Situada ao sopé do Monte Ingino na região da Umbria, Gubbio é uma das poucas cidades da Itália que manteve original a sua encantadora estrutura medieval. Dentro de muralhas com várias portas de acesso, a parte antiga da cidade é plena de grandes palácios que preenchem seus becos e ruas estreitas que sobem em direção ao morro, de onde pode-se ver a expansão da cidade fora das muralhas com muitas casas e prédios em estilo moderno.
Teatro romano: Gubbio foi um dos locais importantes do Império Romano, pois por ali passava a única rota que ligava Roma ao Mar Adriático. De origem muito antiga, quando a cidade foi conquistada pelos romanos era chamada de Iguvium.
Desta época resta os vestígios do Teatro Romano, que foi construído fora das muralhas provavelmente na época da guerra entre César e Pompeu. Era o segundo teatro mais importante do Império Romano, com uma área para acomodar 6.000 espectadores. Destruído parcialmente na Idade Média, suas pedras foram retiradas para reconstruções no ano 917.
Construções medievais: De aparência aústera devido às pedras de cor cinza escuro, ruas estreitas e arquitetura gótica, as antigas casas em Gubbio são dos séculos 14 e 15. Originalmente eram moradias de ricos comerciantes que mandavam construir uma segunda porta bem ao lado da porta principal.
Mais estreita e um pouco acima do nível da rua, embora não haja comprovação dizem que a segunda porta era usada para remover o corpo de quem tivesse morrido dentro da casa. Mas também há outras teorias a respeito das portas secundárias, uma delas é de que servia para proteger o dono da casa quando se abria a porta para as pessoas desconhecidas. Sendo um costume da Idade Média, naquela época existiam muitas superstições a respeito da porta principal da casa.
No centro da cidade, o Palazzo dei Consoli é o símbolo de Gubbio. Situado numa grande praça, é o maior e o mais importante monumento de Gubbio que foi construído entre 1332 a 1346 como residência da magistratura plena.
No palácio está o Museu Cívico e Galeria de Arte, com um importante acervo histórico sobre as origens do povo da Umbria. São as Sete Tábuas de Gubbio ou Tavole Eugebine com um texto na língua umbra que era anterior ao latim, além de outros objetos de interesse histórico e artístico.
Existem outros interessantes palácios, como o Palazzo del Podestà que atualmente é usado pela prefeitura. O Palazzo Ducale foi construído em 1470 e adornado com muitos afrescos e serve como museu de galerias de arte.
No Palazzo dei Canonici funciona o Museu Diocesano contendo uma coleção de arte que retrata 2.000 anos de história da Diocese de Gubbio. No piso está o chamado "Barril de Cânones", uma verdadeira raridade para os amantes da história da enologia. Há várias obras de arte e um esplêndido ciclo de afrescos bordados em ouro da Paixão de Cristo.
Maiólica: Desde os tempos antigos Gubbio tem o esplendor na produção de cerâmica e ofício da arte, que ainda se mantém vivo graças ao trabalho sofisticado e valioso dos artesãos em cerâmica, ferro forjado e madeira.
A maiólica em Gubbio atingiu o seu apogeu na primeira metade do século 16, com esmaltes metálicos brilhantes imitando ouro, prata, cobre e vermelho rubi obtidos através de uma antiga técnica de origem árabe chamado de Azulejos e hoje conhecido Brilho Chorume ou Brilho metal.
O ceramista italiano mais importante desse período foi Mastro Giorgio, cujas técnicas jamais foram reproduzidas e seus trabalhos são inimitáveis. Um colecionador local montou em 1993 um Museu na Porta Romana com uma bela coleção de brilho majólica, incluindo trabalhos do século 16 e uma variedade de cerâmica de outras cidades italianas no século 19.
O ceramista italiano mais importante desse período foi Mastro Giorgio, cujas técnicas jamais foram reproduzidas e seus trabalhos são inimitáveis. Um colecionador local montou em 1993 um Museu na Porta Romana com uma bela coleção de brilho majólica, incluindo trabalhos do século 16 e uma variedade de cerâmica de outras cidades italianas no século 19.
Praça dos 40 mártires: Situada fora das muralhas da cidade, na Praça dos 40 Mártires, a Loggia dei Tiratori é um testemunho da Guilda de lã em Gubbio. As Guildas eram associações de artesãos de um mesmo ofício que garantiam os interesses da classe e foram importantes na Idade Média.
A imensa varanda servia para secar a lã à sombra de onde eram processados produtos de excelente qualidade e exportado para toda parte. Atualmente é um mercado de vegetais. Nessa praça há um monumento dedicado às 40 pessoas inocentes que foram metralhadas durante uma ofensiva dos nazistas na Segunda Guerra Mundial e que deu nome à praça.
Igreja São Francisco: Gubbio se tornou parte dos Estados Pontifícios em 1631 até ser incorporada ao reino da Itália em 1860. Cidade de forte sentimento religioso documentado por suas tradições, Gubbio é considerada a segunda capital franciscana por ter acolhido São Francisco em 1207 quando o santo renunciou aos bens mundanos passando a usar apenas sua túnica que assumiria a característica do hábito franciscano.
Na Praça dos 40 Màrtires onde havia a casa dos Spadalonga que acolheram São Francisco, foi construída a igreja dedicada ao santo. Parte da casa foi preservada no interior da igreja e pode ser vista pela sacristia. Anexo à igreja tem um convento e claustro com uma interessante coleção de arte que retrata a vida do frade franciscano.
Lenda de Gubbio: Em Gubbio há uma escultura em bronze que retrata a lenda do lobo de Gubbio. Segundo conta a lenda, havia um feroz lobo que aterrorizava o povo. No entanto, São Francisco foi conversar com o lobo e descobriu que a fera apenas retribuia a forma como era tratada. Mas o santo conseguiu dominar o lobo oferecendo a amizade do povo de Gubbio que lhe dava comida e carinho, ensinando que os inimigos são pessoas que necessitam de compreensão para entender o que se passa em suas mentes e almas.
Na Praça dos 40 Màrtires onde havia a casa dos Spadalonga que acolheram São Francisco, foi construída a igreja dedicada ao santo. Parte da casa foi preservada no interior da igreja e pode ser vista pela sacristia. Anexo à igreja tem um convento e claustro com uma interessante coleção de arte que retrata a vida do frade franciscano.
Lenda de Gubbio: Em Gubbio há uma escultura em bronze que retrata a lenda do lobo de Gubbio. Segundo conta a lenda, havia um feroz lobo que aterrorizava o povo. No entanto, São Francisco foi conversar com o lobo e descobriu que a fera apenas retribuia a forma como era tratada. Mas o santo conseguiu dominar o lobo oferecendo a amizade do povo de Gubbio que lhe dava comida e carinho, ensinando que os inimigos são pessoas que necessitam de compreensão para entender o que se passa em suas mentes e almas.
Igrejas: A Catedral de Gubbio tem uma fachada muito simples com uma pequena escadaria e uma rosácea na fachada. Construída no século 12, a catedral substituiu uma antiga igreja que foi consumida por um incêndio.
Existem ainda inúmeras igrejas: Santa Maria Nuova, San Domenico, San Giovanni, San Pietro, Sant Agostinho, Santa Maria dei Laici e Santa Maria della Piaggiola que estão espalhadas dentro e fora das muralhas. Uma delas é a Igreja di Santa Maria della Vittorina que foi construída em 853 em memória à vitória conquistada na batalha contra os sarracenos.
Basílica de San Ubaldo: A Basílica de San Ubaldo está no final dos caminhos entre árvores que levam ao ponto alto da colina mas que também é acessível através do teleférico. A cidade mantém uma forte tradição religiosa onde o Padroeiro San Ubaldo é venerado há muitos séculos.
A cada ano em 15 de maio é realizada a famosa "Corsa dei Ceri" ou "Corrida das Velas", uma das mais antigas festas populares da itália quando a cidade se enfeita de cores. A festa tem profundo significado para os eugubinos e só eles entendem seu significado.
Corsa dei Ceri: É nessa época que se pode sentir a verdadeira natureza de Gubbio, sendo uma tradição dos habitantes oferecerem bolo, pão e vinho aos visitantes. Nesse dia é uma tradição comer nesse dia Panini com porchetta ou Sanduíche de carne de porco, que são vendidos em barraquinhas improvisadas no meio da rua.
A tradição da festa é tão antiga que pouco se sabe quando teve início, havendo duas hipóteses: uma religiosa e outra pagã. Há quem afirme que há 700 anos, quando o bispo San Ubaldo estava muito doente, o povo organizou uma procissão com velas acesas e a manteve desde maio de 1160, o ano de sua morte.
A tradição da festa é tão antiga que pouco se sabe quando teve início, havendo duas hipóteses: uma religiosa e outra pagã. Há quem afirme que há 700 anos, quando o bispo San Ubaldo estava muito doente, o povo organizou uma procissão com velas acesas e a manteve desde maio de 1160, o ano de sua morte.
Mas há também a hipótese de que tenha origem pagã, uma homenagem à deusa Ceres para celebrar a colheita e que teria sido transformada numa festa religiosa pelos Estados Papais na época do Renascimento.
O evento tem início quando são erguidas as grandes Velas ou Ceri em formato de prisma com 4 metros de altura e 280 kg que são carregados pelas três equipes representando San Ubaldo, San Giorgio e Santo Antonio e levados até a Basílica de San Ubaldo no pico da montanha.
Antigamente eram usadas as velas de cera, mas provavelmente tornou-se tão grande e pesada que foram substituídas no final do ano 500 por três estruturas de madeira que chegou até os nossos dias e manteve-se inalterada.
Reunindo o sagrado e o profano, a fé se mistura com um dramático espírito competitivo das três equipes dos "Ceraioli" que são os que carregam as velas. Distinguidas pela cor das camisas em preto, amarelo e azul, as três equipes saem com alguns integrantes que carregam a estrutura da vela sobre os ombros numa louca correria pela cidade seguido pelos demais que acompanham correndo nas laterais.
Durante o percurso de 4 km, sem parar a corrida, os ceraioli vão se revezando. É uma prova de força para manter a vela de pé sem deixá-la cair, o que às vezes pode ocorrer. Durante todo percurso a multidão grita incentivando os Ceraioli, misturando folia, loucura e alegria. Embora não haja regras escritas, há um consenso geral de superar qualquer dificuldade, sem bater nas janelas e nos prédios; essa é a filosofia da corrida.
Devido ao estreito espaço, não há possibilidade de ultrapassarem e os Ceri chegam ao topo da montanha na mesma ordem de partida. O final da corrida é emocionante com a competição de San Ubaldo e San Giorgio para entrar na porta da Basílica que se fecha rapidamente após a chegada da equipe vencedora.
Palio dela Balestra: Ao longo do ano, a cidade é impulsionada por diversos eventos públicos. Uma tradição profundamente sentida pelo povo de Gubbio é o Palio della Balestra, uma competição de crossbow - uma arma do século 12 - celebrada entre rajadas de trombetas e magnificas acrobacias de bandeiras.
Os arqueiros devem atingir um alvo a 36 metros de distância e ao vencedor é concedido o Palio, um standard de tecido feito especialmente para essa ocasião. Realizado na Piazza Grande, o evento é precedido e finalizado por um enorme desfile em trajes medievais sempre saudado ao repicar do sino do Palazzo dei Consoli.
Fontana dei Matti: Essa irracional alegria e simpatia dos eugubinos, que se estende nas várias tradições antigas, parece contagiar os turistas. O elegante Palazzo del Bargello é um dos mais importantes monumentos de Gubbio por ter mantido suas características medievais e dizem ter sido uma antiga residência do Borgello, o magistrado.
Quem vai à pequena praça do Largo del Borgello encontra a Fontana dei Matti ou Fonte dos Loucos. A fonte recebeu esse nome porque, segundo uma antiga tradição, quem faz três voltas ao redor da fonte se torna simbolicamente um cidadão honorário de Gubbio podendo adquirir sua Patente de Louco.
Essa saudável loucura, livre e com espírito brincalhão, sonhador, idealista, um aliado das paixões e ligados aos valores, tradições e história de sua terra anima o povo de Gubbio, que é carinhosamente é chamada "Città dei Matti" ou "Cidade dos Loucos".
Gubbio é uma cidadezinha agradável e cehia de detalhes a serem curiosados. O time de Gubbio está lutando na segunda divisão do futebol italiano (nunca chegou tão alto) e a cidade é o cenário da série Don Mateo, com o idoso Terence Hill.
ResponderExcluir:)
Olá Alan. Obrigado pela visita e pelo comentário. Legal a sua informação que acrescenta sempre um detalhe interessante. Abração para você.
ExcluirEstivemos em Gubbio no ano passado e pudemos constatar que, mesmo parecendo ainda hoje, uma cidade medieval, espetacularmente preservada, é uma cidade de jovens de uma beleza rara onde pulsa a vida, a alegria e paz. Nos sentimos muito bem acolhidos e estas lembranças ficaram para sempre em nossas memórias.
ResponderExcluirCidade linda, historica hoje de muita paz onde morei por um ano e como dizem depois de dar as 3 voltas na fontana um dia eugubbino sempre eugubbino...
ResponderExcluirgubbio é uma das mais belas cidades medievais italianas . estivemos la dia 11/10/2016ficamos surpresos com sua beleza pois os mapas turísticos italianos ela tem 2 estrelas ...não perde em nada para san gimignano.
ResponderExcluirComecei a pesquisar sobre a Cidade de Gubbio na Úmbria, depois de ler sobre a lenda de São Francisco de a Assis, ao qual sou devota, e me encantei com a beleza e magia que a cidade tem. Pretendo logo que passar essa pandemia, fazer uma viagem com minha família para conheça
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