou a sua fama.  




Palio del Niballo

Além de eventos religiosos, há em Faenza muitos eventos esportivos, maratonas, feiras e exposições. Em meados de cada ano sua história é celebrada com a realização de torneios durante o Palio del Niballo que anima os cinco distritos da cidade. Niballo vem da extensão do nome de Annibalo ou Hanibal, nome que o povo de Faenza atribuía ao general cartaginês que devastou a cidade no ano 208 a.C. 





O primeiro registro do Palio de Niballo foi feito em 1410, mas segundo tradição já existia há muitos anos. O objetivo é acertar um disco no braço de um fantoche usando uma lança, que no passado era disputado apenas pelos nobres. À meia-noite, o fantoche feito de papel machê representando o Niballo é queimado no centro da praça.




Ao longo dos séculos seguintes o evento perdeu o seu prestígio sendo retomado em 1959. O desfile em trajes históricos que antecede a competição recria a atmosfera da época Manfrediana. 

Damas, cavaleiros, soldados vestidos com armaduras partem da Piazza del Popolo e chegam ao estádio municipal onde são realizados os torneios. Os Sbandieratori são apreciados principalmente pela elegância, perfeição e ritmo além de suas habilidades de lidar com as bandeiras.

Outro evento relacionado ao Palio del Niballo é a tradicional cerimônia Donazione dei Ceri ou Oferta das velas. Realizado na Catedral durante as celebrações da padroeira Santa Virgem das Mercês, cada vela mede ao longo de 1 metro de comprimento e 10 cm de diâmetro.




La Notte di Bisò

Em janeiro é realizada na Piazza del Popolo "La Notte di Bisò" quando se bebe o Bisò, uma espécie de vinho quente preparado na praça e servido nas canecas de cerâmica. 





Para beber o Bisò deve-se comprar o "gotto" ou a caneca faentina e depois pode-se beber gratuitamente quantas vezes quiser. O nome "Bisò" é derivado do dialeto "Bevi su".  

 

Cerâmica Faiança

Das hábeis mãos dos oleiros de Faenza saem verdadeiras obras de arte que são reconhecidas desde o renascimento. Chamada pelos franceses de Faienze, a bela arte de Faenza tornou a Cerâmica Faiança conhecida em todo mundo. Sua produção é reconhecida mundialmente como um dos momentos mais altos de criatividade artística expressa através da cerâmica.

Há 4000 anos os etruscos já fabricavam vasos esmaltados de grande qualidade. As cerâmicas etruscas, gregas e persas ornamentaram as mansões dos patrícios romanos com suas formas bizarras pintadas com esmaltes vivos e brilhantes. 





Oficinas de Cerâmica

Ceramistas continuaram a trabalhar com velhos sistemas etruscos e gregos durante a Idade Média. Em muitas cidades italianas desenvolveu-se o artesanato bem distinto, cada qual com estilo e técnica própria. Os sistemas de cozimento, de esmaltar, a composição dos vernizes, tudo era mantido em rigoroso segredo. 




Em Faenza há mais de 60 oficinas de cerâmica espalhadas por toda a cidade, onde artesãos e artistas produzem cerâmica DOC de qualidade certificada em diversas formas e decorações, como em pratos, vasos, jarras, terrinas e que embelezam muitas casas. Mantendo viva essa arte, mestres da cerâmica vendem pessoalmente suas peças explicando em detalhes como trabalham.




Escolas de Cerâmica

Alguns ensinam a arte em suas aulas, mas o grande mérito de repassar a tradição de Faenza é creditado às várias escolas. A Escola de Cerâmica de Faenza ganhou tanta celebridade que deu seu nome a todos os objetos de cerâmica que se difundiram pela Europa. A Escola de Desenho e Plástica "Tommaso Minardi" está ativa há mais de 200 anos. Fundada em 1796, prepara crianças e adultos para a cultura, arte e artesanato na mais pura tradição.




Museo Internazionale delle Ceramiche

No MIC - Museo Internazionale delle Ceramiche há peças de todo o mundo e de todas as épocas. Fundado em 1908, o museu tem a maior coleção de cerâmica do mundo. Em setembro e outubro de cada ano, Faenza atrai artistas e colecionadores de todo mundo durante a exposição internacional contemporânea e clássica de arte em cerâmica.




Outras coleções de arte estão no Museu Diocese, na Biblioteca Bendandi Manfredi e na Galleria dei Cento Pacifici que foi construída em 1785 para sediar as reuniões do Poder Judiciário e para conectar ao Teatro. Fundada em 1797, a Galeria Municipal de Arte está dividida em duas galerias de arte antiga e moderna. Contém grande quantidade de mosaicos antigos, esculturas e coleções de pinturas além de uma coleção com 20.000 gravuras.

Atualmente os produtores de vinhos se reúnem no museu para apresentar a nova safra dos vinhos tintos da uva Sangiovese. Realizado em fevereiro, o "Vini ed Arte" atrai especialistas e público oferecendo degustação de vinhos e visitas às vinicolas. As palestras e conversas se concentram em dois temas que os italianos adoram: Vinhos e Arte...




Iguarias e vinhos

A generosa natureza da Romagna fornece muitas frutas, legumes e as preciosas uvas das quais saem os vinhos com reconhecimento DOC e DOCG - Sangiovese, Trebbiano, Pagadebit, Cagnina e Albana. Degustados nos bons restaurantes, são excelentes para acompanhar as massas caseiras.

Típicas de Faenza são as massas tagliatelle, cappelletti, lasanha e strozzapreti com molho de carne. O Strozzapreti, que significa "esgana padre", é um delicioso ragú de carne que tem uma interessante anedota.

Segundo a tradição, as mulheres da Romagna preparavam essa massa caseira para oferecer aos padres da cidade. No entanto, seus maridos anticléricos desejavam que eles engasgassem enquanto se empanturravam comendo a iguaria...