19 abril 2012

Brindisi, a porta do Oriente





Brindisi é uma das mais bonitas e charmosas cidades da península salentina ou "Tacco dello Stivale", na região da Puglia. De origem muito antiga que remonta a tempos pré-romanos, sua história está intimamente ligada ao seu porto e mar. 





Porto de Brindisi


Brindisi é o porto de saída para quem vai para a Grécia e outros países do Oriente Médio, por isso a cidade é chamada de "Porta do Oriente". 

O nome latino da cidade Brundisium, deriva do grego Brentesion que significa "Cabeça de Veado", que faz referência ao formato do seu porto. 

Marcada pela influência de gregos e romanos que no passado dominaram a região, diz a tradição que a cidade foi fundada por Diomedes, o lendário herói da Mitologia Grega. 

Conquistada pelos romanos, tornou-se o principal porto no Mar Adriático. A antiga estrada romana Via Appia começava em Roma e terminava em Brindisi. Comerciantes, cavaleiros e peregrinos que iam para a Terra Santa passavam por sse porto. 





Do monumento em forma de leme de um navio, dedicado aos Marinheiros Italianos mortos na 1a. Grande Guerra, tem-se uma magnífica vista panorâmica de Brindisi. Muitos consideram ser o melhor e o mais belo porto do do mundo. 





Castelo Alfonsino

evido à estranha forma do porto que envolve a cidade, muitas fortificações militares foram construídas através dos tempos junto ao porto.  Na entrada do porto situa-se o Castelo Alfonsino conhecido como Castelo Aragonês ou Castelo do mar. 






Também conhecido como Castello Rosso, por causa da cor vermelhão de suas pedras, o castelo está localizado na Ilha de Sant'Andrea. Sua construção foi iniciada em fevereiro de 1481 por Ferrante d'Aragona, que mandou construir uma torre para proteger o porto.






Alguns anos depois, Afonso d'Aragona transformou o primeiro núcleo defensivo num verdadeiro castelo. A construção abraçada pelo mar, no passado existia uma uma abadia beneditina dedicada a Santo André, que desapareceu no no século XV. 






O Castello Svevo é conhecido como Castelo Grande ou Castelo de terra. Foi construído em 1227 por Frederico II como uma residência fortificada posicionada para defender o porto de Brindisi. 

Em sua construção foram usados os materiais provenientes das antigas muralhas da cidade e monumentos públicos em ruínas. Esteve abandonado até ser transformado em uma prisão em 1813 e desde 1909 é usado pela Marinha.






As colunas romanas são o símbolo da cidade de Brindisi e, apesar de serem conhecidas como o final da Via Appia, na verdade elas eram um ponto de referência para os marinheiros da época. A Via Appia Nuova foi construída quase paralela à original, sendo que alguns pontos da antiga estrada ainda são usados.

Na Idade Média, quando os turcos dominavam a região sagrada para os cristãos e impediam a peregrinação dos europeus, foi criada a Ordem dos Cavaleiros Templários que tiveram importante participação militar nos combates das Cruzadas. 






Do porto de Brindisi, partiam muitos cavaleiros das Cruzadas para libertar a Terra Santa do domínio muçulmano, o que deu destaque à cidade. Durante quase dois séculos a Ordem foi a maior organização militar-religiosa do mundo, mas as seguidas derrotas das Cruzadas no século 13 comprometeram seus objetivos. 

Além disso, o monarca da França Felipe IV se engajou em campanhas em troca de benefícios políticos. Propôs ao arcebispo Beltrand de Gouth de usar sua influência para torná-lo papa e em troca o arcebispo se comprometeu em exterminar a Ordem dos Templários.






Beltrand de Gouth tornou-se o Papa Clemente V em 1305 e iniciou o processo inquisitório contra os Templários que se estendeu por vários anos sob torturas e diversas acusações. Jacques de Molay, o último Grão-Mestre da Ordem, e inúmeros outros foram condenados e levados à fogueira da Inquisição.

Diz uma lenda que, agonizante em meio às chamas, o líder dos Templários amaldiçoou o Papa Clemente V dizendo que ele morreria dentro de 40 dias e o monarca Felipe IV teria menos de um ano de vida.  

Inexplicavelmente o Papa morreu 33 dias depois e o rei em 8 meses devido a um derrame cerebral. Atualmente, a Ordem Rosa Cruz e a Maçonaria se consideram ascendentes diretos dos Cavaleiros Templários.





Pórtico dos Cavaleiros Templários





Igreja de Santa Maria del Casale

Na Igreja de Santa Maria del Casale instalou-se o tribunal para julgar a Ordem dos Cavaleiros Templários em 1310. A memória daquela época é representada pelo Pórtico dos Cavaleiros Templários na Praça Duomo.

Apesar do nome dado ao pórtico, na realidade era a loggia do palácio do bispo e hoje funciona como entrada para o Museu Arqueológico Provinciale Ribezzo. 

Em vários andares o museu expõe cerca de 3000 esculturas de bronze e fragmentos em estilo grego helenístico, estatuetas de terracota do século 7, estátuas romanas e outros documentos.






A história de Brindisi aparece em vários prédios, palácios, igrejas e monumentos que recontam um pouco do esplendor do seu passado, tais como o Palazzo Dionisi, o antigo Hotel Internacional, o prédio onde hoje funciona a Casa do turista e o Palazzo Montenegro que é a atual residência do prefeito.






Na Praça Duomo está a Catedral de São João Batista construída entre 1089 - 1143 e o Seminário de Brindisi que foi fundado em 1798 onde está uma biblioteca com mais de 100.000 livros, algumas obras raras e um extenso arquivo de manuscritos do século 16.






Em outros pontos da cidade estão a Igreja Cristo dos dominicanos, Igreja de San Benedetto, Igreja de San Giovanni al Sepolcro, Igreja de Santa Lucia, Igreja de Santa Maria degli Angeli, Igreja de São Miguel Arcanjo com sua torre de azulejos e outras igrejas menores.






O centro histórico de Brindisi está confinado dentro das muralhas onde festivais e eventos culturais de todos os tipos enriquecem o ambiente Salentino, combinados com a deliciosa comida recheada de tradições. 






Significativo em Brindisi é o culto ao Tarantismo que combina tradição pagã e cristã. No passado acreditava-se que a picada da tarântula Lycosa provocava histeria, fazendo com que as pessoas dançassem continuamente até passar o efeito, ao som frenético do pandeiro, violino, bandolim, guitarra e acordeon. 

A música e a dança se tornaram populares e exerce um fascínio irresistível durante os festivais. Também originou a dança da Pizzica, uma variação da tarantela muito popular na região da Puglia.



Um comentário:

  1. Excelente essa matéria, vou para Brindsi a turismo e foi de extrema importância e ajuda conhecer os principais pontos turísticos desse lugar maravilhoso! Obrigada.

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