06 julho 2017

Firenze 7 - A Catedral


San Giovanni Battista - Padroeiro de Firenze

Em quase toda a Europa o dia 24 de junho é dia de festa, não só porque  marca a chegada do verão, mas principalmente porque é  o dia consagrado a San Giovanni Battista. Em cada lugar há uma celebração diferente, mas em Firenze as festas celebram o padroeiro da cidade.

Na ocasião acontece um desfile de moradores usando roupas medievais, que relembra os áureos tempos de Firenze. A festa faz parte do calendário tradicional de celebrações religiosas, que sempre movimentam a cidade.
 



Catedral de Santa Maria del Fiore

A religiosidade sempre foi um marco de Firenze, que chegou a ter inúmeras igrejas. Atualmente, somente no centro histórico existem 98 igrejas, sendo a principal a Catedral de Santa Maria del Fiore, que é um símbolo da cidade. Ela faz parte do complexo formado pelo Campanário de Giotto, pelo Batistério de San Giovanni e os esplêndidos palácios e museus que o cercam, como Palácio do Arcebispo, o Museo dell'Opera del Duomo, a Loggia del Bigallo, o palácio dos Cânones e outros.




A catedral é um dos lugares mais extraordinários de Firenze, cuja construção teve início em 1296 e demorou 6 séculos para ser concluída. Chamada pelos fioretinos de Duomo, a catedral é considerada a mais importante realização arquitetônica da renascença.





O revestimento externo com mármores brancos, verdes e rosa foi concluído em 1887, tendo sido acrescentadas as monumentais portas de bronze, com várias cenas em relevo em 1903.





De um lado da catedral está a Porta dei Canonici e do outro a Porta della Mandorla. Um detalhe interessante é que, antes de ter as portas, as pessoas usavam a igreja para atravessar a praça de um lado a outro. 




Em seu interior as grandes colunas formam altos arcos. As 44 janelas com vitrais representam cenas do Antigo e do Novo Testamento, assim como realçam os afrescos de mestres italianos. Sobre a porta de entrada destaca-se um dos mais antigos relógios de 24 horas, que marca a hora itálica". 



Cúpula da catedral

A bela cúpula feita pelo arquiteto Fillipo Brunelleschi se destaca no horizonte, sendo a mais alta torre de Firenze a quarta maior torre da Europa. Revestida com telhas alaranjadas, é um dos símbolos de Firenze. 



Do alto da cúpula tem-se uma maravilhosa vista panorâmica da cidade, porém para desfrutar dessa experiência é preciso 463 degraus. Ao lado da cúpula tem a escultura da cabeça de um touro, sobre a qual pairam duas lendas. Uma delas diz que a escultura representa um tributo ao touro, que inspirou aos construtores ter força e persistência na finalização da obra. 



Campanário de Giotto

Ao lado da catedral está a torre do sino, mas conhecida como "Campanário de Giotto" por ter sido construída pelo célebre arquiteto e pintor Giotto di Bondone. Assim como a catedral, a torre de 85 metros de altura é completamente revestida por um mármore branco, verde e rosa. Mas para chegar até o alto é preciso subir 414 degraus. 



Batistério

À frente da catedral fica o Batistério, um dos tesouros de Firenze. Dizem que foi construído em 897, mas é provável que seja bem mais antigo. Conta-se que foi construído para o batismo dos pagãos, que não podiam entrar nas igrejas.





Consagrado em 1059 e dedicado a San Giovanni Battista, sua construção teve início no século 4 sobre as ruínas de uma antiga habitação romana. Ricamente decorado com portas de bronze esculpidas em baixo relevo, isso lhe dá a ilusão de profundidade. 



Portas do Batistério

Criadas entre 1424 e 1452, as portas atuais são apenas réplicas; as originais estão no Museu dell’Opera del Duomo. Obra prima de Lorenzo Ghiberti, elas representam um dos mais belos trabalhos de arte do período renascentista.

O Portão Leste foi denominado por Michelangelo como Porta del Paradiso, sendo considerada como uma das primeiras obras do Renascimento. Em ambos os lados dessa porta encontram-se duas colunas de pórfiro, oferecidas pela cidade de Pisa.

A iconografia das três portas de bronze representa, como uma gigantesca Bíblia ilustrada, as histórias do Antigo Testamento, as histórias de San Giovanni Battista e as histórias de Cristo ou do Novo Testamento.




Interior do Batistério

Com uma interessante forma octognal, seu exterior é revestido por mármore de Carrara. O interior é maravilhoso, tendo o piso de mármore incrustado por um fantástico mosaico. A fonte batismal de 1371 tem decoração com baixos-relevos. Dentro do Batistério existem dois sarcófagos romanos e alguns monumentos funerários, incluindo um dedicado ao Antipapa João XXIII.




A cúpula é decorada por deslumbrantes mosaicos dourados contendo belas imagens, destacando-se o mosaico do Julgamento Final. De um lado estão os bem aventurados e do outro o castigo aos condenados. As cenas do Inferno são pitorescas e apresentam um Satanás grande acompanhado de muitos demônios atormentados.



Museo dell'Opera del Duomo

Nesse museu estão objetos decorativos e antigas imagens que já pertenceram à catedral e ao batistério, assim como peças provenientes da demolição da antiga Catedral de Santa Reparata.




A coleta dos materiais teve início em 1226, até torna-se um museu em 1891. É um dos mais antigos e mais importantes museus de Firenze. Nos últimos tempos ficou fechado para reforma, tendo aberto as portas novamente no final de 2015.






Um dos destaques do museu é a escultura "Pietà" de  Michelangelo. O coração do museu é a sala chamada "Salone del Paradiso", onde fica um modelo enorme de fachada original da Catedral de Florença, realizada por Arnolfo di Cambio no século 13. No lado oposto da sala, ficam as famosas portas de Lorenzo Ghiberti.



Museo del Bigallo

Junto do batistério está o Bigallo, um museu que funciona num antigo prédio construído em 1352, para a Compagnia de Santa Maria della Misericórdia. Na época medieval o palácio era usado por duas instituições de caridade. Uma recolhia e prestava cuidados a crianças abandonadas. Outra ajudava aos peregrinos e cuidava de doentes e vítimas de acidentes.

Também ajudavam a remover os corpos dos mortos pela guerra, inundações ou pelas pragas. Os benfeitores vestiam uma capa preta e cobriam o rosto, simbolizando que o bem deveria ser feito de forma anônima.  Acima da porta de entrada estão os afrescos feitos em 1445, contendo as histórias da pregação de San Pietro Martire. Atualmente no prédio há várias obras artísticas dos períodos gótico e renascentista.



Museu de antropologia

Nas imediações da praça também está o Museu de Antropologia, que foi o primeiro museu do seu tipo na Europa. Situado no Palazzo Nonfinito, foi fundado por um médico, cuja coleção teve início em 1593. No local estão coleções muito antigas provenientes da África, Ásia, América e Oceania e uma infinidade de documentos, que são de grande interesse para o estudo da paleoantropologia.






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