Crotone, ao sul da Itália na Calábria, é uma cidade litorânea com lindas praias banhadas pelo mar Jônico.
Com belas e extensas praias e confortáveis resorts, percorrer ao longo da costa do Mar Jônico em Crotone é descobrir belezas naturais e também muitas histórias.
Castelo Le Castella
Nas praias perto de Capo Rizzuto há um antigo castelo chamado Le Castella, que foi construído em uma ilha onde se chega por um estreito caminho.
O Centro histórico, com um labirinto de ruelas estreitas, contrasta com os modernos prédios nas grandes avenidas, fazendo de Crotone uma mistura de história, arqueologia e belas paisagens naturais. No passado foi uma cidade-estado da Magna Grécia, o que fez prosperar inúmeras histórias, mitos e lendas.
A cidade foi fundada no século 8 a.C. por um aqueu corcunda, chamado Myskellos. Ele teve um sonho em que o herói grego Héracles ou Hércules o mandava fundar uma cidade em homenagem a Kroton, já que esse morador da cidade havia hospedado o herói grego. Assim Myskellos deu seu nome à cidade: Crotone.
Em Capo Colonna, vestígios arqueológicos da antiga cidade, ainda podem ser encontrados junto ao mar. Chamado antigamente como "Promunturium Lacinium", seu nome deriva de uma coluna restante do Templo da deusa Juno Lacinia ou Hera.
Santuário de Santa Maria di Capo Colonna |
Construído no ano 1000, manuscritos dizem que naquele lugar tinha existido uma capela desde o ano 500, onde se venerava o quadro sagrado com a imagem de Nossa Senhora.
Durante uma invasão os turcos muçulmanos lançaram o quadro ao mar. Porém a tela retornou suavemente para a costa, tendo sido encontrada por um pescador, que a guardou por muitos anos. Somente revelou seu segredo em seu leito de morte.
Catedral de Santa Maria Assunta
A Catedral de Santa Maria Assunta, construída no século 9, guarda em seu interior o quadro bizantino da Madonna de Capo Colonna junto com o Menino Jesus, que segundo a tradição veio da Terra Santa nos primeiros anos da era cristã.
Igreja de San Giuseppe
Castelo Carlo V
Por ser uma cidade litorânea, era preciso se defender a cidade das invasões inimigas, por isso no século 16 Carlo V mandou construir o grande Castelo Carlo V.
Com suas grandes muralhas, que ocupam uma extensa área, as torres cilindricas e várias vigias tem uma exuberante visão do porto e do mar. Atualmente o castelo pertence ao Estado e funciona como museu.
Milo de Crotone
No passado Crotone era famosa por seu clima, pela beleza de suas mulheres e pela força física de seus homens. Um deles era o atleta grego, conhecido como Milo de Crotone, que nasceu nessa cidade.
Ele competiu nos mais importantes Festivais de Atletismo da antiga Grécia, tendo sido campeão por várias vezes consecutivas. Como outros atletas bem-sucedidos da Grécia antiga, Milo era objeto de lendas fantásticas sobre sua força e poder.
Segundo a lenda, ele treinava carregando um bezerro amarrado sobre seus ombros. À medida que passava o tempo o bezerro crescia, o que levou Milo a desenvolver sua força para carregar aquele bezerro cada vez mais pesado.
E assim, algum tempo depois, Milo era visto andando pela cidade carregando um touro nas costas. A lendária força de Milo e sua morte tornaram-se temas da arte e da literatura. Milo tinha força, mas não tinha nobreza e humildade.
Para provar sua força, ele inseriu suas mãos em uma fenda para rasgar uma árvore. Porém a cunha escapou e a árvore fechou sobre suas mãos prendendo-o. Incapaz de se libertar, o lutador foi devorado por feras. Frequentemente, seu exemplo é usado para ilustrar a efemeridade da vida e da glória.
E assim, algum tempo depois, Milo era visto andando pela cidade carregando um touro nas costas. A lendária força de Milo e sua morte tornaram-se temas da arte e da literatura. Milo tinha força, mas não tinha nobreza e humildade.
Para provar sua força, ele inseriu suas mãos em uma fenda para rasgar uma árvore. Porém a cunha escapou e a árvore fechou sobre suas mãos prendendo-o. Incapaz de se libertar, o lutador foi devorado por feras. Frequentemente, seu exemplo é usado para ilustrar a efemeridade da vida e da glória.
Vinhos de Crotone
O famoso vinho DOC Cirò provém de Cirò Marina. Com sabor característico e acentuado, o Cirò Rosso é o vinho mais antigo e mais importante da Calábria, pertencendo à casta dos vinhos nobres da história do vinho italiano. Diz um slogan que todo o sabor dos vinhos da Calábria cabe em Crotone.
Cirotano foi o primeiro vinho a ser produzido na área costeira e sua história se perde em muitos mitos e lendas. Desde a antiguidade e até os dias atuais, o vinho Cirò é famoso pelas suas virtudes terapêuticas e muitos médicos o indicavam para quem quisesse recuperar suas energias e vitalidade, afirmando que se tratava de um tônico revigorante e rejuvenescedor, graças ao uso de antigos métodos de vinificação.
Quando os primeiros gregos desembarcaram na costa da Calábria ficaram tão impressionados com a fertilidade da terra, rica de vinhedos, que a chamaram de Enotria, a terra do vinho. O vinho ali produzido era tão valorizado pelos antigos gregos que, segundo as tabelas da antiga cidade de Heraclea, um lote de vinhedo valia seis vezes mais do que um lote de cereais.
Os agricultores helênicos trouxeram consigo novas técnicas de vinificação e implantaram novos vinhedos. É muito provável que alguns vinhedos presentes na atualidade sejam de origem grega. Em Crotone se produzia o Krimisa, um vinho ancestral do Cirò, numa região chamada Krimisa, que tinha um imponente templo dedicado a Bacco.
Hoje, esse é o local de Cirò Marina. A produção de vinho era tão importante na região que, para facilitar o seu transporte e o carregamento nas embarcações no porto, foi construída uma tubulação feita de terracotta que levava o vinho do alto das colinas até o porto. E por ser tão valioso, os vencedores nos Jogos Olímpicos recebiam como prêmio o valioso vinho.
Pitágoras de Samo
A Magna Grécia é possivelmente o tempo mais frutífero que Crotone já conheceu. Foi durante esse tempo que Pitágoras de Samo escolheu a cidade como o local para sua escola.
Das muitas lendas de Crotone, as mais intrigantes são as que envolve Pitágoras, o famoso matemático de Samos que viveu entre cerca de 571 a.C. e 570 a.C.
Durante seus estudos Pitágoras percorreu por 30 anos pelo Egito, Babilônia, Síria, Fenícia e talvez a Índia e a Pérsia, onde acumulou ecléticos conhecimentos de astronomia, matemática, ciência, filosofia, misticismo e religião.
Ele foi contemporâneo de Tales de Mileto, Buda, Confúcio e Lao-Tsé. Quando retornou à sua cidade natal, indispondo-se com o tirano Polícrates , emigrou para o sul da Itália em Crotone, que era de dominação grega.
Ele foi contemporâneo de Tales de Mileto, Buda, Confúcio e Lao-Tsé. Quando retornou à sua cidade natal, indispondo-se com o tirano Polícrates , emigrou para o sul da Itália em Crotone, que era de dominação grega.
Historicamente Pitágoras foi uma figura imprecisa, sendo difícil separar sua história das lendas a seu respeito. Nada deixou escrito e tudo o que se sabe dele deve-se à tradição oral.
Dizia-se que o mestre Pitágoras vivia repetindo aos seus discípulos: " Todas as coisas se assemelham aos números". Ele teria chegado à concepção de que todas as coisas são números e o processo de libertação da alma seria resultante de um esforço basicamente intelectual.
A purificação resultaria de um trabalho intelectual, que descobre a estrutura numérica das coisas, tornando a alma como uma unidade harmônica. Nesse caso os números não seriam símbolos, mas valores de grandezas, ou seja, o mundo não seria composto dos números 0, 1, 2, etc, mas dos valores que eles exprimem. Assim, uma coisa manifestaria externamente a estrutura numérica, sendo esta coisa o que é, por causa deste valor.
Em Crotone Pitágoras fundou a Escola Pitagórica, que pode ser considerada a Primeira Universidade do Mundo. A Escola Pitagórica e as suas atividades foram envoltas por um véu de lendas, uma entidade parcialmente secreta que tinha centenas de alunos atraídos pelos ideais de respeito e justiça em harmonia com a natureza, que compunham uma irmandade religiosa e intelectual.
Pitágoras ensinava sobre a reencarnação, o aperfeiçoamento do homem, astronomia, as virtudes e a obrigação com os deveres sociais. O mestre cobrava uma disciplina austera, acreditando que o mal que atrasa a evolução do indivíduo tem origem nos abusos, nos vícios e, por consequência, no descontrole emocional.
Segundo o pensamento pitagórico, a disciplina vegetariana, a libertação dos desejos grosseiros, da ganância, a capacidade de perdoar as ofensas, o controle do egoísmo e do medo, fortaleceriam o caráter, mudariam a visão curta da vingança para aquela mais longa do perdão que encerra a dolorosa corrente do "olho por olho".
Para Pitágoras, cada homem é em si mesmo, em absoluto, o caminho, a verdade, a vida, uma antecipação do reino de Deus que está em cada um de nós e a solução está em nós, por isso não devemos cobrá-la dos outros, afinal, não é do sofrimento proporcionado aos semelhantes que a humanidade progride.
Dizia-se que o mestre Pitágoras vivia repetindo aos seus discípulos: " Todas as coisas se assemelham aos números". Ele teria chegado à concepção de que todas as coisas são números e o processo de libertação da alma seria resultante de um esforço basicamente intelectual.
A purificação resultaria de um trabalho intelectual, que descobre a estrutura numérica das coisas, tornando a alma como uma unidade harmônica. Nesse caso os números não seriam símbolos, mas valores de grandezas, ou seja, o mundo não seria composto dos números 0, 1, 2, etc, mas dos valores que eles exprimem. Assim, uma coisa manifestaria externamente a estrutura numérica, sendo esta coisa o que é, por causa deste valor.
Em Crotone Pitágoras fundou a Escola Pitagórica, que pode ser considerada a Primeira Universidade do Mundo. A Escola Pitagórica e as suas atividades foram envoltas por um véu de lendas, uma entidade parcialmente secreta que tinha centenas de alunos atraídos pelos ideais de respeito e justiça em harmonia com a natureza, que compunham uma irmandade religiosa e intelectual.
Pitágoras ensinava sobre a reencarnação, o aperfeiçoamento do homem, astronomia, as virtudes e a obrigação com os deveres sociais. O mestre cobrava uma disciplina austera, acreditando que o mal que atrasa a evolução do indivíduo tem origem nos abusos, nos vícios e, por consequência, no descontrole emocional.
Segundo o pensamento pitagórico, a disciplina vegetariana, a libertação dos desejos grosseiros, da ganância, a capacidade de perdoar as ofensas, o controle do egoísmo e do medo, fortaleceriam o caráter, mudariam a visão curta da vingança para aquela mais longa do perdão que encerra a dolorosa corrente do "olho por olho".
Para Pitágoras, cada homem é em si mesmo, em absoluto, o caminho, a verdade, a vida, uma antecipação do reino de Deus que está em cada um de nós e a solução está em nós, por isso não devemos cobrá-la dos outros, afinal, não é do sofrimento proporcionado aos semelhantes que a humanidade progride.
Feliz é quem se satisfaz controlando vaidades e ambições mundanas. Feliz é quem pensa na eternidade que o espera e traz para si a felicidade e o êxtase da presença de Deus em seu íntimo.
Segundo o pitagorismo, o número é a essência e princípio fundamental que forma todas as coisas.
Segundo o pitagorismo, o número é a essência e princípio fundamental que forma todas as coisas.
Os pitagóricos não distinguiam em forma, lei e substância, considerando o número o elo entre estes elementos.
Para os pitagóricos, existiam quatro elementos: terra, água, ar e fogo e por isso, eles investigaram as relações matemáticas e descobriram vários fundamentos da física e da matemática.
Além de grandes místicos, os pitagóricos eram grandes matemáticos que descobriram propriedades interessantes e curiosas sobre os números, tal como o número perfeito, que é a soma dos seus fatores multiplicativos igual ao próprio número: 1+2+4+7+14 = 28
Assim como outros filósofos gregos pré-socráticos, Pitágoras também descreveu o poder do som e seus efeitos sobre a psique humana. Essa experiência musicoterápica possivelmente foi utilizada mais tarde por Aristóteles, como base teórica para sua definição de música, que, segundo ele, era uma arte medicinal.
Além de grandes místicos, os pitagóricos eram grandes matemáticos que descobriram propriedades interessantes e curiosas sobre os números, tal como o número perfeito, que é a soma dos seus fatores multiplicativos igual ao próprio número: 1+2+4+7+14 = 28
Assim como outros filósofos gregos pré-socráticos, Pitágoras também descreveu o poder do som e seus efeitos sobre a psique humana. Essa experiência musicoterápica possivelmente foi utilizada mais tarde por Aristóteles, como base teórica para sua definição de música, que, segundo ele, era uma arte medicinal.
O símbolo utilizado pela escola era o pentagrama que, conforme descobriu Pitágoras, possui algumas propriedades interessantes.
Um pentagrama é obtido traçando-se as diagonais de um pentágono regular. Pelas intersecções dos segmentos dessa diagonal é obtido um novo pentágono regular, que é proporcional ao original exatamente pela razão áurea.
O pentagrama é também conhecido como o símbolo do infinito, pois é possível fazer outro pentagrama menor dentro do pentagrama maior e assim sucessivamente.
Possui simbologia múltipla, sempre fundamentada no número 5, que expressa a união dos desiguais. Representa uma união fecunda, o casamento, a realização, unindo o masculino, o 3 e o feminino, o 2, simbolizando ainda, dessa forma, o andrógino.
Tal argumento foi refutado por Aristóteles, pois ele acreditava em uma justiça geométrica, na qual cada indivíduo receberia uma punição ou ganho qualitativamente ou proporcionalmente ao ato cometido, ou seja, ser desigual para com os desiguais a fim de que estes sejam igualados com o resto da sociedade.
Pitágoras ficou conhecido também como o filósofo feminista, visto que na escola havia muitas mulheres discípulas e mestres, tais como Theano, que se tornou sua mulher. Mas a comunidade pitagórica de Crotone, inofensiva por natureza e voltada para a busca da paz, durou pouco.
Sua fama despertou o interesse da juventude, de pessoas mais sensíveis, mas também despertou o temor dos déspotas que governavam com mão de ferro os territórios vizinhos.
A comunidade foi cercada, incendiada e os discípulos morreram levando consigo a sua filosofia e o misticismo dos números. Pitágoras conseguiu escapar e peregrinou pela Itália por mais duas décadas transmitindo seus ensinamentos.
Ao ser banido, Pitágoras se refugiou em Metaponto onde morreu em 490 a.C. Com quase 100 anos, ele tinha uma idade fantástica para aquela época. Seus longos anos de vida diziam ser fruto de sua dieta, meditação e autocontrole.
Ao ser banido, Pitágoras se refugiou em Metaponto onde morreu em 490 a.C. Com quase 100 anos, ele tinha uma idade fantástica para aquela época. Seus longos anos de vida diziam ser fruto de sua dieta, meditação e autocontrole.
Apesar de ser iniciador da filosofia ocidental, passou à história como grande matemático, pois ensinava que o universo se sustenta no equilíbrio dos números e apenas esse lado do seu pensamento não incomodou ninguém.
O restante de sua obra foi sistematicamente destruído como ameaça aos detentores do poder e da riqueza material. E não podia ser por menos, Pitágoras sustentava que "O Estado existe para o benefício do governado", uma verdadeira heresia para a maioria dos governantes, que agem até hoje usando o Estado em benefício próprio...
O restante de sua obra foi sistematicamente destruído como ameaça aos detentores do poder e da riqueza material. E não podia ser por menos, Pitágoras sustentava que "O Estado existe para o benefício do governado", uma verdadeira heresia para a maioria dos governantes, que agem até hoje usando o Estado em benefício próprio...
cidade linda,meu pai nasceu em crotone,ainda não posso conhece-la,mas um dia com certeza irei conhecer essa belíssima cidade.
ResponderExcluirEu conheço Crotone e tenho parentes lá. Estive em Crotone em setembro de 2018. Visitei Capo Colonna, Le Castella e muitos outros pontos turísticos. Realmente uma cidade muito bonita, tranquila e acolhedora. Lindas praias. Vale a pena conhecer.
ResponderExcluirConheço Crotone. Tenho parentes lá. Estive lá em setembro de 2018. Visitei Capo Colonna, Le Castela e muitos outros pontos turísticos. Cidade lindíssima, tranquila e de ótimas praias. Vale a pena conhecer.
ResponderExcluirMario Panucci - Jau /SP /BR
Lendo Pitágoras me dá a certeza de que não mais devemos viajar para 'curtir férias', mas sim, estudar e sentir tudo o que foi vivido em cada rincão desse globo terrestre. Crotona foi o terreno de algo transformador para a humanidade, um exemplo e ideias tão fortes que até a atualidade são estudadas, consideradas e implementadas. Quero conhecer Crotona para poder sentir um pouco do ar respirado pelos pitagóricos.
ResponderExcluirPenso assim tbm
ExcluirEu também! É incrível como a força da mente transformadora através de um olhar diferente de mundo! Conte comigo para dividir essas idéias.
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