09 outubro 2019

Napoli 5, um passeio por Vomero






Vomero é um dos bairros mais animados de Napoli. Local de muito movimento, tanto durante o dia quanto à noite, um passeio nessa região permite combinar uma caminhada com um pouco de compras. Uma pausa para almoço ou jantar nesse bairro montanhoso reserva boas surpresas para os turistas.






Segundo contam, até o final do século 19 Vomero era um subúrbio quase desabitado e longe da cidade. Atualmente, seja na Piazza Vanvitelli como na Via Scarlatti ou Via Luca Giordano, existem várias boutiques e lojas de todos os tipos. 

Entre vitrines, há uma abundância de bares e discotecas, assim como inúmeros bistrôs, cafés e pizzarias. Uma das ruas importantes de Nápoles é o Corso Vittorio Emanuele, que serpenteia a colina de Chiaia e dá acesso a inúmeros lugares. Considerada como o primeiro "anel viário" de seu tempo, essa via sinuosa percorre quase 5 km, indo desde a Piazza Mazzini até a colina de Vomero. 





Castelo Aselmeyer

No percurso do Corso Vittorio Emanuele está o imponente Castelo Aselmeyer, que foi construído em 1902 e que pode ser admirado por diversos ângulos do bairro. 

Em determinados trechos do Corso Vittorio Emanuele, há construções apenas em um dos lados, por isso é possível desfrutar de deslumbrantes vistas panorâmicas.





Pedamentina San Martino

Quem se anima a ir até a Pedamentina tem a grata surpresa de encontrar um complexo sistema de rampas, que liga o Corso Vittorio Emanuele à Certosa di San Martino. Do alto o panorama de 360º sobre a baia de Napoli é fascinante. O caminho com 414 degraus é o mais antigo e o mais longo de Nápoles.






Dizem que a rota teve início no século 14, tendo sido pensada desde o início como uma artéria de conexão entre a cidade baixa e a colina, local de muitos complexos religiosos. 

Contornando hortas e jardins, a cada passo pode-se vislumbrar belas vistas panorâmicas. Historicamente era usada como defesa contra aqueles que pretendessem atacar o Castel Sant'Elmo. 





Certosa de San Martino

Hoje serpenteando a colina é preciso ter fôlego para chegar até o topo. Projetada pelo mesmo arquiteto que construiu a Catedral de Pisa, a Certosa de San Martino possui um subterrâneo grandioso, que permitiu apoiar a construção sobre a encosta íngreme da colina.






Com certeza a Certosa foi muito bem alicerçada, pois sua construção foi concluída em 1368 e até hoje permanece de pé. Em 1581 foi lançado um grande projeto para ampliar o Certosa, destinado a transformar sua aparência gótica severa no atual precioso e refinado estilo barroco. Várias intervenções foram feitas, até que a partir de 1860 passou a pertencer ao Estado.






Desde aquela época a Certosa tornou-se a sede do Museu Nacional, onde estão guardadas antigas coleções de presépios napolitanos. Um deles é o Presepe Cuciniello. 


Considerado o maior presépio de Napoli, o conjunto reúne 182 estatuetas de pessoas, 80 de animais e 450 objetos em miniatura. É uma verdadeira obra de arte que emociona. 

O Museu possui 70 quartos,onde há exposições de diferentes épocas na história, seja de pinturas ou esculturas do século 13 ao século 19. Por ocasião do centenário da visita de Pablo Picasso à Itália, foi criada uma exposição permanente dedicada ao artista.





Castel Sant'Elmo/Museu Novecento

Junto à Certosa encontra-se o grandioso Castelo medieval Sant'Elmo, que surgiu em 1275 a partir de uma torre de observação. De fato, do castelo é possível ver o golfo e toda a cidade, por isso foi um alvo militar muito cobiçado no passado. No corrimão de metal foi colocado com um texto em Braille, para que os deficientes visuais possam apreciar o panorama através da descrição. 






Originalmente era chamado Belforte. Devido à Capela dedicada a Sant Erasmus, surgiu o nome Sant'Elmo. É o único castelo do mundo em forma de estrela de seis pontas. No portão de entrada está o brasão de armas do rei Carlos V.

Usado até 1952 como prisão, tornou-se sede o Museu Novecento, onde estão com diversas exposições e manifestações culturais. Mas o melhor do castelo é o pátio superior, de onde se tem uma deslumbrante vista panorâmica.






Nesse castelo morou o rei Roberto I de Napoli. Com a morte do rei em 1343, assumiu o trono a rainha Joana I, na época com apenas 16 anos. Prometida em casamento com seu primo desde os 6 anos de idade, mesmo não havendo afinidade eles se casaram. O duque foi assassinado e a culpa recaiu sobre a rainha, mas ela permaneceu no castelo. 

Tendo nomeado um primo distante Carlos Durazzo como seu sucessor, algum tempo depois Durazzo estrangulou a rainha e assumiu o trono. E assim como todo castelo, o Castel Sant'Elmo também tem seu fantasma. Conforme uma antiga lenda, um fantasma vestido de branco vagueia no castelo e assusta os visitantes à noite. Também dizem que gritos são ouvidos do porão do castelo.





Villa Floridiana
Museu de cerâmica Duca di Martina

Outro lugar muito tranquilo em Nápoles é a Villa Floridiana, onde os napolitanos costumam ir passear ao ar livre e levar as crianças para brincar. Situado no meio da colina de Vomero, na parte de trás da casa há uma longa escadaria de pedra e uma área para descanso.

A Vila tem enorme espaço e caminhos percorrem as áreas arborizadas, além de um grande lago e um café. Nesse parque único, que tem uma vista deslumbrante do golfo, desde 1927 está o Museu de cerâmica Duca di Martina que funciona num antigo palácio.





Adquirido pelo rei Ferdinando IV de Bourbon  em 1816, o palácio foi transformado em uma moradia neoclássica para servir de casa de verão de Lucia Migliaccio, a segunda esposa do rei Ferdinando di Bourbon.

Dedicado às artes decorativas, ao lado dos apartamentos privados da Duquesa há uma rica coleção de objetos e porcelanas raras dos séculos 16 a 19, que pertenceram ao Duque de Martina e doados para a cidade em 1911.













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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.