05 setembro 2010

La pizza napoletana



Faz muito tempo que o homem saboreia a pizza. Como todo prato de uma antiga história, não há muita especificação sobre sua origem, mas sabe-se que é uma evolução do pão. Desde que foi descoberta a fermentação da massa de trigo e o forno, graças ao talento dos egípcios, há mais ou menos 6.000 mil anos, começou-se a enriquecer os pães de forma achatada com diversos ingredientes, como azeitonas, ervas aromáticas e outros.

Segundo anotações do poeta Virgílio, os gregos e romanos faziam pães semelhantes. Ele mesmo registrou a receita do Moretum, uma massa não fermentada, assada, recheada com vinagre a azeite, coberta com fatias de alho e cebola crua. Se essa mesma massa fosse fermentada, Virgílio teria então a fórmula básica de uma pizza simples.

Em Nápoles, na Idade Média, acreditava-se nos valores nutritivos do lagano, massa de espessura muito fina, assada e cortada em tiras, que ao final era cozida com verduras. Embora tratasse do antecessor do talharim, parece que as variações sobre o Lagano originaram o conceito de Picea, e não muito tempo depois apareceria, pela primeira vez, na romântica Nápoles, a palavra pizza. No Sul da Itália até hoje a idéia da pizza abrange também as massas fritas e recheadas.

A verdadeira personalidade da pizza só surgiu depois que a Europa conheceu o tomate, descobrindo suas ricas aplicações na culinária. A pizza, considerada alimento dos pobres do sul da Itália, era preparada com ingredientes baratos como alho, peixes e queijo. Finalmente, no século 17, Nápoles começou a produzir sua pizza, e a imaginação e a criatividade dos padeiros enriqueciam o prato usando azeite, alho, muzzarela, anchova e os pequenos peixes cicinielli. Alguns mestres da culinária começaram até mesmo a dobrar suas massas recheadas, inventando assim e célebre calzone.

Em 1830 foi aberta a primeira pizzaria Napolitana, chamada Port Alba, que em pouco tempo se transformou no ponto de encontro de pintores, poetas e escritores famosos da época. Um deles foi Alexandre Dumas que chegou mencionar em suas obras as variações de pizzas mais populares da segunda metade do século 19. O autor de Os Três Mosqueteiros, chegou mesmo a anotar a receita de uma pizza feita com banha, toucinho derretido, queijo, cicinelli e tomate.

Outra curiosidade ocorreu em 1889, quando o Rei Umberto I e a Rainha Margherita passaram o verão em Nápoles no palácio Capodimonte. A rainha já havia ouvido falar muito no prato que se tornara típico daquela região; os comentários na corte eram todos excitantes, mas ela mesma nunca havia provado uma pizza. Um conceituado pizzaiolo, Don Raffaelo Esposito foi chamado para preparar suas especialidades e Don Raffaelo ofereceu aos nobres vários tipos de pizza, mas a que mais agradou a rainha foi uma que irradiava as três cores nacionais da Itália verde, branco e vermelho, ressaltadas pela muzzarela, tomate e basilico.

Negociante esperto, Don Raffaelo batizou-a de Pizza Margherita, o que lhe rendeu muitos lucros em seu restaurante e notoriedade histórica na culinária Italiana. Juntamente com a Pizza Napolitana, a Pizza Margherita, fez Nápoles conquistar a Itália, e logo, a Itália conquistar o mundo, através do meio mais agradável - o paladar. Junta-se a isso um vinho saboroso e uma canção aveludada para entendermos, porque afinal, a pizza conquistou o mundo.

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Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.