Porta Nolana
Antigamente Napoli era cercada por altas muralhas, por isso a entrada só podia ser feita através das 27 portas, das quais restam apenas 5. Uma delas é a Porta Nolana.
Situada próxima da Stazione centrale, essa porta foi construída no século 15. Ladeada por altos torrões, seu nome deve-se ao fato de estar voltada para a cidade de Nola.
Originalmente essa porta situava-se na área de "Forcella", tendo sido removida em 1484, quando as muralhas da cidade foram ampliadas.
Embora esteja numa área hoje bastante degradada e cercada por habitações civis que surgiram ao longo dos séculos, certamente é um importante testemunho da história de Nápoles.
Piazza Mercato
Chiesa di Santa Croce e Purgatorio al Mercato
O mercado da Porta Nolana é um dos melhores lugares nessa região para comprar peixes, lagostas, mariscos, etc. A proximidade com o porto obriga. Um pouco adiante encontra-se a Piazza del Mercato, que antigamente era chamada "Grande Buraco".
A Igreja Santa Croce e Purgatorio se destaca na praça. Danificada por um terremoto em 1980, atualmente encontra-se fechada. Originalmente essa igreja continha pinturas de Luca Giordano, que foram transferidas para o Museo Civico di Castel Nuovo.
Rodeada por várias lojinhas, em cada ponta da praça há um obelisco junto a uma antiga fonte, mas que ainda jorra água. Nos últimos tempos a praça vem passando por um processo de revitalização, o que irá trazer um novo cenário para seus importantes monumentos históricos.
Tommaso Aniello D'Amalfi,
mais conhecido como Masaniello
Na Piazza do Mercato aconteceu um dos eventos mais importantes da história napolitana. Um deles ocorreu em 1647, quando a população reagiu contra à alta carga fiscal realizada pelo governo vice-real espanhol, um ressurgimento popular liderado por Tommaso Aniello D'Amalfi, mais conhecido como Masaniello.
Masaniello morava em uma casa atrás da Piazza del Mercato, onde hoje há uma epígrafe em sua memória. Seu nome estará sempre está presente nos ares de Napoli e seu espírito vagueia pela cidade, principalmente na região da Piazza del mercato, onde ele foi um personagem de grande relevância.
Tendo crescido entre as barracas que vendiam todos os tipos de mercadorias e onde o imposto sobre o peixe era coletado, em seus vinte e poucos anos, por tentar vender seu peixe sem pagar impostos, Masaniello foi preso.
Voltando a Napoli ele imediatamente começou a lutar pelos direitos das pessoas ao seu redor e formou um grande grupo de revoltosos junto com os "Lazzari", que eram os pobres do reino de Napoli.
Voltando a Napoli ele imediatamente começou a lutar pelos direitos das pessoas ao seu redor e formou um grande grupo de revoltosos junto com os "Lazzari", que eram os pobres do reino de Napoli.
Frequentemente retratados como mendigos, os Lazzari subsistiam fazendo pequenas tarefas. Embora tivessem uma vida muito sofrida, tiveram um papel significativo na vida social e política da cidade.
Masaniello
Ao ser criado um novo imposto sobre os frutos e outros alimentos comuns dos pobres, Masaniello comandou uma multidão que saqueou arsenais, palácios e abriram as prisões.
Em 16 de julho de 1647, Masaniello foi à Igreja del Carmine, onde o arcebispo estava celebrando a missa para a Festa de Nossa Senhora do Carmelo. Blasfemando Masaniello denunciou seus concidadãos.
Novamente foi preso e levado para um mosteiro próximo, onde foi assassinado por um grupo de comerciantes de grãos. Sua cabeça foi cortada e levada para o vice-rei.
Novamente foi preso e levado para um mosteiro próximo, onde foi assassinado por um grupo de comerciantes de grãos. Sua cabeça foi cortada e levada para o vice-rei.
No dia seguinte a população arrependeu-se de sua fúria insana. O corpo de Masaniello foi desenterrado e feito um funeral esplêndido, no qual o próprio vice-rei foi representado.
Em 1799 o rei Ferdinando IV di Bourbon teve receio de que a Tomba di Masaniello pudesse servir de exemplo para os descontentes, por isso o rei mandou retirar a tomba de Masaniello da Basilica del Carmine e desaparecer com seus restos mortais.
Em 1799 o rei Ferdinando IV di Bourbon teve receio de que a Tomba di Masaniello pudesse servir de exemplo para os descontentes, por isso o rei mandou retirar a tomba de Masaniello da Basilica del Carmine e desaparecer com seus restos mortais.
Porém na basílica permaneceu uma inscrição sobre o lugar onde esteve sua sepultura. Ainda existe uma escultura do líder no mosteiro e uma pequena praça com seu nome.
Propensos a agir coletivamente, os "Lazzari ou Guagliuni ou Scugnizzi" provocavam muita anarquia em períodos de agitação ou revolução. No entanto, eles sempre se juntavam com as tropas de Napoli para defender a cidade.
"Lazzari ou Guagliuni ou Scugnizzi"
Propensos a agir coletivamente, os "Lazzari ou Guagliuni ou Scugnizzi" provocavam muita anarquia em períodos de agitação ou revolução. No entanto, eles sempre se juntavam com as tropas de Napoli para defender a cidade.
Embora não tivessem armas, eram bastante valentes. Durante a Segunda Guerra Mundial, eles se juntaram às tropas aliadas para expulsar os nazistas de suas terras. Nos famosos "Quatro dias de Napoli", eles foram grandes heróis.
Quando os Aliados entraram na cidade em 1º de outubro de 1943, encontraram uma cidade devastada, porém livre. Napoli foi a primeira cidade em toda a Europa a expulsar os soldados do Reich.
Quando os Aliados entraram na cidade em 1º de outubro de 1943, encontraram uma cidade devastada, porém livre. Napoli foi a primeira cidade em toda a Europa a expulsar os soldados do Reich.
E não era para menos, pois foi a cidade duramente atingida pelos bombardeios. Bairros inteiros foram arrasados, ocasionando a perda de algumas de suas mais ricas heranças artísticas.
A cada ano em 25 de abril Napoli celebra o fim da Segunda Guerra Mundial e o dia da libertação do regime fascista. Os Lazzari, Guagliuni ou Scugnizzi representam o caráter intrínseco e talvez o emblema do povo napolitano.
A cada ano em 25 de abril Napoli celebra o fim da Segunda Guerra Mundial e o dia da libertação do regime fascista. Os Lazzari, Guagliuni ou Scugnizzi representam o caráter intrínseco e talvez o emblema do povo napolitano.
Por trás da fachada da holografia, que sempre os mostrou sorrindo deitando-se ao sol para capturar o lado engraçado da vida, em suas histórias de miséria, dor e degradação eles inspiraram poetas e artistas, quando não raro foram os próprios protagonistas.
Piazza del Carmine
Basílica de Santa Maria del Carmine Maggiore
Originalmente a Piazza del Camine consistia em uma clareira situada ao lado das muralhas que delimitavam a cidade, até que o rei Angioini a tornou um grande centro comercial.
Também a tornou um local das execuções, incluindo o jovem Corradino Svevia, último herdeiro do trono do reino de Nápoles, que foi condenado à morte em 1268 por Carlo I de Anjou.
Destaca-se na praça a Basílica de Santa Maria del Carmine Maggiore, que possui um alto campanário de 75 metros e que pode ser visto de diversos pontos do bairro.
A cúpula decorada com maiolica é uma das mais belas de Napoli. Algumas partes da igreja foram destruídas durante a Segunda Guerra Mundial, havendo ainda sinais dos estragos.
Dizem que a Basílica de Santa Maria del Carmine foi fundada pelas carmelita vindas da Terra Santa no século 9, porém a ampliação foi feita pela senhora Elisabeth da Baviera, mãe de Corradino que foi executado em 1268, estando seus restos mortais nessa igreja.
Na época medieval, uma rua que ficou muito famosa foi o Vico dei Sique, um corredor que devia ser atravessado por aqueles condenados à morte, antes de chegar à praça onde as execuções eram realizadas.
Madonna Brunna
Nessa igreja estão duas relíquias. Uma delas é a pintura da "Madonna Brunna", que dizem ter sido trazida da Terra Santa para Napoli pelas antigas freiras carmelitas. Outra é um crucifixo, onde existe Jesus pregado na cruz, porém sem a coroa de espinhos.
Crocifisso Svelato
Chamado de "Crocifisso Svelato", conta a lenda que a coroa caiu quando a cabeça de Cristo se moveu no momento em que a igreja foi atingida por uma bala de canhão em 1439, durante o cerco dos Aragoneses. Isso foi interpretado como um sinal, por isso a coroa jamais foi recolocada.
Festa del Carmine
Um dos festivais mais antigos e populares de Napoli é a encenação dos motins de Masaniello e a fracassada revolta do lázaro. Realizado a cada ano em 15 de julho, véspera do feriado dedicado a Nossa Senhora do Carmelo, afetuosamente chamada pelos napolitanos de "Mamma d’o Carmene" ou "Mamma Schiavona".
Nesse dia a basílica é iluminada e decorada com cortinas coloridas, quando é realizado o chamado "simulacro de fogo da torre do sino". Graças ao trabalho piroténico especialmente preparado, o antigo rito é esperado pelos napolitanos, sempre acompanhado pelo som dos tradicionais instrumentos napolitanos.
O fogo parece evocar um costume já conhecido na época de Masaniello, quando a poucos passos da igreja, os fiéis costumavam incendiar um castelo de madeira erguido na praça, em memória das antigas batalhas travadas contra os mouros. Tudo isso em memória das intervenções prodigiosas da Virgem para proteger a cidade dos repetidos ataques dos sarracenos.
Posteriormente o incêndio foi transferido para o topo da torre do sino. É chamado "Fra Nuvolo" em homenagem ao arquiteto Giuseppe Nuvolo, que desenhou e construiu o topo da torre.
E assim, todos os anos, em memória daqueles tempos sombrios, na noite anterior ao aniversário de Nossa Senhora de Carmine, a fachada da basílica se ilumina em mil cores.
Igreja Sant Eligio Maggiore
Situada bem próximo à Piazza Mercato, a Igreja Sant'Eligio Maggiore foi construída durante o reinado de Carlos de Anjou, pela mesma congregação que construiu o hospital Sant'Eligio em 1270. A passagem arqueada, que serve de passagem para a praça está incorporada à estrutura do antigo hospital.
Essa é a igreja gótica mais antiga de Napoli, tendo sido erguida em homenagem a Sant'Eligio - protetor dos ourives, numismáticos e veterinários, e aos santos Dionísio e Martinho. A restauração do século passado devolveu à igreja as características da planta gótica original, que foram muito alteradas ao longo dos séculos.
Durante a restauração dos danos provocados pela Segunda Guerra Mundial, foram descobertos muitos vestígios da estrutura original. Assim como outros monumentos napolitanos, essa igreja possui uma lenda fascinante.
Olhando atentamente para a parte inferior do relógio, pode-se ver duas pequenas cabeças esculpidas: de uma mulher dócil e um de homem com barba, que representam Irene Malarbi e o Duque Antonello Caracciolo, protagonistas da lenda.
Conta-se que o nobre Caracciolo, se apaixonou pela uma moça muito jovem. Ao ser proibido pelo pai da moça de se aproximar dela, o nobre mandou prendê-lo, exigindo para sua libertação o casamento com a moça. Ao ser denunciado, a família pediu justiça e o duque foi decapitado na praça.
Torri del Carmine
As duas torres que se erguem na avenida Marina junto à orla, chamadas de Torres La Brava e Trono ou Torres Spinella, são vestígios da antiga muralha aragonese que existia no século 15, assim como os vestígios do Castello del Carmine que foi demolido. Assim como outros monumentos dessa área, essas torres estão incluídas no projeto de recuperação.
Chiesa San Giovanni a Mare
Externamente a Igreja de San Giovanni Mare não parece um local religioso. Embora esteja ligada a outras construções, seu interior ainda preserva muito da sua estrutura original.
Fundada em meados do século 12 ao lado da estrutura hospitalar da ordem dos Templários ou cavaleiros de Jerusalém, que acolhia aqueles que retornavam da Terra Santa, a estrutura é um testemunho importante do período normando em Napoli.
Cavaleiros da Ordem de Jerusalém
Infelizmente, as relações tensas com o papado dos normandos levaram à eliminação de muitos edifícios do século 12. San Giovanni a Mare é o último testemunho desse período.
Segundo registros, todos os anos na noite de San Giovanni em 23 de junho, era realizado um batismo coletivo nas águas do mar. Por ser considerada uma prática pagã, ela foi suprimida por ordem real. Em seu piso estão vários túmulos dos cavaleiros da Ordem de Jerusalém.
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