Na montanhosa região de Abruzzo a natureza selvagem e o folclore estão muito presentes. Escondido nos deslumbrantes cumes dos Apeninos, há um modo de vida que o mundo moderno desconhece. Crenças populares se perdem em um mundo de magia, bruxaria e encantos especiais, que vão desde lobisomens até às influências lunares.
Angitia era uma divindade Osci das cobras, da cura da magia, das ervas que curavam e deusa da profecia, sendo honrada em um templo no bosque à margem do Lago Fucinus que foi drenado após muitas inundações. Acredita-se que o nome Angitia esteja relacionado a doença ou desgraça e que ela tenha sido nomeada pela bruxa Medeia que conspirou contra Teseu, conforme a mitologia grega.
Festa de San Domenico
Durante o primeiro século da Era Cristã em Roma, as atividades dos Marsi como curandeiros e adivinhos, assim como seu conhecimento da terra foram consideradas como bruxaria. A Domenico di Foligno, um abade beneditino que vagava pelas ruas de Abruzzo, foram atribuídos milagres envolvendo animais selvagens. Principalmente em Cocullo dizia-se que ele curava picadas de serpentes venenosas como também mordida de cão raivoso e dor de dente.
Assim, os rituais pagãos foram substituídos pela veneração cristã a San Domenico. Ainda hoje, no pequeno santuário as pessoas recolhem punhados de terra branca que usam para afastar as cobras e dizem que San Domenico ajuda a retirar dentes ruins.
A cada ano em Cocullo, acontece a Festa de San Domenico e a Festa dei Serpari no mês de maio. Sendo a região povoada por muitas serpentes, incluindo a mais temível Vipera aspis considerada mortal, os devotos veneram Santo Domenico colocando sobre sua estátua muitas serpentes inócuas, porém de tamanho grande, e carregam a imagem em procissão pelo vilarejo.
Dizem que San Domenico além de salvar os homens das picadas das serpentes, determina também uma salvação de caráter universal contra os males do mundo. A procissão é anunciada por dois zampognari ou gaiteiros que repetem incessantemente uma melodia monótona, enquanto quatro moças usando um enorme chapéu, carregam os pães que serão oferecidos aos carregadores do santo.
Em uma tradição mais antiga, as serpentes eram mortas e comidas em um banquete, mas hoje elas foram substituídas pelo pão em formato de cobra. Em Cocullo as pessoas têm muito respeito com as serpentes que, depois da festa, são deixadas livres nos lugares onde foram encontradas.
Os tipos de serpentes capturadas para essa festa são: a Cervone com dois metros de comprimento, a Saettone, que no passado acreditava-se que mamava o leite diretamente das tetas das vacas, a Biscia dal collare que é muito comum e vive nos riachos e a Biacco de cor preta, a mais agressiva.
Os Serpari fazem parte de uma fraternidade hereditária de encantadores de serpente responsáveis por apanhar as serpentes nos campos e por conduzir o festival. Depois da procissão, eles exibem as serpentes em suas mãos e braços, brincando com elas sem qualquer temor.
A serpente, que sempre provocou repulsão pelos homens e sempre foi considerada o símbolo da maldade até para impressionar o demônio, neste dia se deixa acariciar com tranquilidade, mostrando uma índole pacífica. A serpente está presente não só nessa celebração mas também na simbologia dos vilarejos do vale. No brasão de Cocullo aparecem duas serpentes agarradas a uma coluna...
Nessa região há muitas pessoas versadas na arte de premonição por sonhos e prática de medicina alternativa, como também muitos rituais pagãos que acompanham o casamento e a morte. E tudo isso tem uma origem muito antiga. Os nativos da tribo Marsi, que viveram há 2.000 anos nos Apeninos também chamado de Colina dos Marsi, eram famosos por sua habilidade de encantar serpentes.
Chamados Serpari, os caçadores de serpentes que viviam naquela região eram tidos em alta conta e foram usados para a limpeza das ruas da Roma antiga que eram infestadas de serpentes. Os Marsi formulavam panacéias das cabeças de víboras e suas magias eram invocadas para curar picadas de serpentes venenosas. Na primavera, eles ofereciam um tributo de cobras vivas para deusa pagã Angitia, uma tradição que sobreviveu até a Idade Média.
Angitia era uma divindade Osci das cobras, da cura da magia, das ervas que curavam e deusa da profecia, sendo honrada em um templo no bosque à margem do Lago Fucinus que foi drenado após muitas inundações. Acredita-se que o nome Angitia esteja relacionado a doença ou desgraça e que ela tenha sido nomeada pela bruxa Medeia que conspirou contra Teseu, conforme a mitologia grega.
Festa de San Domenico
Durante o primeiro século da Era Cristã em Roma, as atividades dos Marsi como curandeiros e adivinhos, assim como seu conhecimento da terra foram consideradas como bruxaria. A Domenico di Foligno, um abade beneditino que vagava pelas ruas de Abruzzo, foram atribuídos milagres envolvendo animais selvagens. Principalmente em Cocullo dizia-se que ele curava picadas de serpentes venenosas como também mordida de cão raivoso e dor de dente.
A cada ano em Cocullo, acontece a Festa de San Domenico e a Festa dei Serpari no mês de maio. Sendo a região povoada por muitas serpentes, incluindo a mais temível Vipera aspis considerada mortal, os devotos veneram Santo Domenico colocando sobre sua estátua muitas serpentes inócuas, porém de tamanho grande, e carregam a imagem em procissão pelo vilarejo.
Dizem que San Domenico além de salvar os homens das picadas das serpentes, determina também uma salvação de caráter universal contra os males do mundo. A procissão é anunciada por dois zampognari ou gaiteiros que repetem incessantemente uma melodia monótona, enquanto quatro moças usando um enorme chapéu, carregam os pães que serão oferecidos aos carregadores do santo.
Em uma tradição mais antiga, as serpentes eram mortas e comidas em um banquete, mas hoje elas foram substituídas pelo pão em formato de cobra. Em Cocullo as pessoas têm muito respeito com as serpentes que, depois da festa, são deixadas livres nos lugares onde foram encontradas.
Os tipos de serpentes capturadas para essa festa são: a Cervone com dois metros de comprimento, a Saettone, que no passado acreditava-se que mamava o leite diretamente das tetas das vacas, a Biscia dal collare que é muito comum e vive nos riachos e a Biacco de cor preta, a mais agressiva.
Os Serpari fazem parte de uma fraternidade hereditária de encantadores de serpente responsáveis por apanhar as serpentes nos campos e por conduzir o festival. Depois da procissão, eles exibem as serpentes em suas mãos e braços, brincando com elas sem qualquer temor.
A serpente, que sempre provocou repulsão pelos homens e sempre foi considerada o símbolo da maldade até para impressionar o demônio, neste dia se deixa acariciar com tranquilidade, mostrando uma índole pacífica. A serpente está presente não só nessa celebração mas também na simbologia dos vilarejos do vale. No brasão de Cocullo aparecem duas serpentes agarradas a uma coluna...
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