25 outubro 2010

Palmanova, a cidade estrela




Na região do Friuli, Palmanova é uma pequena e pitoresca cidade, sendo famosa por ter a estrutura de uma fortaleza chamada de Estrela Forte. Para se proteger das inovações militares, no século 16 foi construída a fortaleza em formato de uma estrela de 9 pontas e com 3 saídas.






Entre as pontas das estrelas as muralhas se projetam, de forma que cada ponta serve de proteção à outra e um grande fosso cerca a cidade. Dizem que a cidade planejada vista por um desenho era intrigante os olhos, mas na prática não oferecia condições habitáveis. 




 

Palmanova era para ser habitada por mercadores auto-sustentáveis, artesãos e agricultores. No entanto, apesar das melhores condições e o layout elegante da cidade ninguém queria se mudar para lá.






Em 1622 Veneza foi obrigada a perdoar criminosos e oferecer-lhes lotes de construção, livres de materiais se eles concordassem em morar em Palmanova. Assim começou a liquidação forçada desse magnífico espaço planejado.






Catedral: Um dos pontos turísticos é a catedral localizada em frente à Câmara Municipal, antigo Palácio de Provveditore. A catedral não era consagrada até 1777, até que foi incluída no Arcebispado de Udine.

A torre do sino da catedral, erguida em 1776 foi deliberadamente feita curta, para que durante os ataques à cidade os inimigos não conseguissem ver a catedral pela lado de fora dos muros da cidade. 

A fachada é feita de pedra proveniente de Istria - Ilha da Croácia, que é um tipo de material que tem as qualidades do mármore, porém é calcária e pouco porosa.

Em julho de cada ano é comemorado com festejos o dia do padroeiro da cidade.  Aos domingos e nas noites de verão proibe-se o tráfego de veículos, quando todos saem para passear pelas ruas e aproveitar os barzinhos.


 



Museo Civico: O Museu Cívico além de exibir informações sobre a fortaleza e ter uma coleção de armas antigas, também serve para realização de eventos importantes. Os três portões monumentais são Porta Udine, Porta Cividale e Aquiléia.

Durante a Primeira Guerra Mundial Palmanova foi o centro de hospitais, armazéns e um campo de exercício para as tropas. Até o final da Segunda Guerra Mundial, a fortaleza foi a sede de um centro de repressão contra os guerrilheiros. Em 1960 tornou-se um monumento nacional pelo decreto do Presidente da República Italiana.






Rivocazione storica:  Em 07 de outubro de cada ano a cidade se torna animada com os festejos de fundação da cidade, com shows, feiras e quiosques. 

Na Piazza Grande com os aristocratas e suas damas, há desfile de cavaleiros e demonstração de habilidades e danças folclóricas. Há encenação de atos de bravura ou duelos, que sempre terminam em empate. 



 
 
Aiello del Friuli

Palmanova Outlet Village em Aiello del Friuli próximo a Palmanova é uma espécie de um moderno shopping.  

Estrategicamente situado na confluência das  estradas que dão acesso à Itália,  Eslovênia e Suíça, as inúmeras lojas de grandes marcas exibem as últimas tendências da moda. 

Os visitantes encontram ainda um hotel sofisticado e elegante, dentro doVillage, que até permite hospedar-se durante a semana de compras.

 



Castello di Spessa Resorts


Pode-se ainda hospedar-se em um verdadeiro castelo do século 12, que está localizado em Capriva del Friuli bem perto de Palmanova. Ali pode-se desfrutar de uma decoração real da época, com taverna de vinhos, campos de golfe e lindos jardins. E nem custa tão caro. No Castello di Spessa Resorts pode-se ter uma suite para duas pessoas por 180 euros.






Um fato curioso de Palmanova são os estranhos circulos que apareceram em junho de 2010 nos campos de trigo na aldeia de Arsa Bagnaria perto de Palmanova.  

São misteriosas formas geométricas, de 50 metros de diâmetro, claramente visíveis a partir de cima. Não há vestígios de quem possa tê-lo feito, sendo objeto de estudos e especulações sobre OVNIs. 




 

19 outubro 2010

Marostica, cidade do jogo de xadrez humano






De natureza agradável, Marostica é um lugar pitoresco, que tem a planície do Veneto de um lado e morros verdes ao norte.  No alto da colina há um grande castelo com muros defensivos descendo a ladeira que envolve a cidade. É de onde se tem a mais bela vista panorâmica da região.  






Em 1311 Marostica passou para o domínio da família Della Scala ou Scaglieri, que eram senhores de Verona. Foi nessa época que surgiram as duas construções mais importantes da cidade: o Castelo Superiore no Monte Pausolino e o Castelo Inferiore ou Castello Da Basso aos pés da colina.  

Com os Scaligeri, Marostica tornou-se uma cidade murada e fortificada, tendo sido governada na época por Cangrande Della Scala, o mais famoso da família. Grandes portões nas altas muralhas permitem o acesso ao centro histórico.







A grande Piazza degli Scacchi sempre foi símbolo da intensa vida política e comercial da cidade. Fechada ao sul pelo Castelo Inferiore, ao norte tem a "Rocca di Mezzo", o Palazzo del Doglione, antiga sede da Banca Popolare di Marostica, que é a instituição de crédito mais antiga da cidade. 







Outra atração da cidade são as suas inúmeras igrejas antigas. Na época Scaligeri foi erigida a Igreja de Santo Antonio Abate, que a princípio teve dimensões de uma capela simples. Porém, a igreja mais antiga é a Pieve di Santa Maria Assunta. 

No século 15 que a cidade ganhou diversas construções religiosas, tal como a Igreja de San Marco, a Scoletta del SS.Sacramento em frente à Igreja de S. Antonio Abate e a Igreja dei Carmini. 









Marostica é famosa por um jogo de xadrez humano, que acontece na cidade durante o mês de setembro. Todas as peças são representadas por pessoas com trajes históricos e até os cavalos são reais. As partidas se desenvolvem nos movimentos de famosas disputas de xadrez, que podem contar com cerca de 550 figurantes em 2 horas de espetáculo.







A origem da tradição remonta ao ano de 1454, quando dois nobres guerreiros se apaixonaram pela mesma mulher e então a disputaram num duelo sangrento, como era o costume na época. Ocorre que o pai da moça não queria tornar-se inimigo de quem perdesse a disputa e nem que alguém morresse por isso. 







O pai da moça propôs aos dois guerreiros que se enfrentassem em uma partida de xadrez e até ofereceu a mão da outra filha para quem perdesse o desafio. Também decidiu-se que a partida seria disputada com verdadeiros soldados, cavalos e nobres representando o rei e a rainha. E a tradição é mantida até os dias de hoje.







Esse ar medieval está presente nos bares na praça central que são temáticos e os restaurantes que possuem cardápios especiais. Também pode-se encontrar pelo centro vários tabuleiros de xadrez para jogar, alguns com peças grandes e outros em tamanho tradicional.







Outro evento organizado em Marostica é um festival de cerejas em maio e junho.




17 outubro 2010

San Gimignano, cenário da novela Passione




San Gimignano è uma das cidades mais pitorescas e sugestivas da Toscana, no caminho de Firenze para Siena. É toda fechada, com duplo muro e cercada de altas colinas, em um mar de oliveiras que cobrem uma pequena elevação e vegetação chamada de Val d'Elsa. Algumas das cenas da novela Passione da Rede Globo,  são paisagens de San Gimignano.






San Gimignano
tem origem muito antiga e até hoje conserva suas características do século 4. Situada sobre uma colina, é conhecida com a cidade das torres e foi declarada como patrimônio da humanidade pela Unesco.

No passado foi uma pequena vila etrusca e desenvolveu-se no período medieval, tendo recebido o nome do bispo de Modena, San Gimignano, que dizem ter salvo o vila das hordas bárbaras.  Em 1199 deixou de ser um feudo do bispo de Volterra e tornou-se independente, tendo passado anos depois ao controle da república fiorentina.






Torres:
Chamada de cidade das torres, originalmente eram 72 torres, que foram construídas entre os séculos 11 e 13. Hoje restam intactas apenas 13 torres, a maioria em torno da Piazza della cisterna.

A torre mais alta e chamada La Rognosa está ao lado do Palazzo del Podestá. Considerado um dos monumentos mais importantes de San Gimignano, em diferentes salas do palácio pode-se encontrar vários afrescos nas paredes, como o Cenas da vida privada. No lado direito do Palácio ergue-se a Grande Torre erguida em 1300.







Construções e monumentos: A cidade tem inúmeros monumentos, dentre eles a Igreja de Santo Agostino. No duomo construído em 1100 existem diversos afrescos nas paredes, como aqueles que contam a história do Velho e Novo Restamento e  pinturas do século 14 da Escola de Siena e do século 15 da Escola Florentina.

Em 1348 a população de San Gimignano foi reduzida drasticamente pela Peste Negra. Nos séculos seguintes San Gimignano superou o seu declínio e isolamento, quando sua beleza e importância cultural foram redescobertos. Uma das construções mais marcantes da cidade é o Palazzo Pratellesi, construído entre 1300/1400 e que hoje é usado como biblioteca.





As vielas, praças e lojinhas da cidade são encantadoras. Uma das praças mais frequentadas por moradores e turistas é a Piazza della Cisterna, que parece ter saído de um conto de fadas. Segundo contam o poço foi projetado em 1287 para abastecer a cidade. Atualmente tornou-se um ponto de encontro de turistas, que costumam jogar moedas para ter a sorte de retornar a San Gimignano.

A praça é um lugar perfeito para curtir um "dolce far niente", ou seja, apreciar o movimento degustando um sorvete ou um café expresso. Ainda no centro histórico é possível encontrar muitas peças de artesanato, vinhos, azeites e especialidades locais, como o doce típico chamado "panforte", o macarrão "pici" mais largo que o spaghetti e o açafrão.



Zafferano (açafrão): O açafrão extremamente puro de San Gimignano é produzido naturalmente sem o uso de qualquer produto químico em todas as fases do seu cultivo, secagem e conservação. Cultivado desde a Idade Média e considerado um dos melhores do mundo, é muito usado na culinária italiana.

Essa é  especiaria mais cara da gastronomia mundial. Custa cerca de US$ 75.000 o quilo, mas o preço é justificável. A plantação do açafrão é uma tarefa árdua, pois cada bulbo deve ser plantado manualmente, o que obriga o trabalhador rural a caminhar agachado centenas de metros. Após a colheita segue-se o paciente trabalho de remoção do pistilo da flor chamada de Rosa de Açafrão (Crocus Sativus Lennaeus).




Porta delle Fonti:
se abre para o campo e leva à antiga às colunas onde se retirava água para lavar roupa e lavar as casas. Durante a Idade Média a cidade foi muito rica devido ser uma rota de negociação e peregrinação. Eles usavam chumbo nas obras de arte para decorar as igrejas e mosteiros.







Encenações medievais: No terceiro sábado e domingo de junho, as ruas e praças de San Gimignano lotam de turistas para ver as encenações medievais. Com cavaleiros trajados, que desfilam personagens do Concurso Cultural, na tarde de domingo o festiva termina com um torneio cavalheiresco no Parco della Rocca. Além da bela e emocionante apresentação, há uma exposição de artes e ofícios que funciona junto com  a feira de alimentos e gastronomia, sendo uma boa oportunidade para conhecer os deliciosos vinhos.






Vernaccia:
San Gimignano é conhecida principalmente pela produção do vinho Vernaccia, que é um dos vinhos brancos mais conhecidos na Itália. Com uma cor amarelo dourado e um rico bouquet, é apropriado como aperitivo mas também acompanhando peixes. As origens desse vinho são muito antigas. Registros do século 13 que mencionam a produção deste vinho. 






Pratos tradicionais: Um dos pratos tradicionais da região é javali. Os doces mais tradicionais é o Siena e o panforte Ricciarelli, tendo ainda a Pinolata, que é a mistura dos pignoli (pinhões) com creme. Em épocas de colheita há também pratos feitos a partir de cogumelos e trufas aromáticas recolhidas das colinas próximas.





É nessa cidadezinha medieval, perdida nas colinas toscanas, que existe o melhor sorvete encontrado na sorveteria
mais famosa do mundo! É verdade!... Localizada na Piazza della Cisterna é na Gelateria di Piazza que Sergio Dondoli, maestro dos sorvetes e docente na Gelato University prepara os sorvetes mais incríveis!... Uma de suas especialidades é o sorvete de açafrão, logicamente plantado e colhido em San Gimignano. Entre tantos outros, é um sorvete de  textura muito delicada. 




Maravilhoso ainda é apreciar os campos de girassóis de San Gimignano.




Péscia, a cidade de Pinocchio





Pescia é uma cidadezinha medieval da Toscana, localizada na base de dois longos vales da montanha pertencente à província de Pistoia. Dividida em duas áreas urbanas pelo rio Pescia, essas áreas são muito contrastantes.






A leste a cidade cresceu ao redor da Catedral, Paróquia de Santa Maria, de forma circular. À oeste, o núcleo urbano tem a forma longitudinal originário da Câmara Municipal e da atual Piazza Mazzini. 






Por causa dessa separação a cidade ficou dividida entre o lado religioso e o lado civil. Entre elas encontra-se uma ponte que liga as partes da cidade.






Considerada a capital das flores na Itália, é uma cidade onde pode-se circular andando por suas ruas, mas se preferir, pode deslocar de ônibus para conhecer a cidade.






Pescia tem muitas atrações como o Duomo di Santa Maria Assunta, a Igreja de San Francesco, a Igreja de San Antonio e o Palazzi de Pescia, que é composto pelos palácios Cecchi, Cardini, Galeotti, Podesta e o palácio comunal.





Mercado de flores


Mas o que mais encanta em Pescia é o Mercato dei Fiori, que é o mercado local de flores, com sua paisagem e fragrâncias incríveis e emocionantes, dando um colorido espetacular. 






Pescia é conhecida em toda Itália como a Capital italiana das flores. Além de exportar flores frescas e secas. Para os casais românticos, o passeio deve ser o caminho antigo chamado de Mulattiere.






Em setembro ocorre na cidade o Palio dei Rioni, uma competição de arco e flecha onde os participantes usam roupas medievais e há uma cerimônia incrível envolvendo toda a cidade. 





Villa Garzoni / Villagio di Pinocchio


Perto de Pescia está Collodi, chamada a cidade de Pinocchio, já que seu criador morava nesse vilarejo. Esse é um borgo medieval documentado desde o final do século 12, e a mãe de Carlo Collodi era dessa região. 






Ali está a antiga e aristocrata Villa Garzoni, com um amplo jardim, e também o parque dedicado ao personagem Pinocchio. Chamado Villagio di Pinocchio, o caminho do parque segue os eventos narrados no livro de Pinóquio, com todos os seus personagens.







12 outubro 2010

Pisa, a cidade da torre inclinada


Pisa é uma comuna da região da Toscana e descobertas arqueológicas revelaram a existência de um grande porto da época romana no seu subsolo. Nessas descobertas foram encontradas diversas embarcações de vários modelos, algumas delas intactas e ainda com a mercadoria que transportavam.





Há 20 séculos o estuário encontrava-se a 4 km do mar onde estava o maior porto romano; hoje está a 17 km do mar. Acredita-se que a inclinação da famosa Torre de Pisa se deve ao fato de ter existido mar ou um estuário maior que o atual. Diz a tradição que foi nesse porto que S. Pedro desembarcou para pregar o Evangelho, tendo daí seguido para Roma. Pisa, naquele tempo, estava à beira-mar, na foz do rio Arno.




A torre de Pisa, uma das atrações turísticas da cidade de Pisa, começou a ser construída em 1174. Foi projetada para abrigar o sino da catedral da cidade de Pisa, na Itália. Quando três dos oito andares estavam prontos, notou-se uma ligeira inclinação, em razão de um afundamento do terreno. Tentou-se compensar a falha fazendo os outros andares um pouco maiores do lado mais baixo, só que a estrutura afundou ainda mais pelo excesso de peso.






A torre acabou de ser erguida, inclinada, em 1350, atingindo 56 metros de altura. Hoje sua inclinação chega a cinco graus, e aumenta uma média de 20 milímetros por ano. Estava fechada ao público desde Janeiro de 1990, e um trabalho na base conseguiu diminuir a inclinação em 1,3 centímetro e calcula-se que nesse ritmo será recuperada até 2250. A visitação foi reaberta em dezembro de 2001. Em determinadas épocas se pode subir à noite e ter uma bela visão da Praça dos Milagres onde está a torre.





















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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.