15 outubro 2017

Verona 4: bela e surpreendente




Catedral de Verona

Passando pela Ponte Garibaldi chega-se na Catedral de Verona. Dedicada a Santa Maria Assunta, na verdade a igreja é um complexo arquitetônico que engloba as igrejas de San Giovanni in Fonte e Santa Elena, o claustro canônico, a biblioteca Capitular, o museu canônico e o bispado.

As primeiras construções nessa área tiveram início no século 4. Devido à rápida difusão do cristianismo, fez-se necessário ampliar as igrejas que acabaram sendo sobrepostas sobre velhas construções.



 



Surgia assim a Igreja Santa Maria Matricolare. Porém um terremoto em 1117 destruiu a igreja, época em que foi reconstruída para restituir a fachada original. 






Ao longo dos séculos, a fachada sofreu alterações e adições, assim como foram adicionadas as torres góticas e alguns elementos decorativos barrocos.






O interior tem uma grande opulência. Nas paredes, com um ciclo de afrescos Falconetto criou um espaço virtual de pináculos, arcos e nichos. Para completar o efeito visual, há dois órgãos barrocos gigantes nas laterais. Entre as muitas pinturas que adornam as capelas laterais, destaca-se uma tela do mestre Tiziano.





Basílica de Santa Anastasia

A poucos metros da catedral está a Basílica de Santa Anastasia, que é uma das igrejas maiores e mais bonitas de Verona. Com sua torre sineira e seu estilo gótico, ela se destaca às margens do rio. 

Construída entre 1290 e 1481, apesar de ter um lindo portal a fachada permaneceu inacabada. No interior há lindos altares e capelas decoradas com obras de arte.






Graças à sua excelente acústica, muitas vezes hospeda concertos de música sagrada. Na entrada da igreja existem duas esculturas enormes,  sobre as quais existem reservatórios de água. 

Segundo uma tradição antiga, simbolicamente representam a população de Verona, empobrecida e esmagada sob o peso dos impostos impostos para tentar completar o ambicioso projeto.

Ao lado encontra-se outra igreja menor dedicada a San Pietro Martire. Também conhecida como Igreja San Giorgetto, é uma das igrejas mais antigas de Verona. Foi construída no século 14, por isso as pinturas do seu interior estão bastante danificadas pela passagem do tempo.





Museu Miniscalchi Erizzo

Quase escondido na Via San Mamaso está uma interessante coleção de cerâmicas, esculturas, armas, materiais arqueológicos, moedas antigas. Localizado perto da Catedral, esse belíssimo palácio foi a residência de Marie Louise, segunda esposa de Napoleão Bonaparte. 

A fachada do palácio foi construída como se fosse um teatro.  Erguido no século 15 e reformado em 1880, no interior há muitos afrescos. O museu foi aberto em 1990 depois de muitos anos de restauração do prédio. Nas salas do piso térreo existem exposições temporárias. 

Cada quarto tem sua própria área temática, incluindo aqueles coletados arqueológica, os mestres do século 16 e coleções históricas e artísticas. Durante a visita pode-se admirar os salões do palácio, a pequena capela da casa e a antiga biblioteca.





Museu da Ópera Lírica

Nessa área também pode ser encontrada a Galeria de Arte Moderna Achille Forti e o Museu da Ópera Lírica, onde há uma ampla exposição de fotografias, audio, partituras, cenários e vestimentas usadas nas óperas.

Todo arquivo faz parte da Fundação da Arena e do Archivio Storico. Com sede no Palazzo Forti, esse é o unico museu do mundo dedicado à ópera lírica. Em 1937 o último descendente da família doou o palácio para a cidade.





Porta Borsari

Seguindo o Corso Borsari chega-se à Porta Borsari, uma antiga entrada da cidade onde há inscrições do ano 265. Na época romana era chamada Porta Jovia, devido a um templo dedicado a Júpiter que havia nas proximidades. 

Depois passou a ser chamada Porta Borsari devido aos coletores de impostos que recolhiam os impostos dos transeuntes que entravam e saiam da cidade por essa porta.

Localizada entre o Corso Borsari e Corso Cavour, na época romana a Porta Borsari era a principal entrada de Verona para quem chegava através da antiga Via romana Postumia, que fazia a ligação entre Veneza e Gênova. 

Naquela época, os portões de entrada da cidade eram verdadeiras fortalezas com torres-vigia e um pátio interior. Hoje é visível apenas a fachada e a decoração adicionada à Idade imperial. Uma inscrição nessa porta remonta ao tempo do Imperador Galienus.




Palazzo Canossa

O Corso Cavour foi no passado o endereço da aristocracia, por isso nessa rua estão os mais belos palácios de Verona. Um deles é o Palazzo Canossa, um célebre palácio privado considerado uma obra-prima da cidade, que foi construído em 1527 para servir de residência para a nobre família dos Marqueses de Canossa. 

A família Canossa detinha em seu palácio ricas coleções de obras de arte, tendo chamado pintores como Paolo Veronese e Battista del Moro para decorar o palácio. Devido à sua beleza, em 1822 foi a sede do célebre Congresso de Verona, no qual participaram quase todos os Estados da Europa.

Também hospedou importantes figuras históricas, como o Czar Alexandre I da Rússia, o Imperador Francisco I da Áustria e Napoleão Bonaparte. Porém durante a Segunda Guerra Mundial o palácio teve algumas partes destruídas e algumas obras de arte foram perdidas.





Palazzo Carlotti

Também no Corso Cavour encontra-se o Palazzo Carlotti, que foi construído entre 1666/1698 para servir de residência para a família Carlotti. Incorporado com outros palácios que existiam no local, a obra foi supervisionada diretamente por Gerolamo Carlotti.

Quase 100 anos depois a fachada precisou ser refeita. Por isso em 1777 o palácio passou por uma reforma, mas manteve as salas decoradas com pinturas e afrescos. Atualmente o palácio é uma das sedes do Museu de História Natural. Outro palácio de destaque no Corso Cavour, dentre muitos é o Palazzo Portalupi, que hospeda o Banco d'Italia. 





Palazzo Bevilacqua

Outro é o belo Palazzo Bevilacqua, que foi construído em 1530 pela nobre família Bevilacqua. Embora tivessem outros imóveis, esse palácio teve mais destaque por ter sido projetado pelo arquiteto Michele Sammicheli  em torno de 1530.

Durante muitos anos o Conde Marco Bevilacqua manteve uma coleção de obras de arte, inclusive com obras de artistas famosos como Orbetto e Tintoretto. Sendo um dos palácios mais belos e mais ricos da cidade, algumas obras foram transferidas para o Museu Castelvecchio e outras estão no Museu Louvre de Paris.





Igreja dos Santos Teuteria e Tosca

Próximo à Porta Borsari, escondida em meios aos becos, está a Igreja delle Sante Teuteria e Tosca ou Santos Apostolos, que é considerada a igreja mais antiga do Veneto. 

Consagrada no ano de 751, a igreja foi reconstruída em 1160, pouco depois que os corpos dos santos foram encontrados em um arco de mármore dentro da igreja.

A partir de 1335 se tornou a capela dos mausoléus da Família Bevilacqua. Tendo passado por diversas transformações ao longo dos séculos, em 1913 passou por um processo de restauração, que trouxe à luz suas estruturas originais e mosaicos romanos do século 4.




Nessas imediações também estão diversas igrejas menores, tal como a ex-Igreja de San Pietro in Monastero, que embora esteja sempre fechada apresenta belas esculturas na fachada.

Em algumas ocasiões no local acontecem palestras, apresentações musicais e exposições de artes. Outras igrejas são: Sant'Eufemia, San Giovanni in Foro e San Lorenzo, que tem a entrada pelo Corso Cavour.

Verona é assim: uma deliciosa combinação de história, cultura, arte, romantismo e boa gastronomia, sendo o Corso Borsari um deleite para os turistas admirarem as belas vitrines das pasticerias e bares de vinhos seculares.





Existem também charmosos restaurantes escondidos como romances secretos em cada canto da cidade.Um deles é o Ristorante Pizzeria San Matteo.

Situado num beco próximo à Porta Borsari, o restaurante construído dentro de uma igreja desconsagrada oferece boa comida num ambiente inusitado e muito agradável. A Ecoteca Segreta é um convite à degustação de todos os sabores do Vêneto.

A culinária local tem muitos pratos com polenta, radicchio, flor de abobrinha, massas, queijos, crepes e outras iguarias típicas de Verona, como o Sfilacci Cavallo (carne de cavalo desfiada com rúcula e lascas de parmesão).




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