No coração da Basilicata, há 15 milhões de anos emergiram do mar as imponentes Dolomitas de Lucânia com suas torres espetaculares. O tempo, a chuva e o vento esculpiram as formas de arenito que na tradição popular recebeu nomes especiais: Águia dourada, Bigorna, Grande mãe e Pequena coruja.
Embora não haja muita vegetação, em alguns locais inacessíveis os falcões fazem seu ninho. O Parque Natural de Gallipoli Cognato e Dolomitas da Lucânia tem grande valor ecológico. Perto dos picos das Dolomitas estão as cidades de Castelmezzano e Pietrapertosa, que são consideradas entre as mais belas aldeias da Itália.
Castelmezzano |
Castelmezzano foi um local onde se instalaram os povos da Magna Grécia no século 5 a.C. Ocupada por diversos povos ao longo de sua história, depois da unificação do Reino da Itália em 1861 a cidade tornou-se um local de bandidagem. Por sua posição geográfica e seus bosques, foi no passado um dos maiores lugares de refúgio dos bandidos.
O coração da cidade é a Praça Caizzo onde está a Igreja Matriz de Santa Maria dell'Olmo. Construída em 1544, a forma atual da igreja é resultado da reconstrução depois do terremoto de 1980.
Vários palácios com sacadas com grades de ferro forjado e belos portais de pedra estão ao longo da via principal. Fora da aldeia, pontes de pedra levam até o Vale de Caperrino onde existem antigos moinhos de pedra. Do vale, através de uma única ponte de arco de pedra, pode-se ir a Pietrapertosa nas proximidades.
Pietrapertosa |
Pietrapertosa: A cidade preserva sua aparência medieval com casas típicas que se adaptam a rocha. Com ruas e becos sem saída, as muitas escadas são um exemplo da simbiose entre a aldeia e as rochas que se tornou no passado uma fortaleza natural contra eventuais intrusos. Belos palácios guardam ainda inscrições e emblemas da nobreza.
É a cidade mais alta da Basilicata que foi fundada em torno do ano 1.000 como uma fortaleza, sendo ainda visíveis partes do arco de entrada e uma torre vigia. A Igreja Matriz é dedicada a São Tiago Maior e tem grande valor artístico. Nos arredores da cidade, o Convento de São Francisco foi construído sobre os restos de uma fortaleza romana ao lado de uma Igreja.
Caminho das Sete Pedras: Entre as cidades de Castelmezzano e Pietrapertosa há uma estrada pavimentada de aproximadamente 10 km que recorta as montanhas. Mas também há um antigo percurso chamado de Caminho das Sete Pedras, que é um resgate das antigas tradições dos camponeses que percorriam caminhando cerca de 2 km entre as duas cidades.
Subindo e descendo colinas, o caminho se inspira nas histórias transmitidas oralmente entre gerações e na imaginação coletiva que são a base do texto "Vito com as bruxas". Ao longo do caminho a narração se traduz em formas visuais e sonoras.
São sete etapas e cada uma delas propõe uma palavra chave que dá sentido à história: destino, magia, bruxaria, bruxas, voar, dançar e delirar. Cada etapa inclui um espaço que narra uma sequência da história revelada pela magia da natureza. A paisagem das montanhas, florestas, riachos e vales é deslumbrante.
Volo dell'Angelo: Quem aprecia uma grande aventura, o trajeto de ida e volta de Castelmezzano a Pietrapertosa pode ser feito voando através de uma roldana presa em um cabo de aço que permite uma viagem em total segurança. A emocionante aventura, permite desfrutar da euforia do vôo e apreciar a paisagem vista apenas pelas aves e talvez pelos anjos, por isso o sistema é chamado "Volo dell'Angelo".
Essa é a sensação que se tem voando suspenso no vazio a mais de 1.400 metros de altura entre o céu e a terra, a 120 km por hora. É uma espécie de bungee jumping porém com a sensação de voar cruzando o vazio até a próxima plataforma. O atrativo turístico que funciona apenas durante uma temporada do ano, visa criar novas experiências e emoções ao descobrir a verdadeira alma das Dolomitas de Lucânia.
A primeira etapa inicia subindo as encostas das dolomitas. Um percurso longo e íngreme leva ao cume onde está a estação de partida que guarda os capacetes e cordas. Munido com os equipamentos, da rampa mergulha-se no precipício suspenso pelo fio. Com a força do vento no rosto, pode-se saborear a experiência única de pertencer à natureza.
Essa é uma experiência cheia de emoções e arrepios de adrenalina. Graças ao sistema de rolamentos, a chegada é suavizada. O segundo vôo para retornar é feito através de outra estação que proporciona uma nova experiência devido ao cabo em um ponto diferente do vale. A vontade é de que o vôo durasse mais tempo e talvez tenha sido essa sensação que Ícaro sentiu quando desafiou os deuses e voou até o sol... Leia sobre Ícaro em meu blog Mitologia Grega
Parabéns!
ResponderExcluirFoi uma viagem virtual fantástica.
Meu abraço
Marília
Olá Marilia. Obrigado pela visita ao blog e o carinho de seu comentário. Abraço. Lucia
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