02 setembro 2011

Asti, o paraiso das trufas brancas



Asti, no Piemonte, era conhecida como a cidade das 100 torres das quais várias ainda permanecem dentro das muralhas da cidade velha. As mais conhecidas são a Torre do Comentini, a Torre de Regibus, Torre Troyana e a antiga Rossa di San Secondo, construída durante o reinado do imperador romano Augusto.








A cidade tem origem muito antiga e em Asti viviam os Celtas até serem derrotados pelos romanos em 174 a.C. É conhecida também por suas inúmeras igrejas antigas que são verdadeiras obras de arte. Há uma sinagoga e um museu que descreve a história da comunidade judaica de Asti, cuja presença está documentada desde 812.







A cidade faz parte do Monferrato, uma região montanhosa no centro do Piemonte onde são produzidos um dos melhores vinhos da Itália; o vinho Asti Spumante é o mais famoso. Tipicamente doce e com baixo teor de álcool, é produzido exclusivamente a partir da uva moscatel, único no seu gênero, derivado de uma técnica inventada e aperfeiçoada no Piemonte que permite ao vinho conservar o aroma característico de uva fresca. São vinhos para serem consumidos ainda jovens, de preferência até o ano seguinte. Assim é possível apreciar o aroma do Moscato Bianco na sua completa intensidade tipica.




De outubro a dezembro, Asti se torna o paraiso dos gourmands durante a temporada da trufa branca. A trufa é um fungo muito similar a uma batata que vive no subsolo em simbiose com a raiz da árvore hospedeira, como aveleiras e salgueiros. Nas montanhas de Asti estão as melhores trufas, que é privilegiada em seu sabor e aroma, tornando o Festival de trufas um grande sucesso.

As delicadas condições climáticas e do terreno que tornam possível seu crescimento, fazem da trufa branca um fruto raro e muito procurado, que se desenvolvem só uma vez por ano, de setembro a meados de dezembro. Como não podem ser cultivadas, a caça às trufas são feitas com cães devidamente adestrados e por caçadores com larga experiência no assunto.

O preço, a despeito de seu refinamento e singulares aromas, obedece a lei de oferta e procura, mas principalmente, a dificuldade e estratégias guardadas a sete chaves para encontrá-las. Chega a custar 11 euros por grama. Recentemente uma única trufa branca da região de Asti foi leiloada por 6.500 Euros.

A trufa branca exige um cortador específico, com lâminas ultrafinas. Quanto mais fina for cortada, mais sabor vai liberar. O ideal é deixá-la com a espessura de uma folha de papel. Combina com massas, risotos e ovo frito. O prato predileto dos "experts" é o ovo "all'occhio di bue", pois reúne a simplicidade do ovo e a exuberância da trufa branca fresca.

Em cada época floresceram lendas de vários tipos, enquanto os eruditos se empenhavam em descobrir sua origem ou a decantar suas qualidades. Para os Gregos a trufa era um fruto tão precioso que merecia a cidadania de quem inventava novas receitas. Plutarco criou a hipótese que a trufa nascia da combinação de água, calor e raios e todo o mundo antigo lhe atribuía excepcionais poderes afrodisíacos.

Durante a Idade Média, por não haver conhecimento suficiente sobre a trufa, muitos chegavam a acreditar que era o alimento do diabo ou dos bruxos/feiticeiros, uma vez que se achavam apenas enterrados a 60cm da superfície e eram difíceis de serem encontradas.










Um dos eventos mais famosos é o famoso Palio di Asti, que relembra a vitória numa batalha durante a Idade Média. É o Palio mais antigo registrado na Itália, sendo precedido por um cortejo medieval pela cidade velha. O próximo Palio di Asti será de 11 a 19 setembro 2011 com uma extensa programação.




Os deliciosos vinhos de Asti podem ser degustados durante a semana de exposição de vinhos que se realiza em conjunto ao Palio de Asti, o Festival delle Sagre. Durante o festival, a maioria das cidades na província de Asti se reúnem em uma grande praça chamada "Campo del Palio" onde há comidas típícas e vinhos. No domingo do Sagre todas as cidades envolvidas realizam um desfile com carros alegóricos retratando a agricultura tradicional e resgatando antigas tradições e costumes de época do ano 900.







5 comentários:

  1. Cedo ou tarde vou visitar Asti. Vou me maravilhar em ver de perto as muitas torres e me embebedar com os vinhos. Só não vou gastar meus suados euros com tartufos: não como de jeito nenhum.
    :)

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  2. Olá Allan: Os vinhos de Asti são incrivelmente deliciosos e tartufos não são lá grande coisa. Concordo com você. Obrigado por sua visita e seu comentário. Abraço. Lucia

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  3. Nesse ano (2011)fui visitar Asti, cheguei exatamente no festival delle sagre,aproveitei o sábado e o desfile do domingo..tudo maravilhoso,infelizmente como fui pra conhecer outras cidades,no período do palio estava fora..Já no ano (2013) tive a oportunidade de prestigiar o palio..fiquei encantada,pena que na corrida houve um acidente horrivel e o cavalo morreu na pista.Enfim,apesar desse episódio,tudo foi maravilhoso e a noite ainda deu pra ir ao jantar do douja d'or,pagando baratíssimo por uma entrada,prato principal e sobremesa preparados por um dos melhores restaurantes..Quem tiver oportunidade,ir conhecer Asti,vale muito a pena..:)

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  4. Oi Elen Oliveira, trabalho com Deficiência Intelectual. E quero estar indo conhecer em Asti o Hotel gerenciado por pessoas com Síndrome de down. Estou na dúvida onde tem aeroporto mais próximo, se consigo sair do Brasil pra uma cidade mais próxima. VC poderia me orientar. Solange

    Rocha. Face SolangeDarocharocha

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  5. é meu sonho de conhece a italia e a cidade de meu avo são muito lindo a cidade asti e piemonte um dia chego lá em de jesus . mais meu medo é de não querer volta pra esse ninho de rato que é brasil

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Agradeço por sua visita e seus comentários