Nos arredores de Siena existem pequenos e antigos vilarejos entre rios, planícies e colinas que mantém intactos os vestígios de sua história. São muitos palácios e castelos que fazem parte do glorioso passado de Siena e ainda mantém no ambiente o perfume medieval e o espírito religioso que deu origem a muitas igrejas.
Os vilarejos como Chiusdino e Monticiano estão imersos em grandes bosques, castanheiros, carvalhos e outras espécies.
Essa é a parte mais verde da
 Toscana, protegida como reserva natural e onde há restrições de 
desmatamento. Nesses bosques muitos vão em busca de trufas brancas e 
cogumelos comestíveis. 
Consideradas como um diamante gastronômico, a 
caça às deliciosas trufas vão de setembro a dezembro sendo um dos 
ingredientes mais caros do mundo. 
A
 entrada nesses vilarejos estimulam a imaginação e a emoção de estar 
fora de seu próprio tempo, que se torna maior ainda quando se chega à 
Abadia de San Galgano. 
Solitária no campo e ao final de uma estrada de 
cipestres, a imensa construção cisterciense foi iniciada em 1218.
O
 declínio da povoação monástica foi determinado pela fome em 1329 e 
depois pela peste bulbônica em 1348. 
O que a distingue a Abadia e faz 
parte do seu charme é a ausência do telhado que uma vez existiu mas foi 
vendido. 
À noite os efeitos de luzes criam um majestoso cenário para 
shows e eventos musicais. 
A
 Capela de Montesiepi situa-se numa colina nas proximidades da Abadia. 
Construída em 1183 por ordem do bispo de Volterra, é caracterizada pelo 
padrão redondo feito de tijolos. 
Ambas paredes da cúpula expressam um 
simbolismo que recorda memórias de etruscos, celtas e até mesmo de 
templários. 
Essa igreja foi construída em memória a San Galgano e está 
decorado com uma abundância de símbolos misteriosos e detalhada que se 
relacionam com o calendário solar.   
San
 Galgano nasceu em 1148 no pequeno vilarejo de Chiusdino e numa época da
 Idade Média cheia de violência e abusos. Com seu vigor e vitalidade, 
Galgano vivia para fazer valer seu espírito de dominação. 
Assim como 
outros cavaleiros, Galzano vivia sua juventude de forma frívola e 
arrogante. Com o passar dos anos, Galgano começou a perceber seu modo de
 viver e sentia angústia por não ter um propósito de vida. 
Nesse
 estado de espírito, Galgano resolveu mudar de vida e se retirou para o 
Montesiepi. Revoltado com as atrocidades, ele abandonou o mundo 
comprometendo-se a viver como eremita. 
Aos 32 anos, como um sinal 
tangível de renúncia perpétua de todas as formas de violência, tomou a 
espada que antes ele usava e a cravou numa rocha com a intenção de 
usá-la como uma cruz para rezar. 
Um ano depois, Galgano faleceu e 4 anos
 mais tarde foi declarado santo pelo Papa. A espada é conservada como 
uma relíquia de San Galgano.
Na época medieval criaram-se muitas lendas sobre objetos tidos como mágicos e milagrosos. Alguns estudiosos apontam que existem detalhes semelhantes entre a história de San Galgano, com a lenda do Rei Arthur e os Cavaleiros da Tavola Redonda, associando o imaginário celta e cristão numa série de episódios místicos, mágicos e fantásticos sobre a vida do rei bretão. 
O
 lendário Rei Arthur foi descrito na literatura medieval como um rei que
 venceu os saxões e estabeleceu um império composto pela Grã-Bretanha, 
Irlanda, Islândia e Noruega. 
Os Cavaleiros foram os homens premiados
 com a mais alta Ordem da Cavalaria na corte e a távola ou 
mesa foi criada no formato redondo para que não tivesse cabeceira, 
representando assim a igualdade de todos.   
Dentre
 suas aventuras, conta-se que Excalibur era uma espada mágica encravada 
numa rocha por um antigo rei. Brilhando ao sol, poderia ser removida 
somente por aquele que iria ocupar o trono da Grã-Bretanha. 
Sua história é longa, mas resumidamente ocorreu assim: muitos 
tentavam, porém a espada não se movia. Até que surgiu o jovem Artur e conseguiu retirá-la facilmente. Diante de tal milagre, ele foi coroado e
 assumiu o trono...

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