Conhecida pelos antigos etruscos como Velathri e chamada pelos romanos de Volaterrae, Volterra na região da Toscana já teve grande destaque quando na cidade moravam os bispos. Com muitos monumentos antigos, a cidade ainda mantém os vestígios de uma época de muita história.
O povo etrusco, originários da Ásia Menor na pré-história, ocupou e protegeu a cidade durante os séculos 8 e 4 a.C. No entanto, a prosperidade dos seus habitantes despertou a cobiça dos romanos que atacaram e tomaram a cidade.
Nos anos 80 a.C. a cidade foi novamente saqueada e destruída. Com a queda o império romano, Volterra perdeu seu prestígio e durante a Idade Média se tornou dominada pelos bispos. Com a cultura religiosa da época, a Igreja de San Felice era usada para fazer exorcismos e curar doenças.
O batistério de San Giovanni construído no século 13 tem muitos elementos decorativos, mas o que surpreende é sua forma octognal. A pia batismal tem cinco rostos esculpidos sobre o batismo, Cristo, Fé, Justiça, Caridade, Esperança.
A pequena cidade encerra muitos mistérios e lendas a respeito de vampiros. Muitos restaurantes e locais turísticos reforçam essas lendas, criando um ar misterioso de todos os lugares.
A cidade mantém seu aspecto medieval, com ruas estréias, muros altos, torres, palácios, igrejas e já serviu de cenário para muitas produções cinematográficas.
Segundo o livro “Crepúsculo”, os Venturo, uma espécie de familia real de vampiros, habitava os subsolos de Volterra, mas na verdade, as cenas de "Lua Nova" foram gravadas em Montepulciano.
Hoje a fortaleza é uma penitenciária do estado, mas por incrível que pareça, ali funciona um restaurante muito requisitado onde é difícil conseguir uma mesa sem reserva.
Os garçons que servem as mesas são os próprios detentos e as medidas de segurança são muito rígidas, por isso não se pode entrar com celular ou objetos metálicos. Pratos, copos e talhares são de plástico, mas os cozinheiros e garçons oferecem um serviço de primeira qualidade.
A cada ano, em agosto, acontece a Festa Volterra Ano Domini 1398. Durante duas semanas a cidade retorna no tempo recriando com muitos detalhes um dia da Idade Média.
Nesses dias, inúmeros eventos com performances, malabaristas, música, danças, mercados e artesanatos enchem a cidade com a magia da Idade Média.
As fantasias medievais recriam os estilos da época, além das barracas dos profissionais antigos que mostram ferramentas e utensílios da época medieval e explicam seu funcionamento.
De repente um dardo lançado para o alto faz explodir uma onda de cor. Durante a noite há um torneio histórico. O crossbow é uma arma fascinante e os balestrieri são muito bons. Outra atração interessante são os duelos de cavaleiros e a Giostra.
A música medieval é um dos principais atrativos da festa, em diversos estilos e rítmos com flautas e tambores, que acompanham a dança no meio da praça. Malabaristas, bobos e artistas errantes alternam com piadas suas incríveis acrobacias.
Durante o festival, muitos produtos artesanais, diversos tipos de queijos, comidas e vinhos são vendidos mas só se pode comprar com o "Grosso Volterrano", a única moeda em circulação na festa que também era utilizada na época medieval. Antes da festa é preciso fazer a troca com euros.
Em Volterra se concentram muitos metais e minérios, entre eles o alabastro, uma pedra semi-transparente de beleza incomparável que movimenta o trabalho artesanal da cidade. Por sua maciez, o alabastro pode ser facilmente processado para reproduzir peças ricas em detalhes e que são de grande valor.
Os antigos etruscos já utilizavam essa pedra para construir as ricas urnas funerárias com a imagem do falecido. A maior coleção dessas urnas, as vezes cobertas com finas folhas de ouro, estão no Museu Guarnacci em Volterra e também em museus de Florença, do Vaticano, do Louvre e em Londres.