Ferrara, joia do renascimento 9.4 - Igrejas de Ferrara

 

Fortezza Pontificia ou Rocca di Papa

Até o século 3 a.C. a região de Ferrara era um importante e próspero empório comercial. Após a queda do Império Romano do Ocidente em 476, os bispos tinham muito prestígio e, por isso, receberam muitas terras nessa região, entre elas o local onde surgiu Ferrara.    

Por não reconhecer o último herdeiro da Dinastia Este, em 1598 a Igreja de Roma tomou posse da cidade, dando início a um longo período de grande decadência, tanto cultural quanto economicamente. Mesmo assim os cardeais resolveram construir uma fortaleza defensiva, que ocupava uma grande área, no histórico Rione Giardino, um dos lugares mais belos da cidade.  

Construída em formato circular entre 1608/1618, o projeto exigiu a demolição do Castel Tedaldo e a Delícia de Belfiore, além de inúmeras casas, o que acabou provocando grande redução da população urbana. Aos poucos Ferrara foi perdendo seu antigo esplendor, para se tornar uma cidade provinciana do Estado Papal. Com a unificação da Itália, a Fortezza Pontificia foi completamente demolida.  

ex-Aqueduto Monumental 

No local, antes ocupado pela Fortaleza Pontificia que foi demolida, foi erguido entre 1930 e 1932 um aqueduto que servia para abastecer a cidade. Apesar de ser o segundo aqueduto construído na cidade, se tornou o mais importante devido ao seu tamanho monumental. Com 37 metros de altura e 58 metros de largura, sua capacidade é de 2.500 metros cúbicos de água. Hoje é apenas um lindo cartão postal da Piazza 24 de Maggio. 

 Igrejas católicas de Ferrara

Cidade de arte e história, inúmeras renascentistas estão espalhadas por todos os lados. Por ter mantido controle sobre a cidade durante muitos anos, os cardeais mandaram construir muitas igrejas, às vezes muito perto uma de outra. Isso acontecia porque à medida que a cidade crescia, nobres e ricos queriam ter um local privativo de devoção ou bem perto de sua casa, o que era prontamente atendido.

Ferrara se distinguiu junto ao clero, por ter sido onde morreu o Papa Urbano III em 1187 e onde ocorreu a  eleição papal que elegeu seu sucessor Papa Gregório VIII. Foi também o local onde ocorreu em 1438 o Concílio de Basiléia, que passou a ser chamado Concílio de Ferrara ou Ferraria. 

O evento foi organizado pelo Duque Nicolò d'Este III, que pretendia ter privilégios junto à Santa Sé. Porém, devido ao perigo da peste que se espalhava em Ferrara, em 1439 o concílio foi transferido para Firenze. Embora sejam bem parecidas, cada igreja tem algo que a destaca e trazem charme à cidade. 

Basílica Santa Maria in Vado (ano 457) 

De origem muito antiga, essa igreja foi construída e reconstruída nos séculos 15, 18 e 19 na Via Borgo Vado. Seu interior contém belos afrescos e o teto é decorado com cinco pinturas de Carlo Bononi (1569/1632). Conta-se que na Páscoa de 1171 ocorreu um milagre eucarístico, quando o sangue jorrou da hóstia durante a consagração, o que acabou transformando essa igreja num local de peregrinação.  

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Chiesa San Giacomo (1000) 

Essa é uma das igrejas mais antigas da cidade e certamente já existia antes do ano 1000. Situada na Via Carbone, nos tempos antigos aqui se realizou a cerimônia de agregação da Ordem Equestre de San Giacomo di Campostella. 

Em 1358 foi consagrado o altar e o cemitério, porém quinhentos anos depois um incêndio causou grandes destruição. Somente em 1935 a igreja foi restaurada, permitindo ser vista como hoje se encontra. Aliás, hoje a construção é usada como cinema.

Ao longo dos séculos recebeu os restos mortais de muitas figuras conhecidas, incluindo Aldobrandino d'Este e Ugo dei Pagani, o mais importante dos nove fundadores da Ordem dos Templários em 1118.

A família Pagani tinha as suas casas na Via delle Volte, quase na esquina da Via Scienze, onde ainda hoje se pode ver da fachada externa um par de decorações em mármore sob uma lareira que sobressai dela com o brasão da família: D'argento al leone d'sky azul.

Com a descoberta de vestígios de possíveis sepultamentos históricos no subsolo, pesquisadores vem utilizando uma ferramenta muito particular, chamada Georadar 3D, que permite fazer imagens tridimensionais até cerca de 3 metros de profundidade e dá ao operador um mapeamento completo do solo abaixo.

ex-chiesa di San Martino (ano 969) 

Essa antiga igreja está localizada na estreita Via Fondobanchetto, que por muito tempo foi chamada de Estrada de San Martino. A igreja foi desconsagrada e permanece fechada. Seu encerramento definitivo como edifício religioso ocorreu em 1880, sendo agora utilizada para outros usos.

ex-Chiesa di San Pietro e San Paulo (ano 1010 ) 

Essa foi uma das primeiras igrejas de Ferrara. Situada na Via Porta San Pietro, foi restaurada várias vezes, sendo a última restauração feita em 1941. Após desconsagrada, passou a ser utilizada como teatro e cinema. 

Chiesa San Gregorio (ano 1025) 

Essa antiga igreja situada na Via Cammello é uma das mais antigas de Ferrara. Segundo informação, também confirmada por uma placa de mármore colocada no interior da igreja, já existia uma paróquia no século 10. Várias intervenções garantiram sua sobrevida até a presente data.

Chiesa San Stefano (ano 1083) 

Também localizada nas imediações do castelo, é uma das igrejas mais antigas de Ferrara. Erguida em 1083, passou por várias restaurações, sendo a última em 1947 que a deixou como hoje se encontra.

Chiesa Santa Maria Nuova e San Biagio (ano 1138) 

Essa igreja está no local onde no século 7 havia um pequeno lago com uma pequena ilha. Situada Via Aldighieri, durante a recuperação do piso no século 19, foram descobertos vestígios da antiga igreja e a cripta da nobre família Aldighieri, parentes do poeta Dante Alighieri.    

Monastero Santo Antonio in Polesine (ano 1257 ) 

Fundado pela beata Beatrice d'Este II, filha do Marquês Azzo Novello e de uma monja beneditina, o imóvel onde foi recebido de seu pai como presente para sua comunidade. Em 1257 ela mudou-se para o convento. 

Falecida em 1264 e beatificada em 1270, seu mausoléu encontra-se no mosteiro. Esse foi o primeiro mosteiro feminino de Ferrara e a presença de imagens pagãs em um ambiente eclesiástico, testemunha a ligação entre o mosteiro e a corte, onde as decorações estavam na moda no final de 1600. Apenas a igreja do convento está aberta ao público.

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