05 dezembro 2019

Napoli 26 Miglio D'Oro e Ville Vesuviane





Desde a época romana, a beleza do Golfo de Nápoles fazia com que as pessoas se apaixonassem por sua linda paisagem. Principalmente atraiu os olhares de ricos e nobres, que logo começaram a construir suas vastas casas de campo ao longo da costa. Na época, ter uma mansão luxuosa com vista para o mar era sinônimo de poder e sucesso social.





Reggia di Portici

Especialmente no período da realeza Bourbon, toda a corte napolitana competia para construir as maiores e mais luxuosas vilas. Muitas desapareceram no decorrer dos tempos, mas algumas ainda podem ser encontradas em Vomero, Chiaia, Posillipo, mas principalmente na região chamada Miglio D'Oro. 





Miglio D'Oro é um eixo que liga Napoli à região do Vesúvio, cujo nome teve origem numa milha de comprimento, que no século 18 era a distância entre Ercolano e Torre del Greco. Nessa época o rei Carlo III de Bourbon assumiu o reino de Napoli e logo decidiu organizar e comandar as escavações arqueológicas em Ercolano. 






Durante as suas numerosas visitas até essa área, o rei se apaixonou pelas paisagens e encomendou a construção da Reggia de Portici, um grande palácio que ainda pode ser admirado. Sua construção foi iniciada em 1738 junto a um majestoso jardim. Decorada com grande esmero, atualmente é a sede da Faculdade Agrária.





Villa Vannucchi

A construção da Reggia de Portici acabou dando impulso à construção de muitas vilas, destinadas à residência de famílias nobres que desejavam viver ao lado do rei. Assim surgiram aproximadamente 200 vilas barrocas e neoclássicas nessa área, muitas das quais ainda existem, como a Villa Vannucchi.





Villa Aprile

Chamadas de "Ville Vesuviane", algumas foram restauradas e hoje são utilizadas como espaços culturais, sociais ou destinadas a serviços públicos, como a Villa Bisignano, Villa Borrelli, Villa aprile, Villa Durante, Villa Granito di Belmonte, Villa Signorini e Villa Vannucchi. 





Villa Campolieto

Algumas vilas, como a Villa Campolieto, foi projetada pelo famoso arquiteto Luigi Vanvitelli. A monumental escadaria, que leva ao andar superior, é seu destaque. A varanda que se abre para o mar é exuberante.





Villa delle Ginestre

Outra é a Villa delle Ginestre, que embora tenha menor valor arquitetônico, tem valor histórico por ter sido a residência de Giacomo Leopardi nos últimos anos de sua vida. 

Nessa casa Leopardi compôs "La Ginestra", do qual tem origem o nome da vila. A varanda do piso térreo com as colunas de estilo dórico é seu destaque. No andar superior há também terraço, que permite uma bela vista dos jardins.





Villa Signorini

Ao longo do Corso San Giovanni, Corso Sirena em barra e Via Enrico Pessina estão muitas dessas vilas. Algumas foram incorporadas a construções populares, como a Villa Pignatelli de Monteleone. 

Porém. a maioria das vilas ainda restantes encontram-se em ruínas. Mesmo assim, aquelas que ainda estão de pé permitem ter uma ideia de sua grandiosidade. 

Muitas dessas luxuosas residências possuem imensos jardins, porém esquecidos, como a Villa Letizia, a Villa Salvetti, Villa Spinelli di Scalea, Villa Sinicorpi, Villa Bonocore, e Villa Bruno. Uma das moradias marcadas por colapsos é a Villa Lauro Lancillotti, tendo algumas partes cobertas para proteger os afrescos. 





Museo ferroviario di Pietrarsa

Também no caminho que leva ao Vesúvio encontra-se o Museo ferroviario di Pietrarsa, que permite fazer uma viagem através do tempo entre as locomotivas e trens. 

Localizado entre Nápoles e Portici, o complexo do museu está situado em um dos locais mais importantes da arqueologia industrial italiana, as antigas oficinas Bourbon de 1840.






O museu abrange uma área de 36.000 metros quadrados, sendo a metade coberta e dividida em pavilhões que contam mais de um século de história ferroviária. Nos cinco pavilhões, que originalmente abrigavam as caldeiras, estão as locomotivas a vapor, locomotivas elétricas, littorine velho e várias carruagens. 






Entre as peças mais valiosas estão a 625 apelidada de Miss por suas formas graciosas, o Centoporte e a carruagem do Motor Show do trem real. Também está o vagão construído pela Fiat em 1929, para o casamento de Umberto II de Sabóia com Maria José da Bélgica.






Crianças e adultos se divertem no pavilhão de miniaturas, onde há vários tipos de trens. Outra diversão são as estações em miniatura, onde circulam os pequenos trens. Numa área de 40 metros quadrados estão as miniaturas das estações de Firenze e de Bologna Centrale.  






Dentro do Museu há uma grande biblioteca especializada e inúmeros ambientes multifuncionais para eventos, reuniões, exposições. Um dos pavilhões exibe filmes, nos quais os trens foram seus protagonistas. Há também um pavilhão é dedicado às ferramentas e equipamentos que têm sido utilizados ao longo dos anos. 






Acessado a partir da passagem subterrânea da estação ferroviária local de Pietrarsa-San Giorgio em Cremano, na entrada do museu a estátua do rei Ferdinando recebe os visitantes. Feita em ferro fundido, essa é uma das maiores obras já feita com esse material na Itália.














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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.