21 abril 2014

Milano 11 Castello Sforzesco




Castello Sforzesco  

O Castello Sforzesco é um dos principais símbolos de Milão e de sua história. As obras de sua construção tiveram início em 1360 junto à entrada das antigas muralhas romanas para ser uma fortaleza, tendo sido por isso chamado de Castello di Porta Giovia.  





O castelo possui várias torres. As torres redondas que estão à frente são conhecidas como Torre di Santi Spirito e Torre del Carmine. Na entrada principal do castelo está na Torre Filarete, que é a mais alta e que leva ao pátio interno chamado Piazza d'Armi.






As torres convencionais na parte posterior contém salas com afrescos. A Torre Castellana era usada para guardar os tesouros onde Bramantino criou o seu "Argos". A Torre Falconiera contém a "Sala delle Asse", onde está o afresco mais famoso do castelo feito por Leonardo da Vinci. 

No Cortile della Rocchetta e na Corte Ducale estão os quartos decorados com magníficos afrescos feitos por Donato Bramante no século 15. No pátio destaca-se a Torre Bona di Savoia, que é uma homenagem à duquesa de Milão em 1466. 





Dinastia Visconti

Atrás da torre ficava o coração do castelo. É onde viveram as famílias Visconti e Sforza. As grossas paredes do castelo sussurram sua fascinante história de muitas conquistas, porém entremeadas de traições e fracassos. 

Na época da construção do castelo Milão era governada pelo Duque Galeazzo Visconti II, que pertencia a uma família nobre que governou a cidade entre 1277 a 1447.  Após sua morte, ele foi sucedido por seu filho Gian Galeazzo Visconti - Duque de Milão entre 1378/1402. 

Conhecido na história por sua mania de grandeza, foi dele a ideia de construir a Catedral de Milão e de ampliar o castelo para tornar-se a residência oficial da família Visconti. O último duque Visconti morreu em 1447 sem deixar herdeiros masculinos, finalizando a Dinastia dos Visconti em Milão.





Francesco Sforza I
   Duque de Milano 1450 / 1466

Bianca Visconti era filha do último duque Visconti e tinha sido prometida em casamento desde os seus 6 anos de idade. 

Apesar dos mais de 20 anos de diferença de idade, para cumprir a promessa Bianca se casou com Francesco Sforza pouco antes de seu pai morrer. Nascia assim a Dinastia Sforza.

Com sua esposa Bianca teve 2 filhas e 6 filhos:  entre eles Galeazzo Maria e Ludovico Sforza, que futuramente se tornariam duques de Milão. 

Com a morte do marido em 1466, Bianca tornou-se duquesa de Milão, tendo colocado seu filho Galeazzo Maria para ajudá-la. 



Galeazzo lMaria Sforza
       Duque de Milano 1466/1476

Galeazzo se mostrou amável com sua mãe, mas apesar de seus 22 anos de idade já demonstrava um temperamento instável e traiçoeiro. 

Aos poucos Galeazzo Maria foi assumindo a regência do ducado, até que sua mãe teve de ausentar-se para cuidar de sua avó. 

Três anos depois, durante as núpcias de seu filho Bianca veio para a festa. A partir daquela noite ela tornou-se doente vindo a falecer alguns meses depois. 

A doença da duquesa e sua morte levantaram suspeitas, pois muitas pessoas próximas a Galeazzo Maria tinham morrido envenenadas. 

Casado com Dorotea Gonzaga e depois com Bonna di Saboia, ele teve os filhos Gian Galeazzo, Ermes, Bianca Maria, Anna e os filhos ilegítimos: Ottaviano, Caterina e Chiara. Apesar de seu casamento, Galeazzo Maria era um mulherengo e várias vezes foi acusado de estupro de senhoras e moças da cidade. 

Após um ano do seu casamento, sua esposa morreu antes de completar 18 anos de idade. Imediatamente ele negociou seu casamento com a filha do Duque de Saboia com quem teve três filhas e um único filho, mas logo depois ele foi assassinado.



Gian Galeazzo Sforza
Duque de Milano 1476/1494

Gian Galeazzo Sforza sucedeu o pai e tornou-se Duque de Milão em 1476. Por ter apenas 7 anos de idade, seu tio Ludovico Sforza tornou-se seu tutor.  Ao atingir  a maioridade, Gian Galeazzo assumiu o ducado, casou-se, teve três filhas e apenas um filho que se chamava Francesco Sforza II. 

Inexplicavelmente o Duque Gian Galeazzo ficou doente e morreu antes de completar 25 anos. Levantou-se a suspeita de que ele tivesse sido envenenado pelo próprio tio. Por coincidência, o único herdeiro também morreu jovem ao cair de um cavalo. 




Ludovico il Moro
Duque deMmilano 1494/1499

Em 1494 Ludovico Sforza, também conhecido como Ludovico il Moro devido à sua pele morena, tornou-se oficialmente o Duque de Milão. 

Durante seu governo o castelo foi renovado e decorado, tornando-se uma faustosa obra. Ele tinha interesse nas artes e se tornou patrono de grandes artistas, entre eles Leonardo da Vinci. 

Ele casou com Beatrice D'Este e o irmão dela casou com Anna Sforza, a sobrinha de Ludovico. Esse duplo casamento trouxe a aproximação do Ducado de Milano com o Ducado de Ferrara.



Beatrice d'Este 

Com apenas 15 anos de idade, Beatrice d'Este trouxe alegria ao castelo de Milano e encantou o povo milanês com seu riso e seu modo extravagante de viver.  
Com seu bom gosto, Beatrice sugeriu a decoração do castelo e tornou seu marido mais seletivo na escolha das artes. 

Ela gostava de festas e ajudava a organizar grandes bailes. Devido à sua boa educação, ela apreciava estar junto de sábios, artistas, poetas e filósofos. Apesar de seu casamento, Ludovico ficou conhecido por suas inúmeras amantes com quem também teve filhos. 

Beatrice teve dois filhos, Maximiliano e Francesco Sforza II, mas faleceu em 1497 durante um parto difícil antes de completar 21 anos. Ludovico ficou inconsolável e ainda por cima perdeu o ducado de Milano, que foi invadido pelas tropas do rei Louis XII da França. 

Privado de todas as comodidades do castelo, Ludovico passou o resto de seus dias num calabouço onde morreu em 1508. Seus restos mortais e de sua esposa foram enviados para a Certosa de Pavia. Alguns anos depois o ducado foi restituído a seus filhos, mas Maximiliano Sforza abdicou e Francesco II faleceu. Terminava assim a dinastia dos Sforza em Milão. 





Museus do Castelo

Depois da Guerra Italiana, Milano foi governada pelo Império Espanhol entre 1535/1706 e pelo arquiduque da Áustria de 1706 a 1800. Sob o domínio estrangeiro o castelo foi negligenciado e passou a ser usado apenas como quartel. 






Durante a unificação italiana em 1860, o castelo estava tão destruído que chegaram a pensar em demoli-lo. Em 1893 o arquiteto Luca Beltrami se propôs a restaura-lo e o converteu em um local público para exposições, tendo sido amplamente restaurado depois da  Segunda Guerra Mundial.  






Diversos museus estão distribuídos por vários andares ao redor do Cortile della Rocchetta e da Corte Ducale: Museu de Artes Antigas, Museu de Artes decorativas, Museu de Instrumentos Musicais, Museu Arqueológico, Museu Egipcio, Museu da Pré-historia e outras exposições de artes.










A coleção de artes aplicadas inclui muitos objetos em ouro, prata, vidro, porcelana, marfim e ferro forjado desde a Idade Média até o século 19. São notáveis as tapeçarias Trivulzio.  Entre as muitas obras-primas do castelo tem destaque Rondanini Pieta, a última obra inacabada de Michelangelo Buonarotti que trabalhou lá até a véspera de sua morte em 1564.

Próximo ao castelo, o Museo d'Arte e Scienza na Via Quintino Sella é um marco para os colecionadores de arte.  É o mais importante centro europeu para a verificação da autenticidade das antiguidades, sendo dividido em várias seções. Uma delas é dedicada a exposições permanentes de obras de Leonardo da Vinci. O prédio também incorpora parte da passagem subterrânea do Castelo Sforza.

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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.