10 setembro 2010

Burano / Murano, as princesinhas do Veneto





Burano

Bucólicas e pitorescas casas coloridas, barcos de pesca e lojinhas de rendas; esse é o cenário de Burano, uma pequena ilha perto de Veneza que tem um jeito muito aconchegante.  Com as portas e janelas abertas, as roupas secando nos varais saúdam os visitantes que chegam na ilha.





Contam os guias turísticos que os pescadores desejavam identificar suas casas enquanto estivessem no mar, por isso as casas foram pintadas de diferentes cores.  No entanto, nota-se que do mar pouco se vê da ilha.




Burano pode ser facilmente reconhecida antes mesmo do barco chegar, por ter uma igreja com uma torre inclinada. Com 53 metros de altura, em cima da torre existia um anjo, que caiu em 1867 durante um temporal. Em seu lugar foi colocada uma cruz de ferro.



A maioria dos turistas que vão a Burano para conhecer seu colorido e comprar rendas, tem a impressão de que quem vive aqui tem uma vida muito alegre. 





Realmente os habitantes da ilha são muito alegres, receptivos e gentis.  Vivendo de um modo simples e sem pressa, além dos barcos o meio de locomoção mais usado são as bicicletas.



A Via Baldassare Galuppi é a principal rua da cidade, tendo sido batizada com o nome do compositor que nasceu na ilha. Na Piazza Galuppi, única praça da cidade, encontra-se a Igreja de San Martino Vescovo, que guarda uma obra muito importante do artista Gian Battista Tiepolo.



Ao lado da igreja está a Capela de Santa Bárbara e o Museu do Merletto. A arte do rendilhado nasceu no século 16 e levou a fama das rendas de Burano para as coleções da Europa. Porém essa arte, que se transmite com técnicas sábias e complexas, vem perdendo interesse dos jovens.



Para evitar a perda de tanta sabedoria artesanal, foi fundada uma escola do rendilhado, que tem como sede o Palazzo del Podestà. No entanto as lojinhas estão impregnadas por rendas de produção industrial asiática, e encontrar uma peça artesanal, é raro e custa muito caro.





Os buranelli adoram contar suas tradições e histórias, mas também suas maravilhosas lendas, que a cada momento ganham novos detalhes. Uma de suas lendas envolve a arte da renda. Segundo contam, um jovem pescador tinha marcado seu casamento com uma garota da ilha. Porém ao sair pelo mar se viu cercado por várias sereias, que tentavam seduzi-lo com seu canto. 

Por ter resistido e permanecido fiel à sua noiva, a rainha das sereias atingiu o lado do barco com sua cauda, levantando uma massa branca de espuma que se tornou um magnífico véu de casamento. Foi tanta a admiração do precioso presente, que as mulheres de Burano começaram a tecer com fio muito fino esse tecido que se tornou o famoso rendilhado de Burano.




Murano

Murano é uma série de ilhas ligadas a Venezia através de pontes. Famosa por sua arte em vidros, popularmente conhecidos por cristais de Murano, na realidade não são cristais. São apenas vidros trabalhados com uma técnica milenar, da qual não existe similares no mundo. 



Essa produção artesanal de vidros decorativos eram feitos em Veneza. Porém a esmagadora maioria dos edifícios de Veneza era construída em madeira, sendo mais propensa a incêndios. Em vista disso, a partir de 1291 todos os cristaleiros de Veneza foram obrigados a mudar-se para Murano.  




Durante o século 14 a ilha ficou famosa pela exportação de missangas de cristal e de espelhos.  Tradicionalmente reconhecida como a principal produtora de vidros e candelabros da Europa,  belíssimas peças são produzidas pelos artesãos. Por serem consideradas obras de arte, as peças tem preço condizente com a fama do artista. 






No Palácio Giustinian encontra-se o Museu do Cristal ou Museo Vetrario, onde estão expostas diversas peças, algumas delas da época medieval. 






Murano é um local agradável para passear, caminhar pelas ilhotas, atravessar pontes e conhecer suas antigas construções. Uma de suas construções notáveis é Palazzo da Mula.  Localizada às margens da Fondamenta Mula, embora seja uma construção bem antiga, ainda guarda o esplendor de sua época.   





Outras construções de destaque são: a Igreja de Santa Maria e São Donato, conhecida por seus mosaicos bizantinos, a Igreja de São Pedro Mártir, a torre da praça e o farol. 





Mas nada chama mais atenção do que a famosa escultura em vidro intitulada "Cometa Estrela de Vidro" ou "Comet Glass Star". Criada pela mestre Simone Cenedese, que tem uma oficina e galeria na ilha, a obra foi montada a partir de 500 elementos de vidro soprados em seis cores e uma variedade de tamanhos. 



Mazzorbo

Outras ilhas próximas são: Torcello, Mazzorbo e San Francesco del Deserto. Mazzorbo é uma ilha vinculada a Burano através de uma ponte. Conhecida no passado como Maiurbium, Mazzorbo foi um importante  centro comercial. 



Fundada pelos povos que tentavam fugir das invasões bárbaras, a partir do ano 640 se tornou um grande empório da região. Hoje a ilha é conhecida por suas vinhas e pomares. Suas casinhas coloridas com cortinas e flores nas janelas tornam seu cenário singelo e romântico.  



Sede de ricos palácios e numerosas igrejas, de sua antiga glória restam algumas casas em estilo gótico, que se encontram nas margens do canal principal. A bela Igreja de Santa Caterina, que foi construída a partir de 1283 em estilo gótico-romano, tem em seu campanário  um sino de 1318, que é o mais antigo da Laguna de Veneza. 



Torcello

Torcello foi uma das ilhas povoadas pelos venezianos quando fugiam da terra firme para se abrigar das invasões bárbaras. Devido aos pântanos da lagoa do sal e as salinas, Torcello se tornou um mercado de reexportação. Porém a lagoa ao redor da ilha de Torcello gradualmente tornou-se um pântano a partir do século 12 e a população abandonou a ilha que se tornou inútil.




Do antigo esplendor de Torcello, os numerosos palácios, as igrejas e os claustros desapareceram, restando apenas 4 conjuntos medievais,  como a catedral de Santa Maria Dell'Assunta e a igreja de Santa Fosca. 




Na ilha encontra-se o trono de Átila, que segundo a crença popular, pertenceu ao rei dos hunos. Também interessante é o Museu Arqueológico. Na atualidade a ilha abriga apenas 20 pessoas. 



San Francesco del Deserto 

A ilha de San Francesco del Deserto está um pouco mais distante. Para chegar até lá é preciso negociar com os barqueiros, mas os padres recebem muito bem quem vai visitá-los.


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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.