24 dezembro 2010

Natal na Italia

O Natal na Itália tem algumas características que seguem tradições do cristianismo e pagãs. A maior festa do antigo regime do Império Romano, a "Saturnália" é uma celebração do Solstício de inverno e coincide com as celebrações cristãs. Consequentemente, o Natal para os italianos representa simultaneamente o nascimento de Cristo e o nascimento do Sol Indômito.

Uma das tradições italianas antigas é a abertura das festividades pelos "Piferari", ou banda de pífaros. Eles descem das montanhas de Abruzzo e Latium tocando e convidando para as festas, com seus sons característicos, enchendo o ar de alegria em antecipação à celebração.

Outra tradição é a queima de lareiras, que ficam acesas até o Ano Novo. É uma mistura do cristianismo e do paganismo. As crenças pagãs explicam que a purificação e revitalização do poder do fogo se concentra na lareira, quando os espíritos do mal do ano anterior são queimados. A lenda cristã fala que a Virgem Maria entra na casa dos humildes à meia-noite enquanto as pessoas estão na Missa do Galo e aquece o seu filho recém-nascido diante da lareira.



A noite de Natal tem a forte tradição do Presépio, construído de figuras artesanais e com sofisticação. Os presépios mais belos são construídos nas igrejas e algumas vezes há uma concorrência para possuir o presépio mais bonito. O povo vai de igreja em igreja para comparar e se deliciar com as miniaturas da cena do nascimento de Cristo, que geralmente assume grandes espaços e engenhosidade de movimentos das figuras. Muitos artesãos gastam anos construindo um presépio. Nas casas também monta-se o presépio, e somente na noite de natal coloca-se a figura do Jesù bambino.


Na maioria das localidades, a ceia de Natal consiste de peixe. Em Roma, o prato tradicional da noite de Natal é o Capitone, uma enguia grande, assada ou frita. Ao norte de Roma, os pratos tradicionais são a carne de porco, lingüiça com pernil e lentilhas, ou peru com castanhas. Comuns também são os doces de Natal. O Panetone, o Torrone e o Panforte - pão de gengibre com avelãs, mel e amêndoas. Todos os biscoitos, bolos e doces italianos contêm amêndoas e outras nozes. Tradições camponesas defendem que a ingestão de nozes favorece a fertilidade da terra e ajuda a criar os laços de família.


Na Roma antiga, o mel era ofertado nessa época do ano para que o novo ano fosse doce.
Os presentes das crianças são trazidos pela Befana, comemorada no dia 5 para 6 de janeiro. La Befana, também chamada de Strega ou Vecchia, é personagem mítica com aspecto de velha, que leva presentes para as crianças bem-comportadas e carvão para as mal-comportadas.

A origem descende de uma tradição pré-cristã, de base na cultura popular. Montada em uma vassoura, La Befana leva um saco de brinquedos, chocolates e caramelos. Ela passa sobre as casas deixando os presentes no caminho cheio de calçados deixados pelas crianças.
Os presentes são colocados nas meias penduradas nas lareiras ou nos sapatos deixados perto da porta.

As crianças italianas escrevem cartas e as escondem nas chaminés, para que La Befana as recolha. As cartas e ofertas são listas de brinquedos ou outros itens que desejam e pedem. La Befana, tradição tipicamente italiana, ainda não foi substituída pela figura de Babbo Natale (Papai Noel).
La Befana, muitas vezes, aparece nas ruas como uma pessoa mascarada, acompanhada de seu consorte, Befano, guiando um bando de seguidores que recebem ofertas das famílias e, em troca, recebem o presente da prosperidade das bênçãos dadas pela Befana.

Música preenche as ruas e as pessoas colocam bonecas com a imagem de La Befana em suas janelas, como convites de recepção às suas casas. No fim da celebração de La Befana, as bonecas são queimadas. Isso é feito para incinerar as coisas ruins que aconteceram no ano anterior e esperar boas realizações no ano seguinte.

Um comentário:

  1. Lucia
    Sou um Biólogo e professor buscando a divulgação do VERDE VIDA, que trata da causa ambiental/humanística. Se puder vá até a página.
    http://www.vervida.blogspot.com

    Felicidade em sua jornada.

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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.