10 novembro 2011

Messina, porta de entrada da Sicilia



Messina, aos pés do Monte Peloritani na região da Sicilia, é chamada de Porta da Sicilia. Por essa cidade passam inúmeros passageiros que chegam e saem da Sicilia através do porto no estreito que liga a ilha ao continente na Calábria. Fundada em 664 a.C. com o nome grego de Zancle, que significa Foice devido à forma da peninsula que cercava o porto, ao ser invadida no ano de 493 por numerosos messenos, a cidade passou a se chamar Messána ou Messpiatacuenpiatto, e posteriormente foi denominada Messina.









Após inúmeras invasões, os romanos libertaram a cidade e lhe deram o esplendor de uma cidade romana. No entanto, a cidade só se desenvolveu quando os Normandos tomaram a cidade em 1061 tornando-a um empório comercial. Em 1548 Santo Inácio fundou em Messina a primeira faculdade do mundo que mais tarde se tornou o Studium Generale, a atual Universidade de Messina. O grande Orto Botanico Pietro Castelli faz parte da Universidade de Messina com inúmeras árvores e plantas.







Destruída diversas vezes por calamidades, como pestes, guerras, bombardeios além de um grande tsunami em 1908 que matou mais de 80.000 pessoas, a cidade tem hoje um aspecto moderno e ainda conserva alguns monumentos. O Palazzo Calapaj em Taormina é um exemplo da arquitetura do século 18 Messinese que sobreviveu ao terremoto de 1908. As amplas ruas receberam um traçado em linha reta, no sentido norte-sul.



Na Praça da Catedral se ergue a fonte mais bela da Europa do século 15, a Fontana di Orione. Suas figuras se entrelaçam em perfeita harmonia conformando uma completíssima alegoria mitológica. Messina que já foi chamada de Cidade das fontes devido a inúmeras fontes espalhadas pela cidade, atualmente estão reduzidas restando, além da Fontana de Orione, a Fontana di Netuno construída por Montorsoli em 1557, a Fontana dos Senadores e as Quattro Fontane, embora apenas dois elementos do complexo de quatro cantos ainda sobrevivam.







A natureza especial de Messina inclui extensas praias de areias muito brancas e o arquipélago das Ilhas Eólias que originalmente foram vulcões submarinos que surgiram nas águas do mar Tirreno há milhões de anos. Atualmente apenas os vulcões Stromboli e Vulcano permanecem ativos. O Stromboli banha com sua lavas incandescentes a encosta de sua ilha todas as noites.

As ilhas Lipari, Alicudi, Filicudi, Panarea, Salina a mais verde das ilhas, Stromboli e Vulcano onde há um lindo resort, compõem o arquipélago que é considerado Patrimônio da Humanidade e que se tornou um destino turístico para descanso e lazer. Numerosos barcos percorrem as ilhas levando passageiros a pescar como também há cruzeiros que fazem um percurso com direito a hospedagem no barco.









Na Riviera do Mar Jônico está Taormina, Isola Bella, Giardini Naxos, Giampilieri Marina e Ali Therme entre outros lindos recantos. Em Taormina há um teatro romano na parte antiga da cidade. Suas praias de águas muito salgadas são acessíveis por teléferico. Do outro lado, na Riviera do Mar Tirreno, estão Capo D'Orlando, Tindari, Castroreale, Milazzo, Spadafora, San Marco D'Alunzio, Tripura e as Ilhas Eólie.











A Catedral, que foi destruída pelo terremoto em 1908 e pelos bombardeios durante a 2ª Guerra Mundial, foi reconstruída mantendo a fachada original. A torre sineira tem um dos maiores e mais complexos relógios astronômicos do mundo, construído em 1933. No campanário há estátuas que são animadas mecanicamente todos os dias ao meio dia e ilustram acontecimentos da história civil e religiosa da cidade. É umas das atrações mais populares de Messina.







Outras igrejas de destaque são a Igreja Annunziata dei Catalani que tem uma alta cúpula, a Igreja Santa Maria degli Alemanni que foi uma capela de Cavaleiros Teutônicos, um exemplo raro de arquitetura e os Santuários de Santa Maria del Carmelo e de Montevergine. De religiosidade marcante, entre os festivais mais importantes e populares de Messina está a Festa della Vara, um cortejo pitoresco e fascinante que acontece em 15 de agosto em memória da Assunção de Nossa Senhora.

Instituída no século 15, a festa exige uma longa preparação que envolve grande parte do povo da cidade. A estrutura em forma de pirâmide tem 15 metros de altura de altura com complexos dispositivos que permite o movimento dos anjos. Na base da Vara é retratado o túmulo de Nossa Senhora rodeada pelos apóstolos e acima vem os anjos com ramos de oliveira que giram junto com o sol e a lua. A esfera celeste no topo tem a figura de Cristo eleva ao céu a Nossa Senhora na palma da mão direita.


William Sheakspeare

Um professor de Literatura da Universidade de Palermo, Martino Iuvara, publicou um livro em coloca evidências de que William Shakespeare teria nascido em Messina, embora nada tenha sido confirmado oficialmente. Em sua obra "Muito barulho por nada", Shakespeare cita a cidade de Messina com muitos detalhes, o que seria impossível para um jovem que nunca tenha ido à Sicilia. Além disso, Sheakspeare descreve locais, ruas e becos, jargões e muitas outras realidades da vida italiana. Em suas peças, Shakespeare se refere a batalhas navais, navios afundados e outros detalhes de ciência marinha, algo que seria impossível para um jovem que nunca viveu numa cidade portuária.

Além disso, 40% das obras de Shakespeare envolve um tema italiano e nomes italianos foram dados aos seus personagens, tais como "Romeo e Giulietta", "Othello", "Dois Cavalheiros de Verona", "Sonho de uma Noite de Verão", "O Mercador de Veneza", "A Megera Domada", "Tudo está bem quando termina bem", "Medida por Medida", "Julius Caesar", "Conto de Inverno" e "Muito barulho por nada".

Diz o professor que William Shakespeare seria na verdade Michelangelo Florio Crollalanza e que teria fugido da Sicilia com sua família na época da inquisição assumindo uma nova identidade em Londres. Seria Sheakspeare um italiano???

4 comentários:

  1. Olá Allan: O verão é pouco para tanta beleza e tantos lugares tão lindos... Obrigado por sua visita e seus comentários. Abraço. Lucia

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  2. É linda Messina, Taormina nem se fala. Meu namorado nasceu e vive em Messina, tive a oportunidade de conhecer e fiquei encantada. Cidade linda, calma, com restaurantes maravilhosos e população simpática e acolhedora, que me fez pensar em não só visitar sempre, mas quem sabe morar, adorei!

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Agradeço por sua visita e seus comentários

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Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.