Vietri sul Mare é uma das mais belas aldeias da Itália. Empoleirada nas encostas da província de Salerno, o pequeno vilarejo tem sempre as janelas abertas para o Mar Tirreno. O mar profundo tem um intenso colorido de azul, que contrasta com as praias de areia, cascalho e seixos.
Praias: As praias de Vietri sul Mare estão entre as mais belas praias da Costa Amalfitana. Algumas exigem o pagamento da diária, mas há também praias de uso gratuito.
Todas elas possuem serviços essenciais para tornar agradável o dia de praia, tal como duchas e chuveiros para quem quiser limpar os pés da areia antes de sair da praia.
Crestarella: Essa é a praia mais tranquila e mais secreta da Costa Amalfitana. Embora seja uma praia particular, que exige reserva e pagamento antecipado, é uma opção para quem deseja fugir de praias superlotadas durante o verão. Protegida por rochedos, o acesso à essa praia é exclusivo.
A imponente Torre Crestarella que avança sobre o mar, foi no passado uma importante fortaleza de defesa da Costa Amalfitana. Construída em 1569, no passado era conhecida como Torre del Chiatamone, o mesmo nome do passo estreito que levava de Vietri a Salerno.
Em 1866, através de um decreto do rei Vittorio Emanuele II, a torre foi leiloada. Desde então a torre passou a ter uso privado, sendo hoje um espaço onde são realizados muitos eventos, especialmente festas de casamento, e o acesso à sua praia particular.
Faraglioni de Vietri: Crestarella está voltada para o Due Fratelli ou Faraglioni de Vietri, que são duas formações rochosas localizadas a poucos metros da praia.
Diz uma lenda que os Faraglioni surgiram depois que dois cavaleiros estiveram duelando, até que se sentiram exaustos e se apoiaram em duas pedras. Eis que perceberam que o brasão de armas de ambos era idêntico, portanto eles eram irmãos. No mesmo instante surgiu uma enorme onda e eles foram engolidos pelo mar. Daí surgiu o nome "Dois irmãos".
Existem outras lendas, porém hoje sabemos que essas formações rochosas, são rochedos resultantes da erosão da própria costa pelo mar e pelo clima ao longo dos séculos.
Muito comuns na costa do Mediterrâneo, essas rochas costumam ser batizadas com diversos nomes, tornando-se uma atração para aqueles que saem em barcos para passeios no mar.
Encostas de Vietri: Declarada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a riqueza das paisagens e do patrimônio artístico e cultural de Vietri sul Mare é um convite para quem deseja explorar um recanto tranquilo e cheio de história.
Historicamente, Vietri sul Mare foi identificada como a antiga Marcina, primeiro assentamento costeiro etrusco-samnita, que se tornou um porto romano e depois conquistada pelos sarracenos ou muçulmanos.
De fato, as casas construídas em degraus sobre a encosta e ligadas por sinuosas vias são indícios de um local de onde era possível vigiar as praias. A torre vigia é testemunha das incursões na área.
Destruída por vândalos no ano de 455, quase 400 anos depois os moradores retornaram ao local e reconstruíram a cidade. Portanto, a cidade leva o nome de "Vetere" ou "Velho", que posteriormente se transformou em Vietri.
Igreja de San Giovanni Battista: Suas casas policromadas destacam graças à exuberante vegetação mediterrânea. O ponto de maior destaque é a majestosa cúpula da Igreja de San Giovanni Battista. Com 36 metros de altura, ela é coberta por cerâmica majólica brilhante nas cores verde, amarelo e azul.
Junto à igreja encontra-se a torre sineira. Situada no ponto mais alto, essa igreja foi fundada no século 10 e reconstruída anos mais tarde. Ao longo dos séculos foi remodelada de acordo com vários estilos.
Em seu interior estão obras valiosas, mas o que mais chama atenção é o belo teto decorado com ouro puro.
O altar-mor, feito em 1650, tem incrustações de mármore, assim como as fontezinhas de água benta e o pedestal do batistério. Diversas pinturas completam a decoração.
Localizada ao lado da Igreja, a Arciconfraternita della Santissima Annunziata e del Santissimo Rosario teve origem no século 17. Além da bela fachada decorada com cerâmica pintada, em seu interior há belos afrescos.
Cerâmica de Vietri: No entanto, o que atrai a atenção dos turistas são as diversas lojas de cerâmica espalhadas por toda a cidade, que trazem um colorido especial, mas que também estão na decoração externa de muitas casas.
Conhecida internacionalmente por suas tradicionais fábricas de cerâmicas de maiólica ou faiança italiana do Renascimento, elas são únicas desde a Idade Média quando a cidade começou a exportá-las.
As peças são produzidas com motivos e técnicas que permanecem inalteradas ao longo dos séculos, sendo passadas de geração em geração. As cores amarelo, azul e verde representam o sol, o mar e as plantações do mediterrâneo.
Os motivos decorativos tradicionais são geometrias simples, formas simbólicas ou atribuíveis a realidades bucólicas, que as habilidades manuais do mestre ceramista no torno e do decorador tornam cada peça única.
Passear pelas ruas e becos permitem chegar a lugares interessantes, como a Cerâmica Pinto mas também descobrir becos com incríveis e encantadores azulejos.
O Corso Umberto I é o lugar certo para admirar azulejos, vasos, pratos e cerâmicas de todos os tipos exibidos pelas inúmeras lojas que se encontram em cada canto de Vietri sul Mare.
O burro de cerâmica é um dos símbolos da olaria de Vietri. No passado esse animal era indispensável para se locomover pelas ruas estreitas da Costa Amalfitana ou para fazer o carregamento de mercadorias e materiais.
Cerâmica Solimene: A exuberante Fábrica de Cerâmica Solimene exporta seus produtos para todo o mundo. Localizada em uma posição dominante na entrada da aldeia e com vista para o mar, a estrutura da fabrica é em si uma obra de arte.
Projetada pelo arquiteto Paolo Soleri, a fábrica é coberta externamente com 20.000 vasos torneados criados na fabricação. Em seu interior, os mestres ceramistas realizam os mesmos movimentos de mais de meio século atrás, quando a história da empresa começou.
Villa Comunale: Bem próximo à Cerâmica Solimene está a Villa Conunale, um dos lugares de onde se tem uma bela vista. O local é perfeito para descansar e fazer umas fotos. Ao longo dos caminhos arborizados, os murinhos decorados com cerâmicas coloridas são uma graça.
Descendo a rampa chega-se a um pequeno anfiteatro, por vezes palco de espetáculos, principalmente durante a primavera e o verão. Esse é o caminho para quem deseja chegar até a Marina de Vietri.
Casas Coloridas: A partir do anfiteatro, descendo em direção à praia, uma rua estreita se destaca pelas cores. Famosa nas redes sociais, as casas coloridas são enfeitadas com cerâmicas e azulejos.
As decorações incluem motivos religiosos e pagãos, que se misturam com elementos estranhos e bizarros, tal como palhacinhos e bonequinhas.
Fora das casas, alguns aproveitam pequenos espaços para criar capelinhas e oratórios, já que nessa região a religiosidade é bastante acentuada.
E eis que surge um beco, igualmente decorado com cores alegres, que dá acesso direto para a praia. Porém há muito mais a descobrir nas imediações da cidade, tal como a comunidade de Raito.
Villa Guariglia/Museu: Em Raito está a elegante Villa Guariglia, que pertenceu a Raffaele Guariglia - embaixador da Itália e foi doado para a cidade para ser usado como centro de estudos.
Circundado por um grande parque, hoje o elegante palácio vem sendo usado como sede do Museo della Ceramica Vietrense, tendo em seu interior diversas peças de valor histórico, mas que também destaca o desenvolvido da arte ceramista.
Molina é um lugarejo das proximidades, que teve seu nome definido devido aos moinhos de água usados para o processamento de cerâmica que, desde a Idade Média, estavam espalhados no Valle del Bonea.
Durante a Segunda Guerra Mundial aliados desembarcaram em Vietri, onde foi criada a Comissão Aliada de controle nacional na Villa Guariglia em Raito e onde o rei Emanuele III permaneceu desde agosto de 1944 até abril de 1945.
Le Vigne di Raito: A quase 300 metros acima do nível do mar encontra-se a Viníciola Le Vigne di Raito, que nasceu a partir de um amor à primeira vista, quando sua proprietária estava apenas fazendo turismo pela cidade.
A paixão a levou a adquirir uma pequena porção de terra abandonada lá no alto, onde trabalhou a terra e decidiu plantar uma vinha. O primeiro vinho surgiu em 2007, o Ragis Rosso e posteriormente outros belos vinhos.
Hoje os visitantes são recebidos para um maravilhoso passeio pelo vinhedo, que termina com uma deliciosa degustação de vinhos. Essa é uma experiência única e imperdivel.
A vinícola foi certificada biodinâmica devido ao uso de métodos sustentáveis e orgânicos. A maior parte do trabalho é feita à mão, e não há uso de fertilizantes ou produtos químicos.
As uvas que crescem nessas encostas da Costa Amalfitana são especiais, já que ao serem banhadas pelo sol e pela brisa do mar, elas possuem um sabor único...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradeço por sua visita e seus comentários