29 dezembro 2010

Bologna, a cidade dos pórticos





Conhecida como Cidade das Torres e dos Pórticos, resquício da época medieval, Bologna é uma das cidades mais desenvolvidas da Itália e classificada como uma das principais cidades em termos de qualidade de vida na Itália.

Estando no entrocamento que liga as principais rodovias e ferrovias do país, pode-se chegar facilmente a a Bologna de carro ou trem. A Estação Central é considerada a mais importante na Itália, graças à localização estratégica. 




O símbolo de Bologna são suas duas torres: a Torre Asinelli, construída entre 1109 e 1119, com 97 metros de altura e quase 500 degraus até o topo. No século 14 a torre foi usada como prisão e fortaleza, e durante a Segunda Guerra Mundial como defesa. A Torre Garisenda foi construída no século 12 e tem 48 m de altura. 

Em 1256 o centro da cidade era cheio de torres, mais de 180 construídas pelas principais famílias, que davam destaque aos edifícios públicos, igrejas e mosteiros. Mais de vinte torres defensivas, algumas delas perigosamente inclinadas, ainda são preservadas.





Além de garantir a segurança da cidade, as torres eram símbolo de poder político e econômico. As torresotti eram pontos fortificados de acesso à segunda cinta murária da cidade. A mais famosa é a torre da Via San Vitale.

As torres mais altas tinham como principal objetivo defender a cidade. Eram construídas por uma família ou um consórcio de famílias com o mesmo interesse político e não era raro que fossem unidas entre si por pontes de madeira, formando uma passarela.

Existiam também as casas-torre, uma ostentação de riqueza das famílias patrícias. Tais torres formavam um anexo às casas e possuíam locais habitáveis muito seguros nos pisos superiores. Como um bunker nas alturas, servia de fortificação em caso de invasão.




Em Bologna está a mais antiga universidade do mundo ocidental ainda em funcionamento. Fundada em 1088 é onde estudaram  os poetas italianos mais famosos, como Dante, Bocaccio, Petrarca e Copérnico. Na Idade Média foi famosa em toda a Europa por suas escolas de Humanidades e Direito Civil.

 Chamada oficialmente Alma Mater Studiorum, a universidade oferece inúmeros cursos acadêmicos: Artes, Direito, Medicina, Farmácia, Matemática, Engenharia, Agronomia, Medicina Veterinária e Pedagogia. Durante o Renascimento, Bologna foi a única cidade italiana que permitiu às mulheres se destacar em qualquer profissão e a oportunidade de ganhar um diploma na universidade.




Na Piazza Maggiore, uma das praças mais belas de toda a Itália, está o o Palazzo dei Banchi, a Basílica de San Petronio - uma das maiores do mundo, o Palazzo dei notai e o Palazzo d'Accursio. Cidade Etrusca em 510 a.C., no século 2 a.C. constituía uma colônia romana. Pertenceu ao Império Bizantino, esteve sob controle papal, foi ocupada por Napoleão Bonaparte e depois pelos Estados Pontifícios.

Durante o período monárquico era um centro republicano emblemático e durante a 2a. Guerra Mundial foi intensamente bombardeada, já que era o centro de transporte essencial para os alemães nazistas. Foi também um centro para a Resistência italiana e após a Segunda Guerra Mundial se tornou um baluarte para o Partido Comunista Italiano.

A população Celtica foi absorvida na sociedade romana, mas a língua, em certa medida, sobrevive até hoje no dialeto bolonhês, que os linguistas dizem que pertence à Gália - Itálico grupo de línguas e dialetos. No seu auge, era a segunda cidade da Itália e uma das mais importantes de todo o Império, com vários templos e casas de banho, teatro e arena. Depois de um longo declínio, Bologna renasceu no século 5 ao abrigo Bispo Petrônio. Segundo a lenda, São  Petrônio construiu a igreja de S. Stefano. 
 




Bologna é uma cidade cosmopolita, alegre, envolvida numa rica história, arte, música, cultura e culinária. É uma das mais bem preservadas cidades medievais na Europa e continua a ser única no seu valor histórico, contendo uma riqueza de monumentos artísticos medievais, renascentista e barroco. 

A paisagem é enriquecida pelos elegantes e extensos pórticos que a fazem famosa. No total, são 38 quilômetros de galerias no centro histórico da cidade, que torna possível caminhar por longas distâncias protegido da chuva, neve ou do sol quente do verão. 


 



O Pórtico de San Lucca, um dos mais longos do mundo, conecta a Porta Saragozza,
uma das doze portas da antiga muralha construída na Idade Média com o Santuário de San Lucca, em Colle della Guardia. 

 



O Santuário no topo da colina da Guardia é um dos símbolos de Bolonha. As 666 arcadas do pórtico proporciona um abrigo para a procissão que todos os anos, desde 1433, traz a Madona com o Menino Bizantino à catedral durante a semana da Ascensão. 

Construída no século 11, em seu interior estão obras de vários mestres. A mais importante é a pintura da Virgem com o Menino atribuído a Lucas, o Evangelista. Bologna tem inúmeras basílicas e catedrais.

 



Bologna foi nomeada pela UNESCO como Cidade da Música. O Museo della Musica Tabellini Enrico mostra alguns instrumentos musicais antigos. Além de sua rica tradição musical, evolui promovendo uma gama de gêneros do clássico ao eletrônico, jazz, folk e ópera. 

A grande população estudantil da cidade contribui para a vida noturna variada e vibrante. Há uma série de clubes de diferentes estilos e modos para satisfazer todos os gostos musicais. Existem também diversos teatros que organizam espetáculos musicais de ópera e sinfonia, danças contemporâneas, peças teatrais além das festas e diversos festivais. 

A Academia Filarmônica de Bologna foi criada em 1666. Desde então, tornou-se um ponto de referência para a vida da cidade musical e sua fama se espalhou por toda a Europa. Ali estão preservadas as obras de muitos alunos ilustres, incluindo documentos de Wolfgang Amadeus Mozart (1770) e autografada por Puccini, Verdi e Beethoven. 

Na cidade existem museus de todos os tipos e são muitos, além dos museus da Universidade. São museus arqueológicos, de artes, mineralogia, anatomia, naturalistas e os automotivos, como da Lamborghini e da Ferrari, além das diversas Galerias de arte.




Conhecida pela tradição de sua culinária, deu nome ao famoso molho à bolognesa, o ragù alla bolognese. A sua rica culinária local depende muito de carnes e queijos. Como em todas as partes da Emilia-Romagna, é a produção local dos presuntos, mortadelas, salames e queijos.

Tagliatelle al ragù, Lasagne, Tortellini e outras massas logicamente são acompanhadas pelos vinhos dos vinhedos locais: Pignoletto dei Colli Bolognesi, Lambrusco di Modena, Sangiovese di Romagna e outras especialidades.





Bologna é um viver "no-stress" que oferece melhor época para turistas quando o clima é mais quente e pode-se sentar nas praças e passear em seus diversos parques com lindas paisagens naturais que antes pertenciam á nobreza. Em agosto faz um calor excessivo e além disso muitas lojas e restaurantes estão fechados para as férias de verão. O inverno pode ser frio, mas a cidade é linda na semana do Natal...



24 dezembro 2010

Natal na Italia

O Natal na Itália tem algumas características que seguem tradições do cristianismo e pagãs. A maior festa do antigo regime do Império Romano, a "Saturnália" é uma celebração do Solstício de inverno e coincide com as celebrações cristãs. Consequentemente, o Natal para os italianos representa simultaneamente o nascimento de Cristo e o nascimento do Sol Indômito.

Uma das tradições italianas antigas é a abertura das festividades pelos "Piferari", ou banda de pífaros. Eles descem das montanhas de Abruzzo e Latium tocando e convidando para as festas, com seus sons característicos, enchendo o ar de alegria em antecipação à celebração.

Outra tradição é a queima de lareiras, que ficam acesas até o Ano Novo. É uma mistura do cristianismo e do paganismo. As crenças pagãs explicam que a purificação e revitalização do poder do fogo se concentra na lareira, quando os espíritos do mal do ano anterior são queimados. A lenda cristã fala que a Virgem Maria entra na casa dos humildes à meia-noite enquanto as pessoas estão na Missa do Galo e aquece o seu filho recém-nascido diante da lareira.



A noite de Natal tem a forte tradição do Presépio, construído de figuras artesanais e com sofisticação. Os presépios mais belos são construídos nas igrejas e algumas vezes há uma concorrência para possuir o presépio mais bonito. O povo vai de igreja em igreja para comparar e se deliciar com as miniaturas da cena do nascimento de Cristo, que geralmente assume grandes espaços e engenhosidade de movimentos das figuras. Muitos artesãos gastam anos construindo um presépio. Nas casas também monta-se o presépio, e somente na noite de natal coloca-se a figura do Jesù bambino.


Na maioria das localidades, a ceia de Natal consiste de peixe. Em Roma, o prato tradicional da noite de Natal é o Capitone, uma enguia grande, assada ou frita. Ao norte de Roma, os pratos tradicionais são a carne de porco, lingüiça com pernil e lentilhas, ou peru com castanhas. Comuns também são os doces de Natal. O Panetone, o Torrone e o Panforte - pão de gengibre com avelãs, mel e amêndoas. Todos os biscoitos, bolos e doces italianos contêm amêndoas e outras nozes. Tradições camponesas defendem que a ingestão de nozes favorece a fertilidade da terra e ajuda a criar os laços de família.


Na Roma antiga, o mel era ofertado nessa época do ano para que o novo ano fosse doce.
Os presentes das crianças são trazidos pela Befana, comemorada no dia 5 para 6 de janeiro. La Befana, também chamada de Strega ou Vecchia, é personagem mítica com aspecto de velha, que leva presentes para as crianças bem-comportadas e carvão para as mal-comportadas.

A origem descende de uma tradição pré-cristã, de base na cultura popular. Montada em uma vassoura, La Befana leva um saco de brinquedos, chocolates e caramelos. Ela passa sobre as casas deixando os presentes no caminho cheio de calçados deixados pelas crianças.
Os presentes são colocados nas meias penduradas nas lareiras ou nos sapatos deixados perto da porta.

As crianças italianas escrevem cartas e as escondem nas chaminés, para que La Befana as recolha. As cartas e ofertas são listas de brinquedos ou outros itens que desejam e pedem. La Befana, tradição tipicamente italiana, ainda não foi substituída pela figura de Babbo Natale (Papai Noel).
La Befana, muitas vezes, aparece nas ruas como uma pessoa mascarada, acompanhada de seu consorte, Befano, guiando um bando de seguidores que recebem ofertas das famílias e, em troca, recebem o presente da prosperidade das bênçãos dadas pela Befana.

Música preenche as ruas e as pessoas colocam bonecas com a imagem de La Befana em suas janelas, como convites de recepção às suas casas. No fim da celebração de La Befana, as bonecas são queimadas. Isso é feito para incinerar as coisas ruins que aconteceram no ano anterior e esperar boas realizações no ano seguinte.

15 dezembro 2010

Calabria, berço das civilizações




Chamada antigamente como Brutium, a Calábria é o berço das antigas civilizações, que deram o nome Itália ao país. Na antiguidade somente a Calábria se chamava Itália em homenagem ao seu rei: Ítalo. 






Situada no Mar Mediterrâneo, a península possui altas montanhas e um mar de uma cor incomparável, que compõem um cenário imerso em cultura milenar. As montanhas da Calábria formam os três parques nacionais: o Pollino, o Sila e o Aspromonte, que formam lindos bosques e florestas. 






No interior da Calábria estão espalhadas muitas aldeias, normalmente situadas nos cumes das colinas. De um lado estão as praias banhadas pelo Mar Tirreno; do outro as praias banhadas pelo Mar Jonico. As praias são extensas e limpas, muito preferidas pelos turistas no verão. 






No inverno, são os aventureiros alpinistas para aproveitar a neve nas montanhas. Conquistada e dominada por inúmeras culturas, como os normandos, os romanos, aragoneses etc., seus vestígios estão presentes nos monumentos históricos e nas ruínas arqueológicas. 






A Calábria tem um patrimônio artístico rico com palácios, igrejas, castelos e obras de arte como os Bronzes de Riace, as telas de Mattia Preti e o monumento Bizantino mais famoso da região, e a encantadora Cattolica de Stilo.






O patrimônio artístico da região está presente nas esculturas de madeira, cerâmica, manufatora de ouro, de ferro forjado e pedra. Os Bronzes de Riace são estátuas de bronze encontradas no Mar Jônico e estão no Museu de Reggio Calabria. 

As obras de arte são datadas do século 5 aC . Dada à sua geometria idealizada e anatomia impossível, apesar do aparente realismo, uma delas se atribui ao Fidias, considerado o maior escultor da Grécia Antiga.






Fruto de tradições gregas e albanesas e de comunidades que vivem nesta região, seu dialeto e seus hábitos se mantém vivos. 

Marcada por grandes tradições, uma característica marcante da região é seu folclore, que mistura catolicismo com o mundo clássico pagão e da Idade Média. 

Festas populares acontecem em diversas ocasiões, com produtos típicos como os cogumelos, as castanhas e colheita da uva. 











Cultura italiana




A Itália é um dos países que sempre teve influência na cultura européia e mundial, principalmente na arte e cultura. Por ter sido unificada apenas em 1870, muitas tradições culturais, hoje consideradas italianas, na verdade estão associadas a regiões específicas, que ainda conservam tradições antigas, como por exemplo, em Trento e Bolzano, que tem forte influência alemã.

Local de nascimento de diversos movimentos artísticos e intelectuais que se espalharam pelo mundo, principalmente na pintura, arquitetura e escultura, na Itália surgiram os grandes artistas Michelangelo, Leonardo da Vinci, Donatello, Botticelli, Fra Angelico, Tintoretto, Caravaggio, Bernini, Ticiano e Rafael, entre outros.


A base da língua italiana moderna foi estabelecida pelo poeta florentino Dante Alighieri, e sua obra A Divina Comédia é considerada a mais importante do período medieval. Grandes escritores italianos são Boccaccio, Castiglione e Pirandello, além dos poetas Tasso, Ariosto, Leopardi, e Petrarca, cujo estilo mais famoso é o soneto, uma invenção italiana.

Também é a nação de grandes filósofos: Bruno, Ficino, Maquiavel, Vico, Gentile e Umberto Eco, além de cientistas como Galileu Galilei, Leonardo da Vinci, Fermi, Cassini, Volta, Lagrange, Fibonacci e Marconi.





O piano e o violino são instrumentos inventados na Itália, que permitiram as criações das formas artísticas musicais, como a sinfonia, o concerto e a sonata.

A arte de fabricar violinos de primeira classe foi, por 200 anos, feito por três famílias de Cremona - os Amati, Guarnen e Stradivari, que deu origem à latinização Stradivarius.

O piano foi inventado por Bartolomeo Cristofori no início do século 18, mas só teve repercusão no final do século, ao ser usado por grandes músicos como Bach, Mozart e Beethoven.


Da música popular à clássica, foi precursora na expressão dos sons, o local onde nasceu a ópera, por Claudio Monteverdi. Alguns dos grandes compositores italianos mais célebres são Palestrina e Monteverdi, Barroco Corelli e Vivaldi, Paganini e Rossini, Verdi e Puccini e os contemporâneos Berio e Nono. Também é a terra de grandes cantores de ópera, como o inesquecível Luciano Pavarotti e outros, além da sua música romântica que é apaixonante e plena de poesia.




Este blog tem o intuito de divulgar a cultura italiana.
Não tendo fins lucrativos, é totalmente aberto a participação pública de todos que quiserem colaborar, dar sugestões para ampliar o conhecimento sobre a Itália, sua cultura, sua música, gastronomia e tudo mais.
Contatos podem ser feito através dos comentários no blog
ou enviar textos para lu_ou_lucia@hotmail.com

Turismo na Italia




A itália é um paises que recebe mais turistas na Europa, sendo considerada como a 5a. nação mais procurada como destino turístico no mundo. No entanto atualmente o país enfrenta alguns problemas socioeconômicos. Enquanto o norte é mais urbano e indutrializado, contrasta muito com o sul, área chamada de Mezzogiorno, mais agrário e menos industrializado que o norte além de possuir alto índice de criminalidade em função das atividades da máfia.

As cidades mais procuradas por turistas é Roma e o Veneto, depois Milão, Bologna, Firenze. Mas cada cidade, por pequena que seja, tem sempre uma atração diferente que atrai os turistas. Na Itália os trens são meios de transporte muito utilizados e ligam também regiões mais distantes, por exemplo, Milão-Nápoles e Turim-Milão-Veneza.

Os trens de alta velocidade viajam a 300 km/h, o que permite se deslocar rapidamente dentro da Itália por um preço razoável para turistas. Embora existam diversos aeroportos, os que recebem vôos internacionais são o Malpensa em Milão, e o Fiumicino em Roma. Também de uma área a outra pode-se usar o vaporetto e ônibus.

Os bilhetes devem ser comprados antes de entrar no ônibus e deve-se conservá-los até o final da viagem, caso seja exigido pelo fiscal que aparece algumas vezes nos ônibus que não tem trocador.

Imigração e lingua italiana




A Itália tem cerca de 60 milhões de habitantes, com muitos imigrantes. As cidades mais populosas são Milão, Roma, Nápoles, Torino e Palermo. Depois da unificação italiana em 1861, o feudalismo que controlava por séculos as terras do país entrou em decadência e muitos italianos passaram por severas situações de pobreza.

O norte foi o primeiro afetado e um número significativo de italianos do norte foram em busca de novas terras, principalmente em direção ao Brasil e Argentina. Anos mais tarde, também a região sul sentia os efeitos da mudança política na agricultura e um número maior ainda de italianos seguiu para o Estados Unidos. Em 1913 quando quase 1 milhão de pessoas tinham deixado o país, a Itália precisava da população para reconstruir o país e assim o regime facista restringiu a emigração na década de 1920.

Depois da 2a. Guerra Mundial, a Itália passou a receber imigrantes vindos de toda parte do mundo, por isso se vê nas ruas das cidades mais movimentadas, por exemplo em Milão, pessoas de todas as origens. A maior parte de estrangeiros na Itália são europeus; mas se vê também muitos africanos e romenos. Poucos são da Ásia ou da América Latina.

O idioma oficial é o italiano, uma lingua derivada do dialeto da Toscana. A língua italiana atual deriva em grande parte do latim vulgar. Existiam dois tipos de latim falados até à idade média: o latim clássico falado pelos romanos mais cultos e influentes ou pelos moradores da área original de Roma, que era mais complexo; e o latim vulgar, que era falado pelos soldados e pelos povos dominados pelos romanos. Como os soldados permaneciam por longo tempo em alguns locais e eram encarregados de impor a lingua latina aos colonos, a variante do latim vulgar se tornou mais falada no Império Romano. Foi a mistura dos dialetos locais com o latim que deram origem às linguas: português, espanhol, francês, romeno e um pouco do inglês.

Com a queda do Império romano do Ocidente e com a dispersão dos romanos, preservou-se apenas o latim vulgar durante a Idade Média, que permaneceu como lingua oficial do Vaticano até os dias de hoje e em algumas regiões. A Igreja católica exercia grande poder naquela época o que ajudou a preservar o idioma.

No século 19, com a unificação da Itália, se promulgou o italiano como língua oficial, que tem origem no dialeto falado na Toscana. Como a Itália era antes dividida em diversos reinos, com linguas e dialeto
s próprios, diversos dialetos prevaleciam na Itália. Mas ainda na Itália é comum a comunicação em dialetos que são incompreensíveis mesmo para regiões próximas. A tecnologia como a televisão e outros meios de comunicação ajudaram a difundir a lingua italiana. Com a imigração italiana, o idioma se difundiu no mundo.

Existem inúmeros dialetos em cada região, como o sardo na Sardegna, o napolitano na Campania, o piemontês no Piedmonte, o siciliano na Sicilia, o calabrês na calábria, o esloveno em Trieste, o alemão e o ladino em Bolzano e tantos outros. Nem mesmo os italianos entendem o dialeto de outros italianos. Muitas regiões bem próximas tem seu próprio dialeto, m
as normalmente fala-se o dialeto apenas entre amigos íntimos e familiares.

E quem pensa que na Itália todo mundo s
egue a religião católica, descobre que menos da metade da população frequenta as igrejas, pois existem muitos gregos e cristãos ortodoxos, evangélicos, testemunhas de jeová, muçulmanos, budistas, hindus, além da antiga comunidade judaica. Nota-se ainda uma grande tendência esotérica em algumas regiões.



Cidades Italianas




A Itália, tal como a conhecemos hoje, era bem diferente em tempos antigos. Durante a Idade Média, a Itália era dividida em vários reinos e cidades-estados, como o Reino da Sardenha, o Reino das Duas Sicílias e o Ducado de Milão. Esses reinos foram unificados em 1861 no período do Renascimento. 

Até a Segunda Guerra Mundial, a Itália tinha um império colonial que estendia seu domínio à Líbia, Eritreia, Somália Italiana, Etiópia, Albânia, Rodes, Dodecaneso e uma concessão em Tianjin, na China. Dentro da Itália estão dois estados independentes: San Marino e o Vaticano. Na Suiça está um exclave italiano, Campione d'Italia. 

Ocupando uma península de 300.000 km2, pode ser comparada ao tamanho de um estado brasileiro, com uma extensão pouco maior que o Estado de São Paulo. Na cultura popular é comum associar o formato político-geográfico da Itália a uma bota, chamado em italiano de Stivale. 

Ao norte estão os Alpes e um de seus pontos mais altos é o Monte Bianco. As montanhas dos Apeninos cortam o centro do país de norte ao sul, formando lindos vales. Existem 2 vulcões que são mais associados à Itália: o Monte Etna na Sicília e o Monte Vesúvio perto de Nápoles.

Dividida em 20 regiões incluindo as ilhas da Sardegna e da Sicilia, cada região é dividida em provincias ou cidades que são formadas por pequenas comunas. São 110 cidades divididas em 8.100 comunas ou comunidades. A capital do país é Roma e, embora seja um país relativamente pequeno, existem inúmeros dialetos e culturas diferentes na Itália.






1. LOMBARDIA compreende as provincias de Bergamo, Brescia, Como, Cremona, Lecco, Lodi, Mantova, Milano, Pavia, Sondrio e Varese 
2. TRENTINO-ALTO ADIGE compreende as provincias de Bolzano e Trento
3. FRIULI-VENEZIA GIULIA compreende as provincias de Gorizia, Pordenone, Trieste, Udine 
4. VENETO compreende as provincias de Belluno, Padova, Rovigo, Treviso, Venezia, Verona e Vicenza 
5. EMILIA-ROMAGNA compreende as provincias de Bologna, Ferrara, Forlì-Cesena, Modena, Parma, Piacenza, Ravenna, Reggio Emilia, Rimini 
6. MARCHE compreende as provincias de Ancona, Ascoli Piceno, Macerata, Pesaro Urbino 7. UMBRIA compreende as provincias da Perugia e Terni 
8. ABRUZZO compreende as provincias de Chieti, L'Aquila, Pescara e Teramo 
9. MOLISE compreende as provincias de Campobasso, Isernia 
10. PUGLIA compreende as provincias de Bari, Brindisi, Foggia, Lecce e Taranto 
11. BASILICATA compreende as provincias de Matera e Potenza 
12. CALABRIA compreende as provincias de Catanzaro, Cosenza, Crotone, Reggio Calabria e Vibo Valentia 
13. SICILIA compreende as provincias de Agrigento, Caltanissetta, Catania, Enna, Messina, Palermo, Ragusa, Siracusa e Trapani 
14. CAMPANIA compreende as provincias de Avellino, Benevento, Caserta, Napoli e Salerno
15. SARDEGNA compreende as provincias de Cagliari, Nuoro, Oristano e Sassari 
16. LAZIO compreende as provincias de Frosinone, Latina, Rieti, Roma, Viterbo 
17. TOSCANA compreende as provincias de Arezzo, Firenze, Grosseto, Livorno, Lucca, Massa-Carrara, Pisa, Pistoia, Prato, Siena 
18. LIGURIA compreende as provincias de Genova, Imperia, La Spezia e Savona 
19. PIEMONTE compreende as provincias de Alessandria, Asti, Biella, Cuneo, Novara, Torino, Verbano-Cuseo-Ossola, Vercelli 
20. VALE D'AOSTA compreende a provincia de Aosta.




De onde surgiu o nome Itália?



E de onde surgiu o nome Italia?

Os romanos antigos chamavam de Itália o sul da península Itálica ou Apenina, que significava terra de bois ou terra de pastos. Quando a hegemonia etrusca estava diminuindo com a expansão dos latinos, os povos do Sul, em particular os oscos, úmbrios e outros povos do centro e do sul, possuíam um numeroso rebanho bovino.

O gado vacum era tão importante para esses povos etruscos, que adotaram como emblema a imagem de um touro jovem, que apareceu em algumas moedas da época, com o nome de Vitalos. Em pouco tempo converteu-se em Italos, nome com que se denominou as tribos do Sul e incluiu também os latinos. Até meados do século I, o nome Itália era usado em latim para designar a Península, e Itali-orum para designar o povo, que ao final deu ao país, o nome de Itália

Agnone terra dos sinos




Agnone é uma cidade que foi fundada na época medieval. Localizada nas altas montanhas da Região de Molise,  pontilhadas por pequenos vilarejos, do alto tem-se uma vista deslumbrante. 

Devido ao seu relevo particular, nas montanhas de Molise através da história aconteceram muitos confrontos, o que acabou dando origem a pequenas aldeias fortificadas. Quatro delas foram incluídas na lista das aldeias mais bonitas de Itália.






Pouco conhecida pelo turismo internacional e até mesmo pelos italianos, a região de Molise tem um clima ameno no verão, o que atrai os fanáticos por treking e aqueles que querem fugir do calor das grandes cidades. 

No inverno, a temperatura muito baixa atrai aqueles que praticam esportes de inverno. Em Molise estão as cidades que são consideradas as recordistas de baixas temperaturas dentre todas outras cidades italianas. 


 



Com ruas e becos estreitos, o melhor de Agnone é andar devagar apreciando cada detalhe. A pressa ainda não chegou por lá. Sem muitos ruídos, quase não se vê a população andando pela cidade, exceto em dias de mercado.






Conhecida há mais de um século pela fabricação de sinos, os artesãos de Agnone são especialistas na fabricação de diversos artesanatos e joias. Devido à sua arquitetura e seus excelentes artesãos, a cidade é chamada "Città delle Arti".  






Com sua arquitetura medieval, ainda que a cidade seja pequena, nela encontram-se 14 igrejas. Uma delas é a Igreja de San Marco, com um portal renascentista destacado por um leão de cobre. 






San Marco é uma igreja decorada com incríveis obras de arte. Seus altares são ricamente decorados, tendo uma belíssima pintura da "Sacra Famiglia" ou Sagrada família. A igreja do Corso Garibaldi é ladeada por casas antigas, com leões de pedra perto das portas.





Mas o que dá destaque à cidade é a "Pontifícia Fonderia Marinelli", uma antiga fábrica de sinos, que funciona em Agnone por quase um milênio. É considerada como uma das mais antigas empresas do mundo, onde a família Marinelli tem mantido a fundição nos últimos 1000 anos. 






Seus sinos estão presentes no Vaticano. O mais recente produzido foi colocado na Torre inclinada de Pisa. É uma réplica do sino do século 17, que foi danificado durante os bombardeios da Segunda Guerra Mundial. 






Além da fundição dos sinos, também produzem a fundição de portais de bronze, baixos-relevos, artefatos para igreja e restaurações de sino. A fábrica mantem um museu, onde estão sinos com quase 1.000 anos de antiguidade e outros mais recentes.  






A fundição produziu os maiores sinos do mundo, que estão espalhados em várias cidades, como no Edifício das Nações Unidas em Nova York, Pequim, Jerusalém, St. Peters Square e outros. 






Em agosto se realiza a Fiera delle Arti e Mestieri Antichi - Feira de Arte e Antiguidades Feira de Artesanato de Agnone, numa grande área da cidade velha onde estão as casas dos artesãos que podem mostrar seus trabalhos. Artesanatos na feira incluem materiais de ourives, ferro forjado, rendas, bordados e outros. Na parte antiga da cidade está o Nuonno Palace.






Mas é na véspera de Natal que a cidade literalmente pega fogo. O "Carnevale Agnonese" mantém a tradição " Ndocciata ", é um desfile com enormes tochas artesanais feitas em nove bairros diferentes. Acompanhado pelo som das gaitas de foles, a procissão termina com uma fogueira chamada "Fogueira das Brotherhood" na Piazza Plebiscito. 






As pessoas que transportam as tochas usam um vestuário com capuz ou chapéu preto, uma tradição desde o vestuário antigo da tribo Samnitas, como uma forma tácita de humildade. 

O Festival tem suas raízes nas eras das tribos Samnitas tribos que usavam as tochas como fonte de luz durante as mudanças estratégicas tribais que ocorriam no período noturno. 






A tradição foi transmitida aos agricultores, que nos anos 800 iluminavam os caminhos para chegar às igrejas na noite de natal. Também serviam para espantar as bruxas. 

Atualmente a iluminação da fogueira na praça simboliza um encontro em que as pessoas queimam as coisas negativas e marca uma renovação para o próximo ano novo...






14 dezembro 2010

Sardegna, terra de maravilhas


Sardegna, uma terra de maravilhas cantada em versos e canções, guarda em seu pequeno território uma grande história de tradições. É a segunda maior ilha do Mar Mediterâneo e em tempos remotos, devido à sua localização estratégica, servia de interesse comerciais de diversos povos, tendo passado por uma sucessão de dominação estrangeira.

Nos tempos modernos, viagens e poetas enaltecem as belezas da Sardegna que tem uma paisagem privilegiada de florestas e bosques, além de suas praias de águas límpidas e areia branca que não se assemelha a nenhum outro lugar. São 4.000 km de praias e rochedos onde provavelmente Deus reservou como um paraiso, e suas altas montanhas parecem querer tocar o céu.

A Ilha da Sardegna é cercada por pequenas ilhotas que servem de paraiso turístico e também é o destino de grandes milionários que mantém suas casas de veraneio na ilha, atraidos pelo agradável clima da região, principalmente na Costa Esmeralda. As paisagens submarinas são muito coloridas por esponjas e corais devido à maior quantidade de luz que atinge o fundo do oceano devido às águas claras, onde existem muitas algas que são abundantes nas praias.

Em toda ilha são inúmeros os vestígios da presença nurágica na região, onde além das ruinas estão monumentos, torres e túmulos gigantes. Os Nuragicos eram de uma nação de guerreiros, marinheiros, pastores e agricultores, que viviam em aldeias e comercializavam com os fenícios, etruscos e outros. Ao longo da ilha há expressões e culturas que preservam a memória histórica, como as ruinas de Tharros.

Os costumes tradicionais da Sardegna representam um simbolo de uma época e se apresentam nas expressões artísticas durante as festas populares e os festivais, assim como influenciaram na gastronomia e no artesanato sardo. Em cada ponto da ilha há sempre uma surpresa de um cenário que muda e encanta a cada passo.




13 dezembro 2010

Santa Lucia de Siracusa



No ano 304 Lucia ou Luzia pertencia a uma rica família de Siracusa na Italia. Sua mãe Eutíquia, ao ficar viúva, prometeu dar a filha como esposa a um jovem da Corte local, mas ao ver sua mãe acometida de grave doença, Lucia foi ao sepulcro de Santa Ágata prometendo virgindade eterna.

Ao ser curada, a mãe permitiu que a filha mantivesse sua promessa e cancelasse o casamento como também consentiu que dividisse seu dote milionário com os pobres como era seu desejo. Entretanto o ex-noivo inconformado foi denunciar Lucia como cristã ao governador romano. Era o período da perseguição religiosa imposta pelo cruel imperador Diocleciano; assim a jovem foi levada a julgamento.




Como Lucia dava extrema importância à virgindade, o governante mandou que a levassem à força a um prostíbulo para servir à prostituição. Porém ela permaneceu imóvel e dez soldados não conseguiram arrastá-la conforme ordem do Imperador.

Lucia foi condenada a morrer ali mesmo. Os carrascos jogaram resina e azeite fervente sobre seu corpo, mas ela continuava viva. Somente um golpe de espada em sua garganta conseguiu tirar-lhe a vida.

Em 1039, para proteger as relíquias de Santa Lucia dos invasores árabes muçulmanos, um general bizantino as enviou para Constantinopla atual território da Turquia. Elas voltaram ao Ocidente por obra de um rico veneziano, seu devoto, que pagou aos soldados da cruzada de 1204 para trazerem sua urna funerária.




O dia de Santa Lucia ou Santa Luzia é celebrado no dia 13 de dezembro e seu corpo está guardado na Catedral de Veneza, embora algumas pequenas relíquias tenham seguido para a igreja de Siracusa que a venera também no mês de maio. A devoção à santa, cujo próprio nome está ligado à visão - Lucia deriva de Luce, luz em italiano - e já era exaltada desde o século 5.

Passado mais um século, o Papa Gregório Magno a incluiu para ser citada no cânone da missa. Os milagres atribuídos à sua intercessão a transformaram numa das santas auxiliadoras que é invocada nas orações para obter cura nas doenças dos olhos ou da cegueira, quando se deseja obter uma nova visão de vida e para vislumbrar um novo caminho.

Conta a antiga tradição oral que essa proteção, pedida a Santa Lucia ou Santa Luzia, se deve ao fato de que ela teria arrancado os próprios olhos entregando-os ao carrasco, preferindo isso a renegar a fé em Cristo. A arte perpetuou seu ato extremo de fidelidade cristã através da pintura e da literatura. Foi enaltecida pelo magnífico escritor Dante Alighieri na obra "A Divina Comédia", que atribuiu à  santa a função da graça iluminadora. Assim essa tradição se espalhou através dos séculos ganhando o mundo inteiro e permanecendo até hoje.

09 dezembro 2010

Cabras na Sardegna




Cabras é uma terra de envolvimento emocional. Possuindo uma extraordinária variedade de paisagens naturais e humanas, também se destaca pela riqueza de suas relíquias culturais. Localizada na Ilha da Sardegna, a região é marcada pela mudança climática, por isso mostra um olhar diferente a cada temporada. 







É precisamente seus recursos naturais, terra e mar, que fazem deste patrimônio natural e cultural, como único e inconfundível no contexto do Mediterrâneo ocidental. 






Localizada em uma área costeira, os quilômetros de praias que circundam a cidade são quase todas caracterizadas por areia de quartzo, do tamanho de grão de arroz e branca. 







Também em Cabras está a Ilha de Mal di Ventre, com suas belas praias e a ponta do Cabo de San Marco. Toda a zona costeira de Cabras é uma Área Marinha Protegida da Península Sinis.  Na primavera a área da Sinis oferece uma impressionante representação de cores, cheiros e sons ao renovar o ambiente natural, quando rompe o silêncio do inverno. 






O sítio arqueológico de Tharros, é a prova da intensa atividade humana no passado, com os monumentos Nuragici. Assistir o por-do-sol em Tharros entre as ruínas, ouvir os pássaros no parque, provar as delícias da Sinis, perceber pelo cheiro a muitos tons da brisa do mar, é uma experiência inesquecível. 





Em Setembro acontece o Festival San Salvatore, um dos eventos mais peculiares da Sardegna. Um grupo com cerca de mil corredores, todos jovens, descalços e vestindo uma túnica branca, realizam o simulacro de San Salvatore, que parte da igreja de Santa Maria Assunta até a Igreja de San Salvatore nas proximidades de Tharros. Essa igreja foi construída sobre um antigo santuário subterrâneo dedicado ao culto pagão da água. 




No dia seguinte, o percurso é repetido retornando a Cabras. Essa celebração lembra a preservação da imagem do santo durante o ano de 1500 após um ataque dos sarracenos. Depois da corrida tem uma festa, quando é servido para todos peixe grelhado e Vernaccia,  um vinho xerez típico da região.






A igreja de San Salvador foi na antiguidade um antigo templo subterrâneo dedicado  aos deuses Marte e Vênus. Desde a época nuragica até o fim do mundo antigo, havia o culto pagão à água de nascente, que foi substituído pela adoração cristã de San Salvatore. Inicialmente a celebração era realizada no templo e depois passou para a Igreja de San Giovanni.





As lagoas de Cabras, além dos flamingos rosados, que se pode apreciar às suas margens, é onde também acontece a Regata Fassonis; uma competição num barco tipo gôndola de origem antiga construída com junco entrelaçado que cresce na lagoa de Cabras. 







Os barcos de origem fenícia,partem numa competição de velocidade. Os competidores devem conseguir estar todo tempo na pequena embarcação. No final da competição as comemorações continuam com churrascos e peixes, e como sempre, Vernaccia para todos...





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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.