08 dezembro 2011

Montese tem uma praça chamada Brasil




Montese é uma pequena cidade na região da Emilia Romagna situada numa vasta área de colinas com muitos bosques e castanheiras.





Foi nesse cenário durante o rigoroso inverno entre 1944/1945, que em meio à neve e o frio de 10 graus negativos a FEB - Força Expedicionária Brasileira - foi encarregada de combater as tropas nazistas que ocupavam a região de Montese.




Monumento em Montese na Via Panorâmica
dedicado à Força Expedicionária Brasileira-FEB



Durante a mais sangrenta batalha da história, a 2ª Guerra Mundial, os soldados brasileiros participaram de vários confrontos em diversos locais da penÍnsula itálica. 




Em Montese o povo, liberto e agradecido, homenageou as tropas brasileiras batizando uma de suas praças com o nome de "Piazza Brasile".





O Museu histórico de Montese conta uma parte da história brasileira durante a Segunda Guerra Mundial. De todas as batalhas vividas pela FEB na Itália, nenhuma se compara aos sucessivos ataques para a conquista de Monte Castelo.





Resumidamente, conta-se que o ataque estava programado para 12 de dezembro de 1944 mas nesse dia, as chuvas nublaram os céus e impediu as incursões da Força Aérea. Além disso, a lama nas estradas impedia o avanço dos tanques presos nos atoleiros.




Durante dois meses a FEB esteve aguardando e finalmente em 21 fevereiro 1945, ao intensificar os ataques, a infantaria brasileira avançou com apoio dos aliados sobre o cume da montanha dominando Monte Castelo.





No caminho em direção a Bologna, em 05 março 1945 a Força Expedicionária Brasileira se envolveu em novos confrontos com os alemães nazistas e tomaram Castelnuovo.





Durante dois meses, dentro da operação batizada de "Ofensiva da Primavera", as tropas brasileiras partiram para a tomada de Montese. Em 12 abril 1945 a FEB avançou sobre Montese sob árduas condições e libertou a cidade do domínio nazista.




Nos Apeninos, na região de Fornovo, a FEB voltou a enfrentar os alemães. Sem apoio de aviões de combate ou dos tanques, castigados pelo violento frio e pela neve, em 28 de abril de 1945 as tropas brasileiras avançaram sobre a cidade.

Ao enviar um ultimato ao comando inimigo, finalmente os alemães nazistas se renderam. Depondo suas armas, 14.779 soldados alemães foram feitos prisioneiros pela Força Expedicionária Brasileira.





A Força Expedicionária Brasileira foi decisiva para por fim aos combates da 2ª Guerra Mundial, que teve seu desfecho final quando o Japão se rendeu em 14 agosto 1945 deixando o mundo aliviado. Quando os pracinhas retornaram ao Brasil carregavam consigo as marcas da guerra, mas traziam no peito o orgulho do dever cumprido.





Em Gaggio Montano, no Monte Castelo, os corajosos soldados brasileiros foram homenageados com um monumento que tem dois arcos sobrepostos.




O arco voltado para baixo simboliza os soldados que sobreviveram à luta; o arco voltado para cima representa os 1.000 soldados que tombaram e subiram ao céu. A Sombra dos arcos cruzados forma uma cruz no chão, onde tantos pereceram...









22 comentários:

  1. Parabens pelo otimo artigo e fotos...emocionante. Argemiro Morello.. Vitoria ES

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    1. Olá Argemiro. Obrigado por seu comentário e seu elogio. Esse post é uma homenagem aos pracinhas brasileiros, já que pouca gente sabe o que eles passaram durante a guerra. Verdadeiros heróis. Abraço, Lucia

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    2. Obrigada Lucia pela homenagem meu pai era ex-combatente da FB ele teria ficado muito feliz ,cabo Lourenço Miguel Valdívia .

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  2. Parabéns pela postagem. Tive curiosidade de ler mais sobre o assunto após receber um whats onde crianças das cidade de Montese fazem anualmente uma homenagem aos soldados brasileiros e cantam em português o hino do expedicionário. De emocionar...

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  3. Parabéns pelo blog, em minha cidade Itapetininga/SP temos dois pracinhas que participaram desta batalha, estão quase 100 anos, lúcidos e participam de todos os eventos, Argemiro Toledo e Vitório Nalesso.

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  4. Parabéns Lúcia. Assim como Demétrios eu decidi pesquisar sobre o assunto após o whats que está viralizando. Foi muito agradável encontrar seu blog com conteúdo tão rico. Sou uma apaixonada pela Itália. Virei sua fã! Bjs

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  5. 18/04/2017 Morre um dos últimos combatentes da 2ª Guerra Mundial que vivia no Norte de SC. João Apolinário Francener morava em Massaranduba e tinha 95 anos.

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  6. É a segunda vez que venho aqui. A primeira vez foi ano passado quando um colega de serviço me disse "Em uma cidade italiana cantam o hino da FEB uma vez ao ano" e hoje, para ler esta mesma publicação e é claro, para mais uma vez me emocionar ao saber que este país ainda tem jeito, estes escritos tão ricos trazeram alegrias ao meu coração nesta manhã tão fria de Segunda-feira.

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  7. Parabéns pelo artigo.Meu sogro Eurico Silva,de Campo Belo,foi um dos Brasileiros que participou da tomada de Montese libertando a cidade do domínio nazista.Ele também ajudou a construir o cemitério em Pistoia onde foram enterrados muitos brasileiros.É emocionante ver o reconhecimento do povo Italiano de Montese.👏👏👏

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  8. Parabéns pelo artigo.Meu sogro Eurico Silva,de Campo Belo,foi um dos Brasileiros que participou da tomada de Montese libertando a cidade do domínio nazista.Ele também ajudou a construir o cemitério em Pistoia onde foram enterrados muitos brasileiros.É emocionante ver o reconhecimento do povo Italiano de Montese.👏👏👏

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  9. Parabéns pelo artigo.Meu sogro Eurico Silva,de Campo Belo,foi um dos Brasileiros que participou da tomada de Montese libertando a cidade do domínio nazista.Ele também ajudou a construir o cemitério em Pistoia onde foram enterrados muitos brasileiros.É emocionante ver o reconhecimento do povo Italiano de Montese.👏👏👏

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  10. TAMBÉM FIQUEI COMOVIDA AO VER AS CRIANÇAS CANTANDO E SABER DO CARINHO E GRATIDAO QUE ESSE POVO TEM PELOS NOSSOS PRACINHAS.
    COISA QUE NO BRASIL A MAIORIA DA POPULAÇÃO NUNCA OUVIU FALAR E NEM O GOVERNO DA
    A ELES A IMPORTANCIA DEVIDA. SEM CONTAR O ABSURDO QUE FOI MANDAR ESSES COITADOS PARA UMA GUERRA, PASSANDO FOME E FRIO SEM ROUPAS ADEQUADAS. FORAM MESMO VERDADEIROS HEROIS.

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  11. JA FUI VARIAS VEZES PARA A ITALIA. VOU DE NOVO NO PROXIMO MES E SE POSSIVEL QUERO CONHECER A CIDADE.
    LÚCIA, PARABENS PELO POST.

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  12. Hoje resolvi pesquisar mais sobre a cidade de Montese.Gostaria muito de conhecer essa cidade e seu povo, saber mais sobre a Vitória brasileira na segunda guerra. Meu pai era soldado e esteve presente na batalha de Monte Castelo, enquanto esteve vivo,sempre falava de como foram recebidos após a tomada do Monte Castelo. Um dia gostaria muito de conhecer e agradecer pelo carinho e respeito com nossos familiares que lá estiveram.

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  13. Já estive diversas vezes na Itália, me emocionei em sabre que lá estavam nos pracinhas, lutando bravamente no final da segunda guerra vencendo a ofensiva nazista, quero voltar a Itália e conhecer essa cidade é seu povo.

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  14. Já estive diversas vezes na Itália, me emocionei em sabre que lá estavam nos pracinhas, lutando bravamente no final da segunda guerra vencendo a ofensiva nazista, quero voltar a Itália e conhecer essa cidade é seu povo.

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  15. Meu tio Francisco Freitas foi expedicionário com 18 anos. Vive em Fortaleza, acometido pelo mal de Alzheimer. Esquecendo o que passou. Fortaleza tem uma grande avenida em homenagem aos expedicionários que corta o bairro do Montese, também em homenagem à cidade italiana, onde muitos brasileiros perderam a vida.

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  16. "Nos eramos jovens absolutamente simples , mas realizamos tarefas absolutamente extraordinárias"
    um comentário de meu pai , o Tenente Vinício prata , de Belo Horizonte MG

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  17. Meu pai, Walter Coelho, participou das operações de guerra na Itália. Participou da tomada de Monte Castelo, mas a batalha mais sangrenta da II Guerra na Itália foi a de Montese na qual em um só dia, segundo historiadores, morreram duzentas mil pessoas.

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  18. Acrescento que os pracinhas brasileiros, também, participaram da batalha de Montese.

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Agradeço por sua visita e seus comentários

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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.