26 outubro 2018

Marsala, onde sempre brilha o sol





Imagine estar num lugar, onde o sol brilha na maior parte do ano. Esse lugar é Marsala, onde o mar e a natureza se misturam harmoniosamente, despertando emoções únicas e inesquecíveis. Situada no extremo oeste da Sicília, Marsala possui longas praias de areia branca, que atraem muitos turistas no verão.





Marsala: mar e praias

O Lido Marakkaibo, Lido Torrazza e Lido Playa Blanca são praias com ampla infraestrutura e por isso são as mais apreciadas. Há também trechos de praia livre, que muitas vezes escondem pequenos recantos desse paraíso. 

Esses são os trechos preferidos por aqueles que desejam fugir da agitação para curtir momentos mais tranquilos e por aqueles que gostam de mergulho ou esportes aquáticos.

Marsala possui paisagens naturais não contaminadas, permitindo deliciosos passeios de barco ao longo da costa ou divertimentos sob pranchas de surfe. 

Uma característica bem conhecida de Marsala é a brisa e o vento, que sopram sobre a cidade e tornam a avenida à beira do mar um local agradável para caminhar e apreciar o mar.  





Centro histórico de Marsala

É o coração da cidade e onde encontram-se grandes praças e belas construções, que podem ser admiradas através de uma pequena caminhada. Os principais monumentos estão dentro do perímetro da cidade medieval, onde também podem ser admiradas as impressionantes ruas pavimentadas em mármore branco.

No passado Marsala foi uma cidade cercada por grandes muralhas, cuja construção foi ordenada pelo Imperador Carlos V. O projeto envolveu a restauração e ampliação de antigas paredes, assim como foram construídos quatro bastiões para criar uma defesa contra ataques de invasores.





Bastione San Francesco

Dos bastiões Santo Antonio e Sant James restam apenas alguns vestígios, mas ainda é possível admirar o Bastione de San Francesco, que atualmente faz parte da Villa Comunale "Felice Cavallotti". 

Após a quase total demolição da muralha, em 1902 foi decidido criar um jardim público enchendo o fosso que cercava as paredes. 

O "Villa", como é comumente chamado por todos em Marsala, possui numerosas espécies de plantas, muitas das quais são únicas e valiosas.

No final da caminhada, o jardim culmina em um esplêndido mirante. Também podem ser admiradas diversas áreas arqueológicas dentro da cidade, que tem sido descobertas através dos anos. 




Bastione Velasco

O Bastione Velasco foi construído em 1563, mas apenas uma parte é visível, pois o restante está escondido por edifícios modernos. 

No parapeito, alguns elementos dos abrigos são visíveis, permitindo que os defensores atirassem enquanto se mantinham protegidos. 

Situado a uma curta distância da Porta Garibaldi, atualmente é um mirante enriquecido por um jardim.




Portas de Marsala

Quatro grandes entradas marcavam os quatro quadrantes da cidade. A Porta Marzara a leste da cidade não existe mais, havendo hoje no local a Piazza di Porta Mazara. 

Da Porta Trapani ao norte da cidade existe apenas alguns vestígios, junto à qual encontra-se um castelo que foi construído em torno do século 12. 




Porta Garibaldi

Atualmente restam apenas a Porta Nuova, a oeste da cidade e a Porta Garibaldi, que é a entrada solene para o centro histórico de Marsala. Construída em 1685, a Porta Garibaldi está voltada para o mar. 

Por esse motivo, antes era chamada Porta di Mare. Posteriormente seu nome alterado como uma homenagem ao herói Giuseppe Garibaldi, que adentrou a cidade com sua tropa em 1680 para libertar a cidade. 





Monumento ai Mille

Junto à marina encontra-se o Monumento ai Mille, erguido em homenagem à expedição de Garibaldi com seus 1.000 voluntários ou Mille Camicie Rosse, que libertaram a Sicília em 1860 da dominação dos Bourbons. Esse foi um passo importante para a Unificação Italiana em 1861, que até então era dividida em diversos reinos.





Monumento dedicado a Giuseppe Garibaldi

Devido ao desembarque de Garibaldi no porto de Marsala, a cidade é considerada como um marco da história italiana. Todos os anos no mês de maio, por uma semana acontecem diversas manifestações que relembram o desembarque de Giuseppe Garibaldi no porto de Marsala.

O monumento foi colocado em 1893 dentro da praça do porto, tendo uma coluna de granito com uma estátua do gênio alado da liberdade. Em 2010 o monumento foi restaurado e colocado na praça Piemonte e Lombardo. A partir dessa praça começa a Via dei Mille, que segue em direção à Porta Garibaldi.





Santuário de Maria Santíssima Addolorata
Igreja della Madonna del Fulmine

Junto à Porta Garibaldi encontra-se o Santuário de Maria Santíssima Addolorata ou Igreja della Madonna del Fulmine ou Nossa Senhora do Raio. 

Segundo contam, a construção dessa igreja está relacionada com um milagre que ocorreu durante uma grande tempestade em 1691. 

Na época muitas pessoas correram para se proteger da chuva debaixo do arco da porta, inclusive um jovem que trazia um cavalo. Assim que um jovem desceu do seu cavalo, um raio caiu mas só atingiu o cavalo. Como debaixo do arco havia a imagem de Nossa Senhora, o evento foi considerado um milagre. Em honra da santa, foi construída a igreja.





Quartiere Spagnolo

Logo depois da Porta Garibaldi encontra-se o Quartiere Spagnolo, um quadrilátero que relembra a ocupação aragonesa entre os séculos 15/16. 

A sede do quartel, usado pelas tropas espanholas em meados de 1500, é atualmente sede do governo. No centro há uma fonte muito bonita e árvores enormes. 





Via Garibaldi

Também ao lado da Porta Garibaldi está o mercado de peixe. Cheia de cores e cheiros, durante o dia oferece a chance de se conhecer a verdadeira Marsala, com seus pescadores e as pessoas, que mesmo falando italiano tem um forte sotaque do lugar. À noite os bares animam a vida noturna na cidade. Com muita animação e alegria, alguns parecem uma discoteca.





Fontana del Vino

Entre os belos monumentos de Marsala tem destaque a Fontana del Vino, uma escultura que dá destaque para o aspecto cultural e social de Marsala: a história do vinho e o trabalho do agricultor. 

O complexo da fonte simboliza a opulência da terra da Sicília e o burro, um elemento fundamental na vida siciliana, símbolo do trabalho.






A Via Garibaldi é cheia de bares, cafés e enotecas, onde pode-se degustar e comprar o famoso vinho Marsala. Chamada de "cidade do vinho", as fábricas históricas de Marsala produzem com paixão e habilidade, excelentes vinhos brancos e tintos, onde é possível marcar uma degustação. 

Saboreado como aperitivo para acompanhar frios e queijos, é servido também como vinho de sobremesa e usado como ingrediente no preparo de receitas culinárias. Entre os muitos sabores de sorvete, há o sabor Marsala, feito com vinho. 






Segundo a tradição, o mercador inglês John Woodhouse de Liverpool estava a bordo de um navio na costa oeste da Sicília, quando uma tempestade repentina forçou o refúgio no porto de Marsala.

Por acaso, ele e seus homens degustaram o vinho local fortificado, o que deixou o comerciante entusiasmado. 

Ao partir da cidade, John Woodhouse levou consigo um lote experimental de 50 barris. Devido ao sucesso na Inglaterra, ele reivindicou o monopólio da oferta, tornando o vinho Marsala famoso em todo o mundo. 





Palazzo Fici

Eleito como símbolo de Marsala, é a sede da Enoteca Municipal, tendo um papel estratégico na promoção da produção vinícola local. Construído no final do século 17 por Giovanni Fici, o palácio é um dos mais belos exemplos da construção privada. 

Com uma magnífica fachada, foi completamente restaurado em 2011. Sua admirável beleza se destaca até mesmo à noite, graças à instalação adequada de um sistema de iluminação.





Piazza della Loggia

Ao chegar à Piazza della Loggia, de um lado está o belo Palazzo VII Aprile, um imponente edifício construído entre os séculos 16/17. Sobre a Loggia dei Pisani acontecia no passado a troca e venda de mercadorias. 

Sede atual do Conselho Municipal, o prédio é uma referência ao episódio de 7 de abril de 1860, quando ocorreu a revolta popular contra os Bourbons, que governavam a cidade. 

Remodelado diversas vezes, a fachada se distingue pelas elegantes arcadas e a torre, que inclui um relógio e um sino, que no passado era usado para convocar o Conselho Cívico. 





Catedral de Marsala

Do outro lado está a Catedral ou Duomo di Marsala, com a sua majestosa fachada barroca. Dedicada a San Tommaso de Canterbury ou São Tomás de Cantuária, a catedral é uma das maiores igrejas da Sicília. 

Segundo contam, a igreja foi construída em 1176 por ordem de Giovanna Plantageneta - rainha da Sicília, como uma forma de redimir a culpa de seu pai Henrique II, acusado de matar o bispo Tomás de Cantuária.






A Catedral é um importante resumo histórico da história de Marsala, marcado por muitas reconstruções. Quase completamente reconstruída a partir de 1600, também passou por uma reestruturação ao longo do século 19, tendo seu projeto original modificado. 

Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1943 um bombardeio causou numerosas vítimas e destruiu muitas obras do centro histórico. Na época chegaram até anunciar que Marsala teria sido varrida do mapa, porém Marsala se reergueu e ainda é possível admirar sua bela arquitetura. Uma peculiaridade da catedral é um órgão com 4317 tubos, um exemplar raro e valioso. 





Museo degli Arazzi Fiamminghi

Atrás da Igreja matriz, numa ruazinha estreita, está o Museo degli Arazzi Fiamminghi ou Museu da Tapeçaria Flamenca. Nele estão oito tapeçarias do secúlo 16, que narram a história da ocupação e destruição de Jerusalém durante a guerra judaico-romana. Em excelente estado de conservação, as tapeçarias que vieram do reino da Espanha, foram doadas para a igreja de Marsala em 1589. 





Ex-igreja do Purgatorio /
Auditorium di Santa Cecilia 

Junto à Catedral também está a Ex-Igreja do Purgatorio. Com sua linda fachada barroca, foi transformada em um auditório para apresentações culturais e artísticas. Sede do Auditorium di Santa Cecilia di Marsala, essa igreja começou a ser construída em 1574, mas só foi consagrada em 1711.

Dedicada a San Sebastiano, protetor contra as pestes, foi restaurada no ano 2000. Seus numerosos afrescos com cenas do velho e do novo testamento são do século 17/18. Em frente à igreja há uma esplêndida fonte barroca.




Complexo San Pietro

Perto da Catedral também encontra-se o Complexo Monumental San Pietro, um centro cultural que funciona junto ao convento beneditino. O convento foi fundado pela nobre senhora Adeodata no ano 595, que obteve a permissão do papa Gregório Magno para transformar sua casa num mosteiro. Assim ela dedicou o complexo a San Pietro e aos mártires Lorenzo, Ermete, Pancrazio, Sebastiano e Agnese. 

No final do século 13, com a chegada dos padres dominicanos em Marsala o mosteiro passou por uma expansão e foi acrescentada a igreja dedicada a San Pietro. 

A linda fachada foi concluída em 1569. De particular beleza é a sua torre quadrada. Graças a um potente sistema de iluminação, ela é claramente visível de diferentes cantos do centro histórico.




Museu Garibaldino

Restaurado em 1998, desde então no Complexo San Pietro funciona a biblioteca municipal e o Museu Cívico de Marsala. 

No Museu Garibaldino há inúmeras relíquias, armas, uniformes e documentos originais, retratos dos voluntários que fizeram a unificação da Itália e, obviamente, objetos e gravuras que aumentam o mito de Garibaldi. 

É também onde existe uma sala de conferências, que se tornou o principal centro de congressos da cidade. 



Pinacoteca Comunale

Outro complexo localizado na Piazza Carmine é composto pelo convento e pela igreja adjacente dedicada à Annunziata. Construído desde 1155 a 1255, a importância do complexo monumental era tal, que deu o nome da Anunciação a um dos quatro quadrantes que compunham Marsala. 

Infelizmente, a torre do sino, que em tempos antigos foi considerada uma das maravilhas do mundo, desmoronou em 1745. Reconstruída em 1748, a cúpula é coberta por azulejos verdes e a escadaria espiral em amarelo. 

Ao longo dos anos o convento foi ampliado e modernizado, sendo atualmente a sede da Pinacoteca Comunale, onde há uma mostra de pintura contemporânea.




Igreja de San Francesco

Embora a cidade seja pequena, existem muitas outras igrejas que podem ser encontradas durante um despretencioso passeio pela cidade. A maioria delas tem origem muito antiga, sendo portanto parte da história de Marsala. 

Uma delas é a Igreja de San Francesco, que consta da lista das fundações franciscanas desde 1334. Só tomou sua forma atual no início do século 18. O imponente portal com a imagem do santo, ricas obras e finos acabamentos, fizeram com que em 1700 fosse considerada a segunda igreja mais importante da cidade. 




Igreja de San Matteo

Outra é a Igreja de San Matteo di Marsala, que remonta ao início do século 14. Segundo escavações arqueológicas a igreja teria sido construída sobre um templo pagão dedicado a Netuno, deus do mar.

Contendo belas pinturas, uma restauração feita no ano 2000 trouxe de volta sua antiga glória e uma antiga imagem de Santa Lucia do século 18. 

Localizada na Via Punica, ainda é possível ver sua cúpula em estilo Bizantino (Arabe-Normanda). Nas imediações também encontra-se a Igreja Madonna delle Grazie. 





Madonna della Cava

A padroeira da cidade é a Madonna della Cava, havendo muitas igrejas espalhadas pela cidade, que são dedicadas a ela.  Segundo à tradição, em 1514 a Santa Virgem teria aparecido em sonho para um padre agostiniano, indicando que deveria cavar uma caverna. 

As obras de escavação começaram em 1518, até que um dos pedreiros encontrou a pequena escultura de mármore de uma santa com uma criança. Em 1607 o conselho da cidade decidiu construir a igreja para uso dos agostinianos que, por mais de 90 anos usaram a caverna como local de culto. 

Em 1788 Madonna della Cava foi proclamada padroeira da cidade, enquanto a igreja foi refeita e ampliada entre 1850 e 1859. Nessa igreja, em 1862 Giuseppe Garibaldi pronunciou solenemente o famoso juramento "Ó Roma ou morte!" 

Porém durante a Segunda Guerra Mundial, a igreja foi destruída por um bombardeio. Depois da guerra, dificuldades burocráticas, financeiras e técnicas impediram sua reconstrução, por isso atualmente apenas a caverna e algumas salas subterrâneas recentemente restauradas permanecem do antigo complexo. 

Todos os anos, em janeiro, é realizada a festa da santa padroeira da cidade, que é especialmente invocada para proteção contra os perigos e catástrofes. Segundo os marsaleses, sob a proteção da santa a cidade sobreviveu aos terremotos que abalaram a cidade em 1726, 1794, 1828 e 1925.





Igreja San Giovanni

Outra igreja interessante é dedicada a San Giovanni. Embora a construção seja muito simples, ela tem valor histórico. Segundo a tradição, a igreja que existia desde o século 12 foi demolida em 1554. 

Porém devido aos protestos, foi reconstruída alguns anos depois. Restaurações recentes permitiram a recuperação do piso de cerâmica feito no século 17. 

A igreja foi construída originalmente sobre uma caverna perto de uma nascente, que foi considerada essencial para a escolha em 397 a.C., do local para a fundação da cidade. 

Essa caverna sempre foi considerada a casa da Sibila Cumana ou Sicula, por isso essa igreja tornou-se um dos destinos favoritos de viajantes que chegavam na cidade.





Grotta della Sibila

Localizada a quase 5 metros abaixo do nível da igreja, a caverna consiste em três ambientes. Personagem da mitologia greco-romana, as Sibilas eram mulheres que possuíam poderes proféticos sob inspiração de Apolo. Os ambientes hipógeos parecem ter sido usados como local de culto para rituais relacionados ao uso da água.

A fonte de água, que serve um tanque quadrado no ambiente circular central, deve ter sido muito importante na antiguidade para o abastecimento de água. Bem em frente à nascente há um nicho esculpido na rocha, onde há uma valiosa estátua de mármore de alabastro de São João Batista. Segundo a lenda, uma escavação na rocha servia como cama para a  Sibila descansar.





Parque Arqueológico Lilibeo

Localizado numa extensa área, o parque atrai a atenção de quem aprecia a história. Margeada por um longo calçadão, muitas pessoas usam essa via para andar, correr ou admirar toda a costa. É também o acesso para o Museu Baglio Anselmi em frente ao mar.

Composto por edifícios abertos para um grande pátio interno, os espaços expositivos do museu são os dois grandes armazéns. No pátio interno há um ensaio de escavação que trouxe à luz um túmulo, um forno e paredes, que documentam a notável frequência da área desde o século 4.





Museu Baglio Anselmi 

O museu exibe o naufrágio de um navio púnico e ilustra a história do Lilybaeum e do território historicamente ligado a ele, desde a pré-história até a Idade Média. Os restos do barco histórico, que remonta a meados do século 3 a.C. Durante a 1ª Guerra Púnica, representou a razão determinante para a construção do museu. 

Também permitiu conhecer o sistema de construção naval dos cartagineses, chamados pelos romanos de púnicos, que haviam despertado maravilhas na antiguidade para a velocidade de construção da pré-fabricação no local. 

Cada eixo do navio púnico tem gravado um símbolo do alfabeto fenício-púnico, o que permitia a rápida montagem do casco. Porém, apenas a parte traseira do navio naufragado foi recuperada. 

A partir desses dados, foi possível calcular que o navio tinha 35 metros x 4 metros de largura e pesava 120 toneladas. Por ser um navio estreito, arqueólogos concluíram tratar-se de um navio de combate a remo.





Museu Baglio Anselmi 

Desde 2005, o Museu foi embelezado pela exposição da Venus Callipigia, uma estátua esculpida em um único bloco de mármore cristalino. De provável origem ródio-asiática, foi encontrada sem cabeça perto da Igreja de São João Batista durante uma campanha de escavações. 

A estátua, que na sua totalidade mede cerca de 1,70 m de altura, retrata a deusa Vênus de acordo com o tipo de Afrodite (Callipigia = "nádegas bonitas"). A figura feminina nua com roupas muito drapeadas deixam as nádegas descobertas. 

O trabalho realça as características do mito de Afrodite, sublinhado pelos  belos seios e parte inferior das costas, evocativa da beleza e da fertilidade, reproduzindo os sinais da famosa Vênus Landolina, venerada em Siracusa. Por esta razão, acredita-se que a estátua é uma cópia romana do século 1 ou 2.





Cine Impero

Situada na área do parque arqueológico, a arena de cinema construída em 1920 com capacidade para 600 espectadores e tela de alvenaria recebeu na época o nome de "Arena Roma". Alguns anos depois foi transformada em sala de cinema, quando passou a ser chamada "Cinema Impero". 

Em 1956 o cinema foi ampliado para receber 1200 espectadores e assumiu sua aparência atual, porém o surgimento da televisão obrigou seu fechamento. Hoje o Teatro Impero é palco apenas para atividades culturais e artísticas. 





Insula Romana

No ano 250 a.C. Lilybeo passou para os romanos, época em que a cidade viveu um de seus maiores apogeus. Nessa época a cidade ganhou muitas vilas e prédios públicos, tendo sido inclusive denominada por Cícero como "Splendidissima Urbs". 

Percorrendo a orla de Capo Boeo, restos de uma antiga vila romana do século 2 e belos mosaicos ainda podem ser vistos. Quando os árabes conquistaram a cidade no século 9, a cidade foi transformada no principal ponto de contato comercial do Império Árabe com o mundo Ocidental. Foi nessa época que a cidade passou a ser chamada Marsa Allah (Porto de Alá ou Porto de Deus).





Laguna de Stagnone

Outro lugar mágico é a Reserva da Laguna de Stagnone, que tem uma paisagem natural de rara beleza, cores e perfumes. É o maior lago da Sicília, caracterizado por águas muito rasas. O ritmo lento das ondas do mar gentilmente embala os pequenos barcos de pesca. 





Ilha Mozia

O cenário encantador de Stagnone também permite mergulhar em uma dimensão fora do tempo. Para os amantes da história e da arqueologia, a Ilha de Mozia é um lugar extraordinário para apreciar um museu arqueológico ao ar livre, onde a natureza e a história se misturam.

Historiadores traçaram as origens de Marsala desde o século 8 a.C., quando os navegadores fenícios vindos da costa do mar Egeu desembarcaram na ilha de Mozia ou Mothia. 

Devido à sua posição geográfica, a Sicília sempre foi alvo de muitas invasões, ataques e dominação estrangeira. Fenícios, gregos, romanos, vândalos estiveram ali, assim como espanhóis, árabes e normandos, dos quais restaram muitos vestígios e se transformaram na grandeza histórica e artística de Marsala.






A ilha é um verdadeiro museu a céu aberto. Amplamente fortificada e usada como posto militar pelos fenícios, após a completa destruição da ilha pelo tirano de Siracusa em 397 a.C., os sobreviventes cartagineses e fenícios desistiram da ideia de reconstruir a cidade-ilha. Assim nasceu Lilybeo no continente, que significa "cidade que olha para a Líbia", já que toda a costa norte da África era chamada de Líbia. 

A Reserva inclui outras ilhas: Isola Grande ou Lunga, Schola e Santa Maria. Nesse local há numerosas espécies de peixes e crustáceos, assim como vegetação luxuriante, típica dos pântanos salgados do Mediterrâneo. Em algumas épocas do ano, diferentes espécies de aves migratórias fazem seus ninhos e param durante suas migrações. 





Isola Grande

Imperdível é a Isola Grande, que pode ser visitada andando sobre as águas baixas, podendo ser alcançada a partir da costa da Ilha Mozia. Embora seja uma experiência muito especial e relaxante, se a maré estiver alta ou o mar estiver agitado, não é uma boa ideia visitar a ilha a pé. 

Na entrada estão alguns edifícios em ruínas, onde o sal era processado. De fato, no século 7 a.C. essa ilha era uma importante salina da época dos fenícios. Acredita-se que existissem 5 ilhotas muito próximas e, com o tempo e a produção de sal, elas se tornaram uma só.





Via del Sale

Um dos símbolos de Marsala são os inúmeros moinhos de vento que estão espalhados ao longo da Via del Sale, entre Trapani, Paceco e Marsala. Eles são a atração turística da região e alguns estão sendo restaurados para funcionarem como museus, um projeto turístico e cultural, que nasceu com a intenção de promover essa área costeira da Sicília.






No museu estão preservadas as antigas ferramentas e fotografias de um trabalho, que se adaptou ao tempo das novas tecnologias. Dentro das paredes de pedra, pisos de terracota e antigas portas, os artefatos originais em exposição são acompanhados de vários painéis que falam de todo o processo de extração do sal.






A história das salinas de Trapani remonta aos fenícios, que tornaram Trapani conhecida em toda a Europa. Aproveitando o mar com alto grau de salinidade, o calor do sol e a energia do vento, os fenícios aproveitaram os recursos naturais em abundância nessa região para torná-la uma de suas principais colônias. 

Por serem grandes comerciantes e bons marinheiros, na época os fenícios mantiveram o monopólio do sal, considerado na época o "ouro branco" por ser indispensável para a preservação de carnes e peixes.