14 abril 2013

Tivoli, a cidade das águas




Situada sobre as encostas de uma colina, Tivoli é uma antiga cidade da região do Lazio a 30 km de Roma que proporciona ampla vista sobre a planície romana. 




 



Com um clima agradável, ar fresco e uma bela visão panorâmica, através dos tempos Tivoli atraiu os romanos, imperadores e papas às suas colinas que ali construiram belas mansões para suas férias de verão. 






Villa Adriana


Durante a época romana, Tivoli manteve importância por estar a caminho da Via Tiburtina, que os romanos usavam para atravessar as regiões montanhosas dos Apeninos. 

Surgiram muitas vilas, entre elas a bela Villa Adriana, que foi construída sob o comando do Imperador Adriano, governador de Roma durante os anos de 117-138.






O imperador apreciava a arquitetura, a arte e a cultura grega. Durante suas viagens ele tinha adquirido grande conhecimento, por isso desenhou e acompanhou pessoalmente a construção do Panteão em Roma e da Villa Adriana em Tivoli, onde empregou toda a magnificência e extremo refinamento em 300 hectares. 





Villa Adriana

Na extensa área podem ser vistas as ruínas de vários prédios que foram usados como teatro, ginásio, bibliotecas e arenas de gladiadores que circundavam o luxuoso palácio imperial. 





Villa Adriana

A residência tinha grandes espaços supondo que acolhia uma corte de 3.000 pessoas, incluindo empregados domésticos e soldados pretorianos. 

Galerias subterrâneas faziam a ligação entre os prédios e também serviam para guardar os cavalos e mantimentos numa área escavada abaixo da terra. 










Aproveitando os aquedutos do rio, o imperador mandou construir termas, piscinas e fontes integradas ao palácio imperial. 

O Teatro Marítimo era uma colunata em torno de um canal onde o imperador gostava de se refugiar para ler ou refletir. 

Grande apreciador da literatura, ele era um homem altamente educado, instruído e estudioso que gostava de escrever poesias e os jardins da villa lhe serviam de inspiração. 






Depois da morte de Adriano seus sucessores continuaram a deslocar-se para Tivoli, mas progressivamente a vila foi abandonada caindo no esquecimento. Mais de 1500 anos depois arquitetos e arqueólogos se interessaram pela vila descobrindo muitas obras que enriqueceram vários museus da Europa. Em 1999 a villa foi incluida como Patrimônio Mundial da Unesco. 




Templo de Vesta
/ Sibila
  
O rio Aniene atravessa a cidade e desde os tempos antigos o local já era apreciado principalmente pela abundância das águas que desciam das cachoeiras. Acima das quedas havia dois templos. 

Um era dedicado a Vesta, a deusa do fogo sagrado e protetora dos lares que os gregos chamavam de Héstia. O outro era dedicado à Sibila de Tibur, uma ninfa das águas que era adorada nas margens do rio. 







Em 1826 Tivoli sofreu uma terrível inundação devido ao transbordamento do rio Aniene, por isso o Papa Gregório XVI determinou o desvio do rio o que acabou criando uma impressionante cachoeira. 

O antigo leito do rio foi aproveitado para criar um charmoso ambiente natural entre formações calcárias, cavernas, desfiladeiros tortuosos e vestígios arqueológicos, dando origem à Villa Gregoriana.




Entrada Villa Gregoriana



Villa Gregoriana

A Villa Gregoriana possui grandes florestas e caminhos que levam às cavernas de Netuno e das Sereias e fazem parte de uma série de desfiladeiros e cascatas, principalmente a Cachoeira Grande. 

O rio Aniene foi importante como força motriz, propiciando a construção da primeira usina hidrelétrica da Itália. Tivoli foi a primeira cidade da Itália a ter iluminação elétrica em 1886. 




Ponte Gregoriana

A Ponte Gregoriana, construída em 1834, é o cenário onde acontece todos os anos, na noite de 14 de agosto, uma procissão que sai da Catedral de San Lorenzo até a Igreja de Santa Maria Maggiore. 



Igreja S.M.Maggiore e San Francesco

A procissão reúne uma multidão de fiéis que assistem o rito de benção das águas do rio Aniene. Uma vela acesa é lançada nas águas com a intenção de proteger a cidade das inundações. Reconstruída após a Segunda Guerra Mundial, o fluxo das águas foi reativado tornando-se um dos belos panoramas da cidade.




Igreja medieval San Pietro


Catedral San Lorenzo


Igreja San Biaggio

Segundo antigas lendas a cidade teria sido fundada por sobreviventes da Guerra de Troia, que lhe deram o nome de Tibur. Posteriormente o nome da cidade mudou para Tibori e depois para Tivoli, porém até hoje os habitantes da cidade ainda são chamados de Tiburtini.




Centro histórico medieval


centro histórico


viela medieval


via medieval



Beco medieval

No centro histórico o aspecto medieval está presente nas construções e no labirinto de ruelas e becos estreitos cheios de lojinhas, feiras e antigas igrejas. 

Na época medieval o poder civil e religioso se concentrava entre a Igreja de San Michele, o Palazzo dell'Arengo e a Torre comunal. Da Igreja de Santo Stefano partiam muitos cavaleiros na época das Cruzadas.
 



Rocca Pia



Rocca Pia

Em meio às construções modernas do centro da cidade está a Rocca Pia, uma fortaleza cuja construção teve início em 1461 sob as ordens do Papa Pio II. 

Depois de sua morte a obra foi concluída pelo Papa Sisto IV. A rocca era um símbolo do poder temporal do Papa e o objetivo era controlar a cidade e evitar futuras rebeliões ou violências. Ao lado da rocca estão as ruinas de um antigo anfiteatro.






Villa D'Este

Na Idade Média a cidade era controlada pelos Estados Pontifícios e o Papa Júlio III nomeou o Cardeal Ippolito D'Este II como governador de Tivoli. 

Ele pertencia à dinastia Este de Ferrara e, depois de sua fracassada tentativa de tornar-se papa, teve a ideia de construir um fabuloso jardim sobre os penhascos dando origem à Villa D'Este. 



 

Fontana della Rometta



Fontana dell'Ovato


Fontana dell'Organo


A Villa D'Este, considerada como um Patrimônio Mundial pela Unesco, é uma obra-prima com uma extraordinária concentração de fontes, ninfas, grutas, jogos de água e música, tendo servido de modelo para outros jardins europeus. 

O interior é ricamente decorado com belos afrescos feitos por famosos pintores do maneirismo, como Livio Agresti, membro da Escola de Pintura Forlì. 




Cem fontes


A Villa possui um conjunto de jardins com 255 cascatas, 50 fontes, 250 jatos d'água e 60 piscinas distribuídos em 35.000m2 de jardins. 

As mais famosas são as 100 fontes, a Fontana dell'Ovato, Fontana dei draghi e a Fontana dell´Organo que é uma das mais belas. 

Essa fonte utiliza a água para pressionar os tubos de um órgão hidráulico e a cada duas horas pode-se ouvir melodias. 




Villa D'Este


Villa D'Este



Fontana dei draghi


A construção da vila foi iniciada em 1549 incluindo imponentes palácios e uma série de terraços sobrepostos. Depois de 12 anos de construção, quando a obra estava quase completa Ippolito II faleceu deixando a obra inacabada. 

Em 1605 seu sobrinho, o Cardeal Alessandro d'Este, autorizou a restauração e criação de uma série de inovações para o layout do jardim e a decoração das fontes. No entanto depois de 200 anos a paisagem não era a mesma. 

Em torno de 1744 a propriedade foi transferida para os austríacos da Casa de Habsburgo. O jardim foi abandonado e caiu em decadência, até ser restaurado sucessivamente pelo governo da Itália e aberto ao público. 




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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.