21 janeiro 2017

Venezia 5 - Sestiere San Polo




San Polo é o sestiere localizado no coração de Veneza, sendo uma das partes mais antigas da cidade. É o menor de todos os bairros da cidade, mas nem por isso menos atraente. Com belos palácios e lindas igrejas recheadas de incríveis obras de arte, San Polo tem um charme todo especial e atrações que fascinam.




Ponte Rialto

Cartão postal de Veneza, a Ponte Rialto serve de entrada para o Sestiere San Polo. Com um constante tráfego de turistas, essa ponte encontra-se na parte mais estreita do Grande Canal. Estando aproximadamente 7 metros acima do nível da água, a todo momento passam embaixo da ponte diversas embarcações. Algumas vezes tem-se a impressão de que até existe congestionamento. Incidentes e brigas acontecem, sendo divertido ver os condutores praguejando e gesticulando.





A primeira ponte sobre o Grande Canal foi construída em 1180, sendo chamada de Ponte della Moneta devido à sua proximidade com a Casa da Moeda. Devido ao grande movimento do Mercado de Rialto, em 1255 a ponte foi substituída por uma ponte de madeira que tinha duas rampas que eram levantadas para permitir a passagem das embarcações maiores.





No século 11 o comércio de Veneza atingiu seu apogeu e ao longo da ponte foram construídas várias arcadas dos dois lados da ponte que serviam para abrigar as lojas. A conexão com o mercado levou à alteração de seu nome para Ponte de Rialto. Ao longo dos anos a ponte conseguiu se manter até que em 1444 acabou por ruir totalmente.




A ideia de reconstruir a Ponte Rialto com uma estrutura de pedra surgiu pela primeira vez em 1503. Vários projetos foram apreciados o longo das décadas seguintes, até que em 1551 foi escolhido o projeto de Antonio da Ponte, com um desenho simples que recriava o desenho da antiga ponte de madeira.

Apesar da simplicidade, o projeto foi considerado bastante inovador, pois rompia com vários princípios de construção das pontes clássicas. Assim foi construída a atual Ponte Rialto e concluída em 1592. A engenharia da ponte foi considerada tão ousada, que o arquiteto Vincenzo Scamozzi previu sua ruína. No entanto a ponte tem desafiado seus críticos, tornando-se um dos ícones da arquitetura de Veneza.



Mercado de Rialto

Ao sair das escadarias da Ponte Rialto, prepare-se para conhecer um dos lugares mais agitados de Veneza. Rialto tornou-se uma grande área de comércio quando o centro administrativo de Veneza passou para a parte insular. Naquela época teve início o Mercado de Rialto, que deu o nome à ponte e que existe até hoje. O mercado floresceu com o apogeu de Veneza no século 11, quando os mercadores venezianos tornaram-se poderosos.





 



Situado num ponto estratégico, no entorno da Ponte Rialto estão os mercados da cidade que comercializam peixes, legumes e frutas há 700 anos. O Mercado de Peixes existe no mesmo lugar desde 1097, de onde saem as mercadorias que abastecem grande parte dos bares, restaurantes e hotéis de Veneza. De terça a sábado ali podem ser encontrados peixes frescos e mariscos mergulhados em gelo. As bancas cheias de frutas e legumes enchem o espaço de cores, perfumes e sabores.



Riva del Vin

Com a inauguração da Ponte Rialto em 1591, o coração da cidade passou a pulsar mais forte, estendendo o mercado rialtino de ambos os lados da ponte. De um lado nasceu a Riva del Carbon e a Riva del Ferro destinadas ao mercado de metais.

Do outro lado nascia a Riva del Vin, onde até o século 19 aportavam as embarcações que traziam o vinho. Atualmente a Riva del Vin é a famosa margem do Grande Canal, de onde se tem uma bela vista de Veneza. Nesse local há muitos restaurantes e centenas de mesinhas que ocupam a calçada.




Palazzo dei Camerlenghi

Por ter sido no passado uma movimentada área comercial, nas imediações de Rialto foram estabelecidos os primeiros bancos de Veneza. Grandes comerciantes que partiam de Rialto para vender seus produtos em outras terras transformaram Veneza numa cidade rica. Um incêndio em 1514 destruiu grande parte da cidade, mas gradualmente foram sendo reconstruídos novos palácios públicos. Em 1525 foi iniciada a construção do Palácio de Camerlenghi e o Consoli dei Mercanti.





Localizado ao lado da Ponte Rialto, recentemente o Palazzo dei Camerlenghi foi restaurado. Esse prédio era utilizado pelo magistrado das finanças da Sereníssima. O piso térreo servia como prisão para os devedores de impostos, que ficavam expostos aos olhares do público. Isso servia como advertência para todos que ali passavam.

As grades nas janelas ainda estão lá. A imponência do prédio fez com que Napoleão Bonaparte apoderasse das obras de arte do palácio durante as invasões francesas em 1797. As que foram recuperadas estão na Galleria dell'Academia.




Palazzo dei Dieci Savi

Junto à Ponte Rialto encontra-se o Palazzo dei Dieci Savi com seu pórtico de 41 arcos, onde estão lojas e dezenas de barraquinhas. Reconstruído em 1521, no passado esse prédio era utilizado pelo chefe das finanças da Sereníssima para recolher os impostos dos moradores de Veneza. Os elementos decorativos na fachada retratam o leão alado de San Marco a a estátua da justiça.



Igreja San Giacomo ou Giacometto
Em Rialto teve início o assentamento original dos venezianos em 25 de março de 421, data da consagração da Igreja de San Giacometto ou San Giacomo e considerada a data de fundação da cidade.


Fonte do Campo San Giacomo


Localizada no Campo San Giacomo di Rialto, essa é a igreja mais antigas da cidade. Com uma fachada diferente de todas as outras que se encontram espalhadas pela cidade, atualmente serve como sala para concertos. Na torre com três sinos tem destaque o magnífico relógio, que marca 24 horas com um ponteiro em formato de sol.


Gobbo di Rialto

Ligada à história do desenvolvimento do mercado da região, no exterior da igreja há uma inscrição que recomenda aos comerciantes serem honestos e justos nos seus negócios. Cercado pelos belos prédios com arcadas, nos corredores ainda pode-se ver vestígios do passado. No lado oposto da igreja encontra-se a escultura "Gobbo di Rialto" feita por Pietro da Salò em 1541, que antigamente ficava no lugar de onde eram lidas as proclamações oficiais.





Campo Cesare Battisti ou della Bella Vienna

O maior movimento da região permanece nas imediações da Ponte Rialto, mas quem se arrisca a explorar as ruas mais calmas de San Polo acaba descobrindo muitas coisas interessantes. A poucos metros do Mercado encontra-se o Campo Cesare Battisti, local de encontro dos venezianos para fazer compras ou tomar um drink. Popularmente é conhecido como Campo Bella Vienna devido a um antigo café que existia na praça até o século 20. 





Igreja San Giovanni Elemosinario

A Ruga Vecchia San Giovanni é uma via pavimentada com várias lojas e quiosques turísticos. Nesse local, quase escondida, está a Igreja San Giovanni Elemosinario. A igreja em tijolo de estilo renascentista, foi reconstruída depois do incêndio em 1514 que destruiu parte de Rialto. Embora não pareça, o interior é lindo. Dentro da igreja uma brisa fresca traz uma sensação agradável, enquanto pode-se apreciar os afrescos e anjos de Pordenone.




Igreja San Cassiano

Indo em direção ao Campo San Cassiano lá encontram-se lojinhas e cafés diante da Igreja de San Cassiano de Imola. Consagrada em 1376 e remodelada em outras épocas, ao contrário de outras essa igreja não tem fachada. Seu exterior é simples e sem adornos, porém o interior é deslumbrante. Com pinturas de Tintoretto, é notável o teto pintado.





Igreja San Silvestro

Situado bem próximo ao Grande Canal, o Campo San Silvestro é uma pracinha tranquila cercada por belos palácios e a Torre da Igreja de San Silvestro. Fundada no século 9, a antiga igreja foi reconstruída nos séculos 15, 17, 19 e agora passa por uma ampla restauração. No interior, obras de Tintoretto foram restauradas.





Igreja San Apolinário

Um pouco adiante encontra-se o Campo San Apolinário, mais conhecido como Sant'Aponal. Ali encontra-se a Igreja de Sant'Aponal, que atualmente serve como local de arquivo. Essa igreja foi fundada no século 11 e restaurada ao longo dos séculos, tendo passado por uma reconstrução no século 15. Durante a ocupação napoleônica foi desconsagrada e usada como prisão para prisioneiros políticos.

Na fachada tem destaque o estilo gótico e as esculturas em alto relevo, feitos pelo escultor Antonio Rizzo. No prédio ao lado da igreja também há uma escultura em relevo, que retrata os Quatro Santos Coroados, padroeiro dos escultores e pedreiros, e a inscrição "Scuola di Tagliapietra". Esse local foi em 1515 a sede da antiga escola de arte veneziana.





Campo San Polo

San Polo é o maior campo de Veneza e o espaço público mais popular depois da Praça San Marco. É um lugar agradável para descansar no final da tarde, mas também é onde se realizam feiras, mercados e grandes eventos como o carnaval, concertos musicais ou sessões ao ar livre do Festival de Cinema de Veneza.




No passado essa área era destinada às pastagens e agricultura. Em 1493 o espaço foi pavimentado e construído o poço, tendo se tornado muito significativo em Veneza no século 16, quando os mercadores pobres foram expulsos da parte mais nobre de San Marco e foram enviados para esse lugar. Em 1548 Lorenzino de Médicis foi assassinado nessa praça por ordem do Duque da Toscana.




Cercado por palácios de grande prestígio, no Campo San Polo encontra-se o Palácio Tiepolo, Palácio Soranzo, Palácio Donà e o Palácio Corner Mocenigo. Antigamente nessa praça havia festas públicas, apresentação de teatros, jogos e corridas de touros. Porém o grande movimento se tornou insuportável para os moradores, fazendo com que a partir de 1611 todos os jogos e mercados fossem proibidos no local. Uma placa conservada na igreja marca o testemunho este evento.



Igreja San Polo

O Campo San Polo deve seu nome à Igreja San Polo, que foi edificada na praça no início do século 9 e se diferencia de outras igrejas de Veneza por jamais ter sido completamente reconstruída. Tendo mantido sua estrutura original, depois de uma reforma em 1838 a igreja adquiriu a forma octogonal. A entrada pela fachada principal já não é possível, porque nesse lugar foi construído o Oratório do Crucifixo, por isso a entrada é feita ao lado.


Igreja San Polo

A torre do sino feita em 1362 tem dois leões na entrada. Um tenta conter uma serpente e o outro segura uma cabeça, o que representa a trágica morte de Marin Faliero - o conde de Carmagnola. Essa igreja é conhecida pela grande quantidade de obras artísticas dos anos de 1500, uma delas é a "Última Ceia" de Tintoretto. Também ha várias obras de Tiepolo, que foram feitas em 1747 representando as cenas da Via crucis.  



Campiello del Remer
Próximo ao Campo San Polo existe um belíssimo recanto chamado Campiello del Remer, porque ali era um lugar onde se fabricava remos. A longa escadaria leva a um palácio de estilo gótico. Ao anoitecer a atmosfera desse lugar se torna mágica, onde pode-se degustar pratos venezianos e admirar a paisagem da Ponte de Rialto, do Campo dell'Erbaria, do Palácio Camerlenghi e da Fabbriche Nuove.


Taberna del remer

Veneza é uma mistura de mistério e romance. Em cada canto há sempre uma lenda e o Campiello del Remer também tem uma terrível história. Em 1598, quando o Doge Marino Grimani passava com sua guarda ouviu uma mulher gritar. Indo em seu socorro, encontrou Elena que tentava escapar do marido furioso que a acusava de traição.

Infelizmente, antes que pudessem defendê-la, o marido ciumento a decapitou. Enquanto estava sendo conduzido para a prisão, tomado pelo remorso o infeliz se jogou no grande canal com a cabeça de sua mulher nas mãos. Seu corpo jamais foi encontrado e diz a lenda que, algumas vezes sua alma emerge em frente ao Campiello del Remer, tendo ainda a cabeça de Elena nas mãos.




Museu Carlo Goldoni

As lendas e histórias de Veneza até parecem tramas de um teatro dramático, algo que o dramaturgo Carlo Goldoni conhecia muito bem. Considerado um dos maiores autores europeus de teatro, ele ficou conhecido por ter difundido a arte dramatúrgica italiana através do mundo.

Ainda é possível visitar a casa onde Carlo Goldoni nasceu em 1707. Na casa funciona um pequeno museu e um teatro de bonecos original do século 18. Nesse lugar mágico existem um grande arquivo e biblioteca que guarda mais de 30.000 livros e textos teatrais.


Scuola Grande San Giovanni Evangelista

Scuola Grande San Giovanni Evangelista



Scuola e Igreja de San Giovanni Evangelista

Interessante é a antiga Igreja e a Scuola de San Giovanni Evangelista, que tem a águia no portal de entrada simbolizando São João. Scuola é o termo usado na antiga República de Veneza, para identificar irmandades ou associações de leigos que se dedicavam às obras de caridade em nome de um santo.

Fundada em 1261, a scuola resultou de muitas reconstruções e trabalhos artísticos, sendo atualmente reservada para eventos institucionais e culturais. Também faz parte do complexo a igreja que organiza concertos e outras cerimônias religiosas.





Scuola e Igreja San Rocco

Um pouco adiante encontra-se o Campo San Rocco, que é uma jóia de Veneza. Seu nome teve origem devido à Scuola Grande e Igreja de San Rocco, onde repousam os restos mortais de São Rocco ou São Roque que é o protetor contra as pestes e epidemias.


Museu Leonardo da Vinci



Desde 1489 a Scuola San Rocco já estava construindo sua própria Igreja dedicada a São Rocco, que foi consagrada em 1508. A fachada só foi acrescentada entre 1765/1771. Junto à Igreja de San Rocco encontra-se um pequeno museu dedicado a Leonardo da Vinci. 


Scuola Grande San Rocco
Scuola Grande San Rocco
Scuola Grande San Rocco

A construção da nova sede da Scuola de San Rocco teve início em 1515, mas demorou 50 anos para ser concluída. Inicialmente a área foi considerada uma área privada reservada à fraternidade, sendo fechada por uma horta e um jardim. Tempos depois foi aberta ao público, tornando-se um lugar de passagem. Em 1564 Tintoretto foi convidado para decorar a escola, tendo realizado inúmeras obras por quase 30 anos. 




Campo San Tomà

Outro lugar muito agradável é o Campo San Tomà, uma pracinha com muitas lojas e cafés que tem à frente a linda Igreja de San Tommaso ou San Tomà. Originalmente a primeira fundação foi realizada no século 10, sendo a atual fachada de 1742. No seu interior há belos afrescos, mas infelizmente a igreja não é aberta para visitação.





Do outro lado da praça está a Scoletta dei Calegheri, que atualmente serve como biblioteca do bairro. Fundada em 1278 com uma fachada simples de tijolos, no local funcionava a sede da Irmandade de Calegheri.





A construção tem destaque por alguns elementos interessantes, como a moldura do portal e um baixo relevo de santos. Acima na fachada há uma escultura da Madonna della Misericórdia. No salão principal ainda pode-se admirar alguns traços dos antigos afrescos.





Basilica dei Frari

Um dos grandes destaques do bairro é a magnífica Basílica de Santa Maria Gloriosa dei Frari, uma obra-prima da arquitetura eclesiástica gótica do século 15. A fachada toda trabalhada tem um portal esculpido com duas colunas e 3 esculturas. Devido às diversas obras primas, ao longo dos séculos a basílica se transformou num tesouro de grande importância e valor.




 



 
 
Construída entre 1250 e 1338 pelos Frades Franciscanos, foi reconstruída no século 14 acrescentando-se mais sete capelas. Nessa igreja está um dos trabalhos mais importantes de Tiziano, a famosa Madonna di Ca'Pesaro criada em 1526. Também há diversas capelas onde repousam os restos mortais de personalidades famosas da história da cidade. O campanário é o segundo maior de Veneza, tendo sido concluído em 1396.




As cortesãs de Veneza

 Em Veneza não tem muitas festas e baladas durante a noite, mas no passado as noites de Rialto eram muito movimentadas. A Veneza do século 16 era uma cidade opulenta, cosmopolita e fervilhante, mas também famosa pela beleza e estilo de suas mulheres. Sendo um ponto de comércio entre a Europa e o Oriente, a República de Veneza não só se destacava por sua fortuna, mas também por ter acesso às novidades, influências e luxos de outras paragens. Abundavam os perfumes, as especiarias, os tecidos ricos, os cosméticos, as joias e uma grande alegria de viver.

A "jóia sobre as águas" era um paraíso de hedonismo e nos seus palácios celebravam-se as artes, a cultura e festas esplêndidas. Criadas como pérolas raras entre todos esses esplendores, as venezianas representavam o cúmulo do chic decadente. Foram elas que criaram a moda de pintar o cabelo ao sol, criando as famosas nuances acobreadas do louro veneziano. Sua elegância elaborada fez escola e vem desses tempos a célebre frase "um vestido veneziano não faz uma mulher veneziana".

Destacavam as cortesãs que viviam em suntuosos apartamentos. Mulheres deslumbrantes e de fina educação, elas partilhavam o destino dos venezianos poderosos e dos forasteiros privilegiados que pudessem pagar a sua companhia. Além do talento para a música, elas eram grandes companhias para conversa. Por isso algumas eram usadas secretamente como espiãs para o estado. Dai surgiu as duas classes: da Cortigiana Oneste ou Cortesã honesta e a Cortigiana di lume, a prostituta comum.

O fenômeno das cortesãs caracterizou durante séculos o folclore em Veneza, porém em 1300 o governo da Sereníssima por decreto oficial resolveu fundar um local perto de Rialto com luzes vermelhas, onde as cortesãs poderiam praticar a prostituição. Ainda que houvesse leis que regulavam o comportamento das cortesãs, os impostos pagos por elas ajudavam nas finanças do estado. Em 1509 um escritor estimou que havia cerca mais 10.000 cortesãs trabalhando em Veneza.




Ponte delle Tette

Na pequena Ponte delle Tette ou Ponte das Tetas as prostitutas se posicionavam com os seios à mostra para seduzir principalmente os homossexuais, com a finalidade de convertê-los. Isso contava com o apoio do governo para conter a crescente onda de homossexualidade, que se transformara em um problema social. No século 15 foi publicado um decreto oficial que nomeava o Carampane di Rialto como um dos bairros da luz vermelha de Veneza.

Entre as cortesãs honestas de Veneza, Veronica Franco foi a mais famosa. Nascida em 1546, ela foi educada por professores particulares, algo incomum em sua época. Aos 20 anos figurava entre as principais cortesãs de luxo de Veneza. No auge do sucesso, Verônica tornou-se uma poetisa, tendo muitos poemas de conteúdo atrevido e também poemas em defesa das mulheres.

Com uma mistura de esperteza, ousadia, inteligência e discrição, a garota revelou-se defensora de uma certa moral e modéstia femininas. Ao retirar-se da cidade durante um surto de peste, teve todos os seus bens saqueados. Quando regressou, foi denunciada à Santa Inquisição com falsos testemunhos de bruxaria. Eloquente, defendeu-se com graça e habilidade, ganhando a causa. Porém jamais recuperou sua fortuna e reputação...







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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.