Cuneo, na região do Piemonte, é uma das maiores províncias da Itália. Localizada aos pés dos Alpes marítimos, sua capital de mesmo nome foi fundada em 1198 sendo um importante centro entre o Piemonte e a França desde tempos antigos.
Região de muitos vales e montanhas, é caracterizada por grandes extensões de castanheiras, vinhas, orquídeas, trufas e muitas tradições.
O antigo local de caça e migrações periódicas dos povos pré-históricos, percorrido e habitado por gauleses, colonos gregos e romanos, bárbaros e sarracenos, envolve 2000 anos de costumes tribais.
Piazza Galimberti
O coração da cidade de Cuneo está na grande e imponente Piazza Galimberti, a parte mais conhecida e a mais bonita, rodeada por grandes prédios com seus pórticos. A rua principal da cidade é repleta de lojas, mas é ao longo da periferia da cidade e nos seus quatro parques que estão o melhor do lazer.
Existem inúmeras igrejas não só em Cuneo, mas em toda região, em estilos que variam do neoclássico ao românico gótico, como a Capela de Santa Maria del Bosco, Chiesa di San Francesco, Catedral de Santa Croce, Santa Maria della Pieve, Chiesa di Sant'Ambrogio.
Castelos: Os vales, entre poderosos desfiladeiros, guardam antigas aldeias que foram habitadas pelos Celtas. Nas colinas despontam imponentes castelos com suas surpreendentes estórias e lendas, como Castello del Roccolo de Busca, o Castello de Racconigi em Le Serre, Castello di Novello, Castello di Serralunga d'Alba, Castello di Fossano e muitos outros.
Castelo real de Racconigi
O imponente teve uma parte concebida em 1676 e foi ampliado em 1755. Tendo se tornado rei da Sardegna em 1831, Carlos Alberto de Carignano transformou o castelo em sua residência.
Humberto II recebeu o castelo como presente de casamento em 1930, incluindo a coleção de retratos e tudo o que se sabia a respeito do Santo Sudário. Além do castelo há um belíssimo parque com jardins em estilo francês.
Com longas avenidas, lagoas e canteiros de flores, notável é a igreja gótica. Conhecido em toda a Europa devido às coleções de plantas exóticas, atualmente é considerado Património Mundial pela UNESCO.
La Giostra dell'Oca
Em 1324, Filippo Sabóia - Príncipe de Acaja ordenou a construção de um castelo que tivesse um layout quadrado e quatro torres de canto. Por volta do final do século 15 Carlo I do Sabóia fez uma série de modificações importantes que transformou o castelo em uma residência nobre com salões, galerias e pórticos.
Em 1536, após a assinatura do "Tratado de Fossano" com a França, foi transformado em uma prisão e transformando-os em um quartel militar. Sob o reinado de Carlo Emnauele de Saboia, entre 1580 e 1630 o castelo passou por uma série de eventos. Restaurado entre 1956 e 1963, serviu como sede da Bibliopeca Civica e Archivio Storico.
Desde 1985 tem sido cenário de vários eventos da cidade, tal como "La Giostra dell'Oca". Realizada durante o último fim de semana de junho. Além das celebrações religiosas e desfiles de personagens em trajes de época, há apresentações artísticas. Cavaleiros em suas montarias fazem um belo espetáculo.
Chianale e Bellino
Contendo uma grande herança artística e cultural, nascida da fusão dos traços da cultura alpina com os do occitano, as aldeias de montanha feitas de pedra como Chianale e Bellino, são testemunhas silenciosas da história da fronteira.
Nas aldeias de Bellino, a passagem do tempo é marcada por relógios antigos que adornam as fachadas e figuras de pedra e madeira adornam as varandas. Nessa região está a maior floresta de pinheiros da Europa.
Os mais altos picos do sudoeste alpino, atraem muitos turistas no inverno para suas longas pistas de esquí. O Viso, com 3.800 metros de altitude, é o mestre dos cumes. Uma terra fascinante com lagos, aldeias antigas e clareiras tranquilas, esses vales são ricos em vegetação e plantas medicinais.
Os Vales Monregalesi abrange cerca de 35.000 hectares onde o vento frio da montanha é mitigado pela brisa do mar da costa que permite esquiar no inverno e desfrutar o frescor da mata no verão. Um dos destinos preferidos é Limone Piemonte e Fabrosa Soprana.
Vinhos: Uma das especilidades de Cuneo são seus vinhos. As regiões de Langhe e Roero são sinônimo de vinho: Arneis, Barbaresco, Barbera d'Alba, Dolcetto d'Alba, Dolcetto di Diano d'Alba, Dolcetto di Dogliani, Dolcetto delle Langhe Monregalesi, Nebbiolo d'Alba e Barolo.
O nome Barolo está ligado à família Falletti, Marqueses de Barolo, que iniciaram a produção dos vinhos na região. O Barolo é inigualável, pois a uva Nebbiolo só tem bom desenvolvimento no Piemonte e parte da Lombardia.
Considerado o rei dos vinhos e o vinho dos reis, Barolo é um dos vinhos que representa o patrimônio enologico italiano no mundo, verdadeiro orgulho para aqueles que durante gerações estão envolvidos na produção deste vinho que tem excelência absoluta.
O Barolo é um vinho envelhecido em barris de carvalho que utiliza o modo tradicional. Produzido com um processo de longa maceração, resulta em um vinho forte que precisa de mais de dez anos para se desenvolver e encontrar seu equilíbrio.
Comuna de Alba
Alba é considerada a capital da região montanhosa de Langhe, famosa por suas trufas brancas, pêssego, produção de vinhos Barbera e onde está a confeitaria do Grupo Ferrero.
Em 1946 Pietro Ferrero inventou um creme de avelãs e cacau derivados de Gianduia. Desse creme foi criada a Nutella, que foi vendida pela primeira vez em 1964 e tornou-se popular em todo o mundo.
Também produz um dos melhores chocolates do mundo, o Ferrero Rochè - avelã mas também outros chocolates com recheio de amêndoas, frutos silvestres e limão, pralinés e o Kinder ovo surprise.
Em Bra está a primeira Universidade de Ciências Gastronômicas, o ponto central do movimento Slow Food que se contrapõe ao Fast food.
O Slow Food visa estudar a relação indissolúvel entre alimentos e culturas, resgatando tradições e incentivando o cultivo de plantas, sementes e animais característicos do ecossistema visando uma alimentação saudável.
O Festival bienal internacional organizado pelo Slow Food de Bra apresenta os fabricantes de queijos artesanais de todo o mundo.
Baio di Sampreyre
O Baio di Sampreyre é uma festa tradicional no Valle Varaita na província de Cuneo. Realizada entre Janeiro/Fevereiro, é um dos festivais mais tradicionais e antigos dos Alpes na Otália, que comemora a expulsão de invasores.
As origens desta festa data entre os anos de 975 ou 980, quando os sarracenos haviam penetrado no vale para controlar a ordem das passagens alpinas.
Em algumas aldeias próximas à fronteira de França, como Sampreyre, é comum o uso do idioma occitano. No final do século 11, a poesia occitana esteve no auge graças às Cruzadas, as guerras religiosas e à aparição das ordens de cavalaria.
É uma língua derivada do latim, mas se assemelha muito à fonética francesa. As músicasíoccitanas são agradáveis de ouvir e parece um repente nordestino cantado no Brasil.
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