12 dezembro 2019

Milano 13 Parco Sempione




                                   Parco Sempíone

Atrás do Castelo está o Parque Sempione, uma extensa área verde que na antiguidade foi uma floresta e depois transformado em jardim do castelo. Após a morte do último duque Sforza no início dos anos de 1500, os jardins ficaram abandonados.

O parque foi reconstruído entre 1888/1894 quando foram incluídas as vias transitáveis, o lago, a biblioteca e os jardins projetados em estilo inglês. Além de ser um lugar agradável para passear, há outras atrações, como a Torre Branca com mais de 100 metros de altura.

Quem curte design de móveis e decoração não pode perder as exposições da Triennale di Milano. No local há  exposições e eventos que tratam do design contemporâneo italiano, de arquitetura, planejamento urbano e artes em mídia. No museu há uma coleção de peças que recontam a história do design italiano, que se tornou celebre e reconhecível em todo o mundo.





                                     Arco della Pace

Faz parte da moldura do parque o "Arco della Pace", cujas obras foram iniciadas em 1807 para celebrar as vitórias de Napoleão. Na época chamado de "Arco delle Vittorie", mas diante da derrota de Waterloo o arco permaneceu inacabado. 






A obra só foi concluída durante o domínio do Imperador Ferdinando I da Áustria. Atualmente o arco triunfal marca o centro da praça e a melhor visão que se tem do arco é de longe, de preferência pela lateral do parque onde é possível ver a "Biga da Paz" acima do monumento.





Basilica S.M. delle Grazie
"Última Ceia" de Leonardo da vinci

Bem próximo ao castelo encontra-se a Basílica de Santa Maria delle Grazie, uma impressionante obra construída originalmente a partir de 1466. O Duque Ludovico il Moro era apaixonado pela basílica, por isso decidiu acrescentar novas áreas à igreja e quis embelezar o refeitório. Para isso ele encomendou a Leonardo da Vinci o afresco da "Última Ceia", que é uma das mais famosas obras do artista e de Milão.






Os anos em que Leonardo da Vinci passou na corte de Milão ficaram marcados na história da arte como o ápice de sua trajetória artística,  mas a lentidão do artista na obra encomendada tornou-se uma lenda. 

Às vezes o artista passava um dia inteiro pintando, mas às vezes passava vários dias sem tocar nos pinceis. Conta-se que o próprio duque, que tinha formação em artes, teria ajudado a finaliza-la.





As obras do afresco foram feitas entre 1495/1498, tendo como ponto focal os gestos e olhares dos apóstolos, cada um caracterizado com a reação diante das palavras de Cristo: "Algum de vocês vai me trair." 

Devido ao material utilizado e à umidade, após 20 anos de sua conclusão a obra começou a deteriorar. Quando a cidade esteve sob o domínio de Napoleão o refeitório foi usado como estábulo. Várias restaurações foram feitas para preservar a famosa obra que já esteve em risco de desaparecer.

Em 1943 o complexo quase foi totalmente destruído devido aos bombardeios da Segunda Guerra Mundial. As paredes laterais do refeitório não resistiram e desmoronaram, mas milagrosamente a parte onde está a "Santa Ceia" ficou de pé...





                     Museu de Ciência e Tecnologia

Este é um dos maiores museus de tecnologia e ciência do mundo, possuindo várias seções como a oficina do relojoeiro, os antigos computadores, acervo histórico, um galpão com barcos, protótipos, um pátio com locomotivas, aviões, um submarino e tudo o quanto se possa imaginar em questão de ciência e tecnologia.





                                   Leonardo da Vinci

O museu retrata fielmente a genialidade do grande mestre da pintura, que tinha múltiplos interesses além de sua arte. Reverenciado pelos milaneses através dos tempos, Leonardo da Vinci dividia seu espírito criador com a pesquisa científica.  

Por ser solitário, da Vinci ficava horas escrevendo suas ideias. Isso explica porque muitas vezes demorava para entregar seus trabalhos de pintura. Tinha o hábito de escrever de trás para frente e ninguém conseguia decifrar o que estava escrito. 

Talvez fosse pelo medo de ser confundido com um bruxo. Ainda mais porque costumava desenhar asa delta, helicóptero, bicicleta e outras coisas desconhecidas e que só viriam a ser inventados muitos séculos depois. Ele era sobretudo um visionário, muito adiante de seu tempo. Certa vez disse: 


"Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa,
nunca tem medo e nunca se arrepende ".  
( Leonardo di Ser Piero da Vinci  )



mapa do centro de Milano 

Milano 12 Museus e galerias de arte




                               Museu Arqueológico

Fora do castelo há o Museu Arqueológico, que está instalado no ex-convento de San Maurizio na Via Magenta. As diversas seções são separadas por assunto e época: pré-história, grega, etrusca, egipicia, Milão medieval, a arte de Gandhara com estátuas e relevos da doutrina budista etc. 

O complexo religioso foi construído reutilizando parcialmente antigas paredes das construções romanas. Ainda restam vestígios romanos, que podem ser vistos através de uma sala atrás do museu. 





                                Monastero Maggiore


É o mais antigo convento beneditino de Milão. Anexo ao monastério está a Igreja de San Maurizio construída em 1503. Apesar de sua aparência externa muito simples, seu interior contém belíssimos afrescos e um órgão de 1554 que ainda funciona quando são realizados concertos sazonais. 





                             Pinacoteca de Brera

No trajeto que leva ao castelo está a Pinacoteca di Brera, que é uma das galerias de arte mais importantes da Itália e um dos locais mais belos de Milão. 

Ali está reunida uma impressionante coleção de pinturas de mestres italianos dos séculos 14 a 20, incluindo Caravaggio, Bellini e Rafael e também uma grande coleção de arte veneziana. São mais de 20 salas com obras organizadas cronologicamente. 






A pinacoteca foi criada quando a Imperatriz Maria Teresa da Áustria promoveu em 1773 um projeto e transformação do antigo Colégio dos Jesuítas em um centro científico e cultural. 

No pátio existe uma estátua de Napoleão que foi retratado como Marte, que durante seu governo confiscou muitas obras de arte e levou-as para a pinacoteca. No Museu Jardim Botânico onde estão árvores antigas, como um par de Gingko Biloba e diversas outras de grande valor.





                            Museu del Risorgimento

Do outro lado do quarteirão está o Museu del Risorgimento. No local estão reunidas obras de arte, pinturas, gravuras e objetos que ilustram a história italiana no período de 1796 a 1870. 

A exposição segue uma ordem cronológica através de quinze salas. Ele está situado no Palazzo Moriggia, cujo proprietário era o Marquês Moriggia que morreu sem deixar herdeiros. 





                                Museu Poldi Pezzoli

Milão sempre foi voltada para a arte e a cultura e isso por ser notado em suas inúmeras galerias com exposições sazonais e permanentes, assim como nos pequenos museus que são muito interessantes. 

Um deles é o Museu Poldi Pezzoli que tem uma extensa coleção artística. Instalado numa residência aristocrática, o próprio prédio é uma atração e merece ser explorado em seus magníficos detalhes.






O museu foi inaugurado em 1881 após a morte de Gian Giacomo Poldi Pezzoli, que era muito interessado em artes e que durante sua vida se dedicou a colecionar vários objetos. 

Muitas obras se perderam durante a Segunda Guerra Mundial, mas o museu reabriu com o que restou em 1951. No museu há também peças decorativas, armas e armaduras, mas a grande atração é uma sala onde estão as peças mais valiosas. Uma delas é a "Pietà" de Botticelli.





                               Museus residenciais

Há outros museus que foram organizados pelos próprios moradores em suas residências, tal como o Museu Bagatti Valsecchi organizado por dois irmãos que pertenciam à alta sociedade de Milão. 

Localizado no Quadrilátero, no local há uma interessante coleção de pinturas do renascimento, do século 13 ao século 16, além de peças decorativas, móveis, tapetes, armaduras, espadas, relógios e outras peças.

Outro é o Museu Boschi Di Stefano que nasceu da generosidade de Antonio Boschi e Marieda Di Stefano, que em 1973 doou a sua coleção de arte contemporânea para ser organizada uma exposição na casa da família. A visita é gratuita e a prestigiada coleção inclui móveis contemporâneos, decoração Art Deco e obras de arte. 

A Villa Necchi Campigli também se tornou um museu. Situada perto da Piazza San Babila, é decorada com móveis e detalhes dos anos 1930 e algumas artes antigas do século 17 e 18. Uma cortina de vidro traz o jardim para dentro da sala. Depois da visita é possível tomar um chá à beira da piscina.  


Milano 10 Basílicas



Basílica de San Lorenzo 

Em frente à Basílica de San Lorenzo Maggiore existe um monumento dedicado ao Imperador Constantino. É uma das igrejas mais antigas e que tem a maior abóboda de Milão. 

Construída originalmente entre os anos 300/400 no Parco delle Basiliche ou Parque das Basílicas, certa vez foi destruída por um incêndio. Em 1573 a igreja desabou inesperadamente. Sua aparência atual resulta de diversas reconstruções através dos séculos.





Collone de San Lorenzo

À frente da basílica estão as ruínas de colunas romanas do século 2, chamadas de Colonne di San Lorenzo. Originalmente elas pertenciam a um templo pagão romano do século 3 e foram transferidas para completar a praça. 

Antes da Segunda Guerra Mundial haviam muitos cortiços entre a basílica e as colunas, que foram demolidos para dar maior amplitude à praça tornando-se um ponto de encontro de jovens milaneses.



Basílica de Sant'Eustorgio

Próximo ao Parco delle Basiliche está a Basílica de Sant'Eustorgio, que foi fundada em torno do século 4 e dedicada a Eustorgius que foi bispo de Milão. 

Atribui-se a Santo Eustorgius a transferência das relíquias dos Três Reis Magos de Constantinopla para Milão no ano 344.

Na antiguidade a basílica atraia muitos peregrinos por ser considerado o local onde estavam os restos mortais dos Três Reis Magos. 

O local coincide tradicionalmente com uma fonte onde foram feitos os primeiros batismos, sendo considerado um dos mais antigos lugares de oração dos cristãos. 

Abaixo do piso da basílica há vestígios de um cemitério com sepulturas de cristãos e pagãos, que foram vítimas da perseguição dos romanos.





Quando Milanofoi saqueada pelo cruel Imperador Germânico Frederico Barbarossa, que era chamado assim devido à sua barba ruiva, em 1164 ele levou para a Alemanha os restos mortais dos Três Reis Magos: Baltazar, Melchior e Gaspar. Hoje as relíquias estão na Catedral de Colônia, mas no alto da torre uma estrela de 8 pontas relembra a devoção aos santos reis. 

No cemitério dos mártires foram encontrados achados arqueológicos, sendo um deles uma pedra na qual está esculpida a figura de um jovem em atitude de oração e com os braços levantados. Por esta razão, ainda hoje é mantido o costume de orar assumindo a mesma atitude do jovem esculpido na pedra.

Ao longo dos séculos, foram feitas reformas, acréscimos de construção e redecoração que resultaram na atual estrutura da basílica e que mantém atualmente o Museu Diocesano contendo uma extensa coleção de obras de arte de renomados artistas, mobiliário e objetos litúrgicos. 

A basílica também foi usada pela inquisição até 1550, quando muitas pessoas acusadas de heresia e bruxaria foram torturadas ou queimadas no bosque. Chamado antes de Parco delle Basiliche, foi renomeado e atualmente é chamado Parco Papa João Paulo II.




Bairro Naviglio 

Adiante do Parco delle Basiliche há uma praça com um monumento que contém a inscrição: "Paci Popvlorvm Sopitae", que significa "A paz liberta os povos". E quem ousa descobrir mais sobre a cidade acaba encontrando lugares pitorescos como o bairro Naviglio com seus românticos canais. 

Muitos artistas buscam inspiração nesse local idílico, onde há um mercado de antiguidades no final de cada mês. Ao longo dos canais há casas, bares, restaurantes, lojinhas de antiguidades e antigos barcos que permanecem ancorados e funcionam como bares e cafés. 

Esse é um lugar movimentado, sobretudo quando se realiza feiras e eventos, quando mesinhas e ombrelones transformam as margens dos canais em um lugar muito animado.




Vicolo dei Lavandai 

Já na época romana haviam canais que eram usados para irrigação e transporte de mercadorias. No século 12 os canais foram reconstruídos, sendo o Ticinello o mais antigo da cidade cuja obra foi iniciada em 1179. 

Rapidamente surgiram outros canais deixando a cidade parecida com Veneza. Ainda hoje pode-se apreciar o antigo Vícolo dei Lavandai, um lugar histórico que relembra o local onde se lavava roupas à beira do canal onde, estranhamente, só os homens lavavam as roupas. 

E assim foi criado um dos maiores portos fluviais da Itália. O mármore usado na construção da Catedral de Milão foi transportado através de um desses canais que chegava até o centro da cidade. 

Com a invenção do automóvel, que tornou o transporte rodoviário mais rápido, muitos canais foram aterrados e transformados em estradas. Atualmente restam três canais, sendo o Naviglio Grande um dos locais mais visitados durante os meses de verão.




Igreja de San Cristoforo sul Naviglio

Na região há várias igrejas, mas tem destaque a antiga igreja de San Cristoforo sul Naviglio. Ela foi construída às margens do canal numa época em que Milão foi atingida por uma peste que matou 20.000 pessoas em meados de 1360. 

Segundo lendas, a peste chegou em Milão e na região da Lombardia devido às incursões de Galeazzo Visconti, que trouxera mercenários persas para a cidade. 

Nessa época foi construída uma capela dedicada a San Cristoforo, santo padroeiro dos doentes e leprosos, a quem se atribuiu a extinção das doenças em 1399. A partir de 1405 foram adicionadas novas construções, afrescos nas paredes e terminada a fachada que contém o brasão de armas da nobre família Visconti.






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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.