26 novembro 2019

Napoli 24 Bosque de Capodimonte




Bosque de Capodimonte 


Um lugar único é certamente o Bosque de Capodimonte, um dos lugares mais belos e tranquilos de Napoli, cuja estrada contém cenários fascinantes. Apesar de estar situado em um local distante do centro da cidade, esse é um passeio imperdível.






Capodimonte é o maior e o mais belo parque de Napoli, sendo ideal para passear, descansar ou praticar caminhadas, tanto no verão como no inverno. Entre árvores, de vez em quando, surgem belas construções.






O parque tem três entradas e cinco avenidas principais, que conduzem ao Museu de Capodimonte, à Palazzina del príncipe, ao Palazzoto Borbonico e ao Fabbricato Coletta. Quanto mais se anda no parque, mais se descobre suas belezas por onde belos pássaros vagueiam.

No parque existem também outras construções, que embora sejam menores não são menos importantes. Algumas delas são a Igrejinha de San Gennaro, a Real Fabbrica de Porcellane, a Fagianeria, a Casina della Regina e o Eremo dei Cappuccini.






O parque foi projetado em 1734 sob as ordens do rei Carlo de Bourbon como um cassino de caça, tendo levado 100 anos para concluir a construção. Cercado por 124 hectares de floresta, o apartamento real revive os ambientes de época.

Foi redecorado por ocasião da chegada de Gioacchino Murat e Carolina Bonaparte, que fez do palácio a sua residência. Posteriormente foi transformado em um jardim inglês por Ferdinando II de Bourbon, assumindo a aparência atual.






Atualmente o palácio é a sede oficial do Museo di Capodimonte, uma das instituições mais importantes da cidade. Sua galeria de arte contém obras de Giovanni Bellini, Sandro Botticelli, Caravaggio, Annibale Carracci, Ribera, Artemisia Gentileschi, Francisco Goya, Tiziano, Simone Martini e Masaccio.






São maravilhosos os aposentos reais e as porcelanas antigas. A fábrica de porcelana de Capodimonte foi criada pelo rei Carlos. Em exposição está a fabulosa coleção de arte da Família Farnese, que pertenceu à Elisabetta Farnese, última descendente da família ducal de Parma e herdada por seu filho, o rei Carlo III.




Observatorio Astronômico de Capodimonte

Bem próximo do bosque encontra-se o Observatório Astronômico, que é um dos doze observatórios astronômicos do Istituto Nazionale di Astrofisica, uma visita obrigatória para quem aprecia astronomia.

Localizado a 150 metros acima do nível do mar, do observatório tem-se uma vista espetacular da cidade e da baía. Em 1735 o rei Carlo de Bourbon instituiu o curso de astronomia na Universidade de Nápoles, tendo sido o primeiro edifício na Europa projetado para abrigar instrumentos de observação astronômica.






Inaugurado em 1860, hoje o Observatório Capodimonte é um centro de pesquisa, que estuda o sistema solar e os processos astrofísicos, a gênese e a evolução. O telescópio principal de 40 metros permite aos visitantes  ver as estrelas.

Há também uma biblioteca e um pequeno museu de instrumentos astronômicos, incluindo alguns dos antigos telescópios de latão e madeira, globos, alguns relógios do século 18 e uma incrível coleção de mapas e gravuras.




Basilica dell' Incoronata 
Madre del Buon Consiglio

Na subida da Via Capodimonte está a Basilica dell' Incoronata Madre del Buon Consiglio, que é uma das mais recentes de Napoli. Sua construção teve início em 1920 e só foi concluída em 1960, restando com uma aparência e cúpula que lembram a Basílica de São Pedro no Vaticano.

Dizem que no local havia uma antiga construção, tendo sido utilizadas as antigas colunas de mármore restos da demolição. Em seu interior estão guardadas algumas obras de arte e as oito esculturas representando os apóstolos, que estão colocadas no altar-mor, além de alguns mosaicos.






A basílica surgiu graças à devoção do povo napolitano a uma pintura da virgem encomendada em 1844 ao pintor napolitano Raffaele Spanò. Obras de restauração estão sendo feitas na fachada da basílica, cuja conclusão está prevista para o final de 2019.






Uma das capelas contém uma cópia da Pietà de Michelangelo. Essa basílica está relacionada a dois eventos milagrosos: ter salvo Nápoles da epidemia de cólera que assolou a cidade em 1884 e da erupção do Vesúvio em 1906. Atrás dessa igreja encontra-se a entrada para as Catacumbas de San Gennaro.




Fontana della Duchesa d'Aosta

Junto à basílica encontra-se a Fontana della Duchesa d'Aosta, que foi doada por Elena d'Orleans - Duquesa de Aosta, que faleceu em Nápoles em 1951. Seus restos mortais encontram-se dentro da igreja. A fonte construída em 1939 contém um brasão real e cinco esculturas da cabeça de leões, das quais jorram água. 


24 novembro 2019

Napoli 23 Fuorigrotta





Fuorigrotta ou Forerotta, como é chamado pelos napolitanos, é um bairro na periferia de Nápoles considerado o mais populoso da cidade. Fruto da urbanização do final do século 19, a partir da construção do túnel Quatro Giornate e da ferrovia Cumana em 1889 o bairro se tornou uma referência para a realização de feiras, eventos esportivos e culturais, assim como criou diversos locais de diversão.





Mostra Oltremare

Diferente de outros bairros, em Fuorigrotta há largas avenidas, construções modernas e muitas áreas verdes. Uma delas é a Mostra Oltremare, um amplo espaço onde se encontram construções de interesse histórico e arquitetônico. 






Pavilhões modernos são utilizados para feiras e convenções, havendo também um aquário tropical, uma área arqueológica e jardins com uma grande variedade de espécies de árvores, espécies mediterrâneas e tropicais importadas.





Criada como temática universal, a Mostra foi construída durante o período do fascismo, para celebrar a expansão colonial da Itália fascista. A arquitetura deslumbrante do cubo dourado, o teatro Mediterrâneo e a Fontana dell' Esedra são seus destaques.






Com seus três elementos água, luz e som, a Fonte é a atração mais admirada da Mostra d’Oltremare. Variando a altura dos jatos sincronizados com as luzes e com a música, o fabuloso espetáculo ocorre nos finais de semana. 






Composta por 76 banheiras decoradas com mosaicos, o projeto da fonte foi iniciado em 1938, época em que o regime fascista desejava celebrar o colonialismo italiano. Inspirada nas fontes de Reggia di Caserta, na decoração foram usadas figuras de animais, vegetais e figuras humanas. 






Nas instalações há também um parque de cultura e lazer, uma piscina olímpica e outros locais para eventos culturais. A Arena Flegrea, um amplo teatro ao ar livre, é a mais antiga de seu tipo na Itália, onde são realizados numerosos festivais. 





Edenlandia /Zoologico

Junto à Mostra Oltremare encontra-se a Edenlândia - o parque de diversões mais antigo da Itália, um Zoológico, o Maxicinema e o Teatro PalaPartenope - um espaço para realização de concertos e shows musicais.





Termas romanas

Fuorigrotta é traduzido como "fora da caverna", uma referência ao fato de que, desde a época romana estar conectado por uma ou mais cavernas de Mergellina. As principais ruas e avenidas do bairro tem o nome de personagens e eventos da roma antiga, como Augusto Avenue, Via Giulio Cesare, Via Caio Duilio etc. 

Há vestígios arqueológicos da época romana, como na via Terracina onde estão as antigas termas romanas do século 2. Embora sejam pouco visitados, restos de mosaicos com azulejos pretos e brancos descrevem temas mitológicos e revestimentos de mármore. 

Uma antiga estrada romana Basolata, que corre paralela à via Terracina, é visível dentro da área da Mostra Oltremare. Ladeada por um templo romano, outro belo trecho encontra-se dentro do zoológico. 





Universidades

Por sediar importantes e renomadas universidades, Fuorigrotta é chamado distrito universitário. No bairro estão diversas faculdades, tal como a Faculdade de engenharia, de matemática, física, química, biologia e economia, a Faculdade de Ciências motoras da Universidade Parthenope, o Instituto do motor e o Instituto da pesquisa na combustão, a sede operacional do Observatório Vesúvio e o PICO ou Palácio da Inovação e do Conhecimento.

Em Fuorigrotta também encontra-se os laboratórios e Centro de Vigilância do Vesúvio, que é o mais antigo observatório vulcanológico do mundo. Fundado pelo rei Ferdinand I de Bourbon em 1841, um de seus diretores Luigi Palmieri foi o inventor do primeiro sismografo elettromagnetico em 1856. Hoje o antigo centro de observação mantém um museu e uma biblioteca histórica, enquanto os laboratórios encontram-se em Fuorigrotta. 





 Igreja San Vitale

A Igreja de San Vitale erguida no século 14 foi demolida para dar lugar a reurbanização da cidade e reconstruída onde se encontra. Como prova de sua antiga glória, em seu interior estão duas grandes pinturas representando o triunfo de Davi e o triunfo de Judith. No passado essa igreja guardava os restos mortais do poeta Giacomo Leopardi, até serem transferidos para o Parque Virgiliano de Piedigrotta. 





Arquivo histórico da Canção Napolitana

Na Via Guglielmo Marconi encontra-se o arquivo histórico da canção napolitana e o Centro de produção da TV RAI. Reunindo mais de 50.000 títulos de canções napolitanas, a RAI coleta, documenta e disponibiliza ao público um grande repertório napolitano. Mesmo que o visitante não saiba o título da canção ou nome do cantor, existem guias digitais que permitem reconhecer ou pesquisar qualquer produção artística.



                        

(Gigi D'Alessio / Gigi Finizio/ Sal da Vinci / Lucio Dalla)




Stadio San Paolo

A partir da década de 1960, com a construção do Politécnico, CNR, Tv RAI e do Stadio San Paolo, renovado na década de 1990 por ocasião da Copa do mundo de futebol, Fuorigrotta ganhou uma nova aparência.

Centro de esportes multi-uso, o estádio inaugurado em 1960 tem capacidade para 60.000 espectadores. Durante a Copa do Mundo de 1990 o estádio recebeu algumas delegações e sediou alguns jogos, principalmente o jogo entre Argentina e Itália. 






Para os napolitanos, futebol é alegria, é paixão, é a fé que traz a vitória. Com quase 100 anos de história, o SSC Nápoles teve início em 1926, quando Giorgio Ascarelli decidiu formar um time de futebol único para a cidade. Antes a alegria da cidade era dividida na esteira de várias equipes.

A equipe napolitana nascente escolheu o azul como uma cor social em homenagem à família Bourbon. No primeiro brasão de armas aparece um cavalo desenfreado, símbolo de Napoli durante o reinado das duas Sicílias. 






Durante um campeonato decepcionante da equipe napolitana, um fã gritou exasperado: essa equipe parece um burro reclamando sobre trinta e três feridas para a cauda fumegante... A partir disso, o cavalo foi transformado pela expressão do povo em "ciucciariello". 

Em 1984 Maradona elevou o Napoli para outra dimensão; vieram dois títulos históricos da liga, uma Taça Uefa, uma Copa da Itália e uma SuperCopa. Para os napolitanos, o Scudetto foi uma oportunidade para poder soltar um grito. durante muito tempo preso na garganta: Viva Napoli! E assim, Maradona se tornou um ídolo venerado para sempre... 










20 novembro 2019

Napoli 22 Mergellina / Piedigrotta





Stazione Mergellina

Ao chegar em Mergellina, um prédio que chama atenção é a estação, cuja fachada contém belas esculturas.  A partir da estação é possível alcançar várias atrações turísticas da região, mas também conhecer algumas tradições napolitanas. 




Igreja Santa Maria di Piedigrotta

Saindo da estação, logo adiante chega-se à Igreja de Santa Maria di Piedigrotta, que foi construída em 1353 e reconstruída em 1853 no ingresso de uma gruta. Daí surgiu o nome da igreja e o nome do lugar: "Piedigrotta ou aos pés da gruta". 

Famosa pela Festa di Piedigrotta, conta-se que a primeira igreja foi construída sobre um templo que era dedicado a Priapo, deus da fertilidade. Nesse local rituais eróticos eram realizados, até que os cultos pagãos foram substituídos pelas celebrações cristãs. 






Há uma antiga lenda que relata uma grande tempestade, que tornou o mar revolto. Durante a noite o sacristão que tomava conta da igreja percebeu que a santa havia desaparecido do altar. Logo pensou que ela tivesse sido roubada, mas decidiu esperar até o amanhecer para denunciar ao padre.

Ao amanhecer, para sua surpresa, a imagem da santa apareceu na porta da igreja toda suja de areia. Naquela noite alguns pescadores tinham sido salvos de um naufrágio e vieram agradecer à santa. A partir daquele dia, a cada ano em 08 de setembro é realizada uma festa em homenagem à Santa Maria de Piedigrotta.





Igreja de Santo Antônio

Ao lado da Igreja Piedigrotta tem início as 13 rampas de Santo Antonio, vias estreitas que surgiram a partir da restauração de uma antiga estrada da era greco-romana, que ligava as áreas baixas de Chiaia e Mergellina com o alto da colina de Posillipo.

Quando a igreja de Santo Antônio em Posillipo foi construída em 1642, esta área era pouco urbanizada, um território quase selvagem dominado pela densa vegetação mediterrânea. A fim de facilitar a caminhada dos peregrinos que queriam chegar à Igreja de Santo Antônio, o Duque de Medina em 1643 ordenou a sua pavimentação.

O Caminho natural da Cruz consolidou o charme do lugar sagrado a ser alcançado. Durante a rota, sobre os telhados coloridos e ruas estreitas descortina-se a beleza de Napoli. No topo das 13 rampas está o terraço de Posillipo, que dá aos espectador, de fato, um espetáculo de tirar o fôlego. Um cartão postal único, que ao pôr do sol se torna mágico... 





Parque Virgiliano de Piedigrotta 
ou Parque dos Poetas

Continuando a subida, no alto chega-se à entrada para o Parco Piedigrotta. Também chamado Parco dos poetas, junto da ampla vegetação estão: a Tomba de virgilio, a Tomba de Giacomo Leopardi, a Cripta Napolitana, muitos vestígios arqueológicos e terraços de onde se tem maravilhosas vistas de Napoli.  






A Tomba do poeta Virgilio, tradicionalmente considerado um dos maiores poetas de Roma e expoente da literatura latina, tem sido visitada há 2000 anos por escritores, poetas e artistas que buscam inspiração ou alguma intervenção divina.   

Nascido no ano 70 a.C. e falecido em 19 a.C., dizem que sua saúde sempre foi debilitada, por isso ele mantinha um certo distanciamento social, preferindo apenas a companhia de dois jovens escravos que eram seus amantes. Quando se mudou para Nápoles, começou a escrever poesias.






Perto da entrada do parque está a Tomba ou túmulo do poeta italiano Giacomo Leopardi, cujos restos mortais foram transferidos da antiga igreja de San Vitale a Fuorigrotta em 1939. Uma estrutura clássica marca a Tomba do filósofo nascido em 1798 e falecido em 1837 durante um surto de cólera que se alastrou pela cidade. 





Cripta Napolitana

A primeira estrada romana que ligava Napoli aos campos era fácil de ser percorrida, mas era muito longa e também passava pelas colinas íngremes. Devido ao comércio entre as regiões, tornou-se necessário melhorar a estrada. Assim foi criada a Cripta Napolitana, um antigo túnel rodoviário romano construído no ano 37. 

De acordo com a lenda medieval, o túnel teria sido construído pelo poeta e mágico Virgílio em uma única noite. Com mais de 700 metros de comprimento o túnel ligava Napoli com os chamados Campi Fregreati e a cidade de Pozzuoli, ao longo da estrada conhecida como Via Domiziana. 

A entrada encontra-se no Parque Virgiliano de Piedigrotta, finalizando na região hoje chamada Fuorigrotta. Esses túneis estiveram em uso até serem substituídos por modernos túneis no século 19. Restos de afrescos da antiga capela Santa Maria dell'Idria ainda são visíveis na entrada do túnel, sendo melhor vistos a partir da porção do aqueduto romano Augusta. 





Parco Virgiliano de Posillipo

Além do Parco Virgiliano de Piedigrotta, há também o Parco Virgiliano de Posillipo. Inaugurado em 1931, na época foi chamado Parco della Vittoria, depois de Parco delle Rimembranze em homenagem aos mortos na guerra, até que finalmente tornou-se Parco Virgiliano em homenagem ao poeta greco-romano Virgilio.

Construído numa área de 92.000 metros quadrados e em um local estratégico no promontório de Posillipo, a entrada principal fica na Viale Publio Virgilio Marone, uma avenida com grandes pinheiros que levam à suntuosa entrada da era fascista reconhecível por dois grandes brasões de armas nas colunas. 






Na entrada há um grande pátio que leva a uma fonte recém-construída até chegar à parte panorâmica mais alta. A rica vegetação dá lugar a centenas de árvores, como carvalhos, oliveiras, carvalhos, plantas de murta, alecrim etc. O parque também inclui áreas de jogos infantis, quiosques, bares e uma instalação esportiva com um campo de futebol e pista de atletismo. 

O lugar é agradável para passar um dia de lazer, praticar esportes, corridas ou simplesmente relaxar, apreciando o por do sol com um aperitivo deitado em um gramado tornará o dia mais relaxante. Vários chalés que estão posicionados nas várias entradas, em suma, você pode passar um bom dia com toda a família. 






Chegando no topo do parque a cerca de 150 metros acima do nível do mar, há um terraço na cobertura, onde você pode desfrutar de uma das vistas mais completas e fascinantes da cidade. 

De seus terraços é possível apreciar o Golfo de Nápoles, as ilhas de Capri, Ischia, Procida e a ilhota de Nisida, a Baía de Trentaremi, o Golfo de Bacoli, Procida, Vesúvio e a Península de Sorrento, Pozzuoli, Capo Miseno até onde sua vista alcançar...





Parque Arqueológico Pausilypon


Posillipo é considerado hoje um bairro residencial de alto padrão, fazendo com que seus terraços panorâmicos sejam invejados. De fato, Posillipo vem do antigo Pausilypon grego, que significa pausa da dor, um termo a ser relacionado com a comodidade do lugar. Tudo isso ainda pode ser visto através dos vestígios arqueológicos do Parque Arqueologico de Posillipo. 






A caverna de Seiano é um corredor de 770 metros de comprimento, que liga a via Coroglio com o vale da Gaiola. Ela leva o nome Lucio Elio Seiano, prefeito de Tibério, que teria encomendado no século 1 o alargamento da estrutura. 

A primeira escavação havia sido feita 50 anos antes para conectar a villa de Publio Vedio Pollione com outras villas patrícias. Ao longo dos séculos o túnel caiu em desuso e foi esquecido, até ser encontrado aleatoriamente durante a abertura de uma em 1841. 





Villa de Publio Vedio Pollion

Na era greco-romana em Posillipo foram erguidas belas villas, como a famosa Villa de Publio Vedio Pollione, no trecho da costa entre Gaiola e Trentaremi, mas também de residências patrícias. 

Ao lado da villa, Publio mandou construir um teatro de 2.000 lugares, uma odeon para pequenos shows e um complexo Spa. As estruturas da imponente Villa estendem-se à superfície do mar. 





Palácio dos espíritos

São muitas as evidências arqueológicas, como o Parco submerso de Gaiola, a Villa Imperial, a Vila Odeon e o Palácio dos espíritos. Os restos de outros domus romanos podem ser vistos em Marechiaro.

Ao longo da costa também encontra-se a "Escola de Virgílio", onde se acredita que ele praticava artes mágicas. Na Idade Média as moradias costeiras foram se deteriorando e acabaram sendo abandonadas. Enquanto isso nas colinas continuaram a crescer as aldeias. 





Igreja de Santa Maria do Farol

Uma das aldeias nasceu junto aos restos romanos ao redor da igreja de Santa Maria do Farol, que remonta pelo menos ao século 13. 

Originalmente chamada de Mare Planum e, em seguida, Marechiaro, essas aldeias na segunda metade do século 16 se juntaram com as novas aldeias de Villanova e Porta Posillipo, enquanto na costa de Mergellina começou a aparecer uma série de residências nobres, os chamados "casinos de delícias"...










17 novembro 2019

Napoli 21 Mergellina / Marecchiaro





Um dos melhores passeios em Napoli, com certeza é caminhar pela orla e sentir a brisa fresca do mar. Em suas águas há peixes, desenhos, cores, sonhos e suspiros de poetas, que nunca se cansaram de falar das infinitas belezas da cidade. Personagens famosos renderam-se ao seu fascínio.

De Chiaia a Mergellina, quem segue pela Via Caraciolo que acompanha o contorno do mar, logo descobre lugares surpreendentes. Esse é um passeio continuamente repetido pelos napolitanos e recomendado para quem visita a cidade, onde é possível relaxar mas também admirar o golfo de Napoli em quase toda a sua extensão. 





Porto de Mergellina

Historicamente Mergelina surgiu através de uma pequena vila de pescadores, que gradualmente se incorporou a Napoli. Hoje Mergelina ainda é um porto de pesca, mas também um importante porto turístico secundário, de onde partem os barcos que levam turistas para as ilhas do golfo e outros destinos ao longo da costa.

A área de Mergellina, a Marina e o estreito contato com o mar são lugares encantadores, onde os olhos não se cansam de admirar a paisagem. Famosa por seus restaurantes à beira mar, há anos no cais de Mergelina os pescadores vendem sua captura diária. 





Piazza Sanazaro

A um quarteirão do porto está a Piazza Sannazaro, que leva o nome do poeta Jacopo Sannazaro, cujos versos fazem parte do corpo da literatura que ajudou a formar a língua italiana na Idade Média. 
Suas obras latinas, principalmente "De partu Virginis", embora pouco lidas lhe valeu o apelido de "Virgílio Cristão ", relacionando-o a Virgilio, o grande poeta.    






E Partenope, a sirena que está ligada à origem da cidade e é lembrada em muitos lugares, na Piazza Sannazaro tem seu espaço. Construída originalmente em 1869 para decorar os jardins da velha estação na Piazza Garibaldi, a fonte foi removida em 1924 para o lugar onde se encontra, marcando a entrada em Mergelina. 




Igreja de Santa Maria del Parto 

Acima do cais está uma das igrejas mais evocativas de Napoli, a Igreja de Santa Maria del Parto, um pequeno templo do século 16 resultado da amizade entre o poeta e um rei. No ano 1497 Jacopo Sannazaro recebeu como presente do rei Frederico de Aragone uma fração de terra, onde ele construiu sua casa, uma torre e a igreja. 

O complexo é composto por duas igrejas: uma mais baixa, dedicada à natividade e uma mais alta, mais importante e rica em testemunhos artísticos dedicados aos santos Tiago ou Iacopo e Nazario. Parece que essa bela igreja tem o nome da obra "De partu virginis" do poeta. Na fachada há afrescos com os retratos do rei e de Jacopo Sannazzaro.






Uma recente restauração trouxe de volta a antiga glória dos brasões localizados no portal de entrada da igreja. Entre as pinturas que surgiram, no centro está a da Ordem dos Servos de Maria, para a qual Jacopo deixou todos os seus bens. Há também os brasões de famílias napolitanas nobres ligados à coroa aragonese. 

A igreja inferior foi concluída em 1525, com uma entrada autônoma dedicada a Santa Maria do Parto, tornando-se um lugar de oração para as mulheres grávidas ou aquelas desejavam engravidar. No dia 25 de cada mês, era costume fazer orações por essas mulheres. 






A igreja superior tem sua entrada através de alguns lances de escadas que levam a um pátio, que é na verdade uma laje solar privada. A vista do pátio é linda. No interior da igreja há decorações feitas em estuque branco e dourado. além do túmulo de Jacopo Sannazzaro, que ergueu a igreja. O mausoléu é um monumento com uma iconografia complexa de inspiração pagã feita em mármore. 






Uma das telas conhecida como "O Diabo da Mergellina", encena São Miguel Arcanjo pronto a atravessar a garganta de um diabo, personificada por uma sedutora mulher semi-nua com um cabelo vermelho e características típicas de uma cobra. Daí surgiu o provérbio: " é bonito e infame como o diabo da Mergellina..."





Palazzo Donna Anna

À beira do mar se destaca o histórico Palazzo Donn'Anna, um dos mais belos exemplos de grandeza que parece abandonado. A fachada parece estar desmoronando e as janelas vazias se abrem, porém o Donn'Anna nunca foi abandonado. Aliás, esse palácio nunca teve a sua construção concluída. 

A história desse palácio inclui mistérios e lendas, que se entrelaçam com a figura fascinante de Anna Carafa, esposa do vice-rei, Duque de Medina de Las Torres. Sua localização junto ao mar om tornou fascinante e encantador, mas também cheio de segedos que despertou a imaginação popular. 






O projeto foi encomendado ao final do ano 1600 e antes mesmo de ter sido totalmente concluído, Donna Anna reunia a nobreza espanhola para grandes festas, o que acabou gerando muitas histórias, intrigas e lendas. Uma das lendas dizia que no subsolo Anna Carafa escondia seus amantes. 

Aliás, comentava-se que a saída para o mar foi um desejo de Donna Anna, justamente para encobrir suas infidelidades amorosas. A revolta de Masaniello obrigou a fuga do vice-rei para Madrid, enquanto sua esposa permaneceu em Napoli. Porém ela foi obrigada a deixar o palácio e morreu em 1648. 






Mesmo inacabado, ao longo dos séculos o palácio teve vários destinos. Foi um hotel, fábrica de cristal, sede do Banco da Itália e hoje é um condomínio privado. Um belo lugar, que não perdeu seu charme ao longo do tempo. Algumas vezes são organizadas visitas pela Fundação De Felice, mas apenas em determinadas áreas. 

Junto ao Palazzo Donn'Anna há uma pequena praia, que oferece aluguel diário de espreguiçadeiras e guarda-sol. Com o Palazzo Donn'Anna de um lado e o Monte Vesúvio para o outro, é difícil imaginar um trecho de areia com um cenário mais interessante.





Fontana del Sebeto

A monumental Fontana del Sebeto marca o final da via Caraciolo e indica o caminho para Marecchiaro. Construída em 1635, originalmente ocupava o final de uma estrada, até ser desmontada e ficar guardada por 40 anos. Em 1939 foi remontada no local onde se encontra, sendo a representação de um antigo rio que corria no centro da cidade. 





Marechiaro 

Marechiaro é uma pequena aldeia localizada no distrito de Posillipo, que na década de 1960 foi um dos símbolos do "Dolce far niente". De Marechiaro pode-se apreciar uma maravilhosa vista panorâmica de toda a cidade e do Vesúvio até a Península Sorrentina e a ilha de Capri, que aparece exatamente em frente à típica praia da aldeia.

Famosa devido à presença de famosos artistas de Hollywood e seus restaurantes típicos com vista para o mar, o detalhe mais importante dessa área é o chamado "Fenestella". 

Diz a lenda que o poeta napolitano Salvatore di Giacomo, vendo um cravo através de uma pequena janela se inspirou para compor uma das canções napolitanas mais famosas "A Marechiaro".

Até hoje a janela existe e há sempre um cravo fresco no parapeito da janela. Uma lápide de mármore tem gravada a partitura da canção com o nome de seu autor. Aliás, conforme o Arquivo da Canção Napolitana, existem cerca de 200 canções e poemas dedicados a Marecchiaro...






À beira do mar sob um sol escaldante, ninguém resiste a um banho de mar. Não faltam opções. Existem praias públicas sem nenhuma estrutura. Mas quem estiver disposto a pagar entre 10 e 20 euros, além do aluguel das espreguiçadeiras e guarda-sol, pode usufruir de uma estrutura limpa e bem cuidada. Garçons servem aperitivos diretamente na praia, além de outros mimos, como toalhas secas.




Praia del Castello di Baia



Praia da Gaiola


Praia Rocce Verdi