19 outubro 2019

Napoli 10 Piazza Cavour




Piazza Cavour

Assim como sua história, há algumas regiões de Napoli que são bem agitadas. Esse é o caso da Piazza Cavour, onde há um transito intenso de carros e pedestres. Em torno da praça há diversos comércios onde se encontra de tudo um pouco: roupas, papelarias, cafés, restaurantes, lanchonetes etc.





Fontana del Tritone

Conhecida popularmente como Fontana delle Paparelle, essa fonte marca o centro da Piazza Cavour. Destaca-se na praça o Palazzo Montemajor, que tem sua monumental entrada de frente para a praça. Pertencente à família Montemajor, da qual herdou o nome, acima do portal há uma bela escultura e a data da construção do palácio: 1894.





Porta San Gennaro

A praça emoldura a Porta San Gennaro. Chamada no passado de Largo delle Pigne, essa é a porta mais antiga da cidade. Houve um tempo em que, para entrar na cidade era preciso passar por uma das portas monumentais existentes nas muralhas que cercavam a Napoli antiga.

Erguida no ano 928, essa saída levava até as catacumbas de San Gennaro, onde os restos mortais do mártir descansam. Por isso a porta recebeu o nome do santo, que foi muito invocado pelos fieis para pedir o fim da peste que atacou a cidade em 1656.





Igreja del Gesù delle Monache

Junto à Porta San Gennaro é visível a fachada da valiosa Igreja Gesù delle Monache, que se tornou uma espécie de Panteão da família real aragonesa. Talvez seja por isso que essa igreja tenha tantos ornamentos. 

Em seu interior há belas obras artísticas de inúmeros pintores, como Luca Giordano. A mando da rainha Giovanna II de Anjou essa igreja foi fundada em 1500 no lugar onde havia uma humilde casa de freiras franciscanas.





Igreja Sant'Antonio Abate

Dizem que a rainha Giovanna II também mandou construir a antiga Igreja de Sant'Antonio Abate, que foi erguida no local onde havia uma antiga igreja e um hospital que atendia as pessoas atingidas pela doença chamada "fogo sagrado". 

Rainha de Nápoles no período de 1414 até sua morte em 1435, a rainha sempre esteve envolvida em intrigas, escândalos, casos amorosos e lutas de poder. Chamada de Giovanna - a louca, embora tivesse uma vida muito tumultuada, ela foi muito generosa com as igrejas.





Igreja Santa Maria del Rosario alle Pigne

De frente para a praça também encontra-se a Igreja de Santa Maria delle Grazie e a Igreja Santa Maria del Rosario alle Pigne, cujo nome desperta curiosidade. Quando foram construir a igreja em 1638, nesse local havia uma floresta de pinheiros. 

Muitas árvores foram derrubadas, por isso passou a ser chamada alle Pigne. Apesar da fachada modesta, sobressai a escultura da virgem com a criança. Aliás, essa é uma região onde encontram-se muitas igrejas, conventos e mosteiros, sendo difícil enumerar todos.





Palazzo del Cavaliere

Nas proximidades da Piazza Cavour existem maravilhosos palácios, mas também alguns palácios interessantes. Um deles é o antigo Palazzo del Cavaliere. Construído no século 16 por militares espanhois a serviço do vice-rei, no pátio do palácio existe a escultura de um cavaleiro espanhol pertencente à ordem de San Tiago junto a seu cão. 

Dizem ser talvez o fundador da filial napolitana. A Ordem Militar de San Tiago foi instituída por Afonso VIII de Castela e aprovada em 1175, tendo por objetivo lutar contra os invasores muçulmanos, bem como proteger os peregrinos do Caminho de Santiago de Compostela.





Palazzo San Felice

Outra construção interessante é Palazzo San Felice. Erguido em 1724 pelo arquiteto Ferdinando San Felice para ser a sua residência, tendo no portal de entrada a escultura de duas sereias.






O portal dá acesso a um pátio que leva à escadaria de rampa dupla. Os afrescos interiores foram se perdendo através do tempo, mas as escadarias ainda encantam com sua cenografia complexa.





Palazzo Spagnolo

Igualmente interessante é o Palazzo dello Spagnuolo, onde funciona um hotel. Erguido em 1738 a pedido do Marchese di Poppano, o arquiteto Ferdinando San Felice construiu esse palácio nos mesmos moldes de sua residência.






A entrada do palácio se abre para um pátio octogonal, que leva até a escada de rampa dupla que o tornou famoso. Na verdade o arquiteto unificou dois palácios já xistentes. No século 19 o palácio foi vendido para Tommaso Atienza, que era apelidado de Lo spagnuolo. Daí surgiu o nome do palácio.





Antonio de Curtis / Totó

Uma parte do Palazzo Spagnolo é particular e outra de propriedade pública, onde encontra-se o Museo Totò. Muito amado em Napoli, não há um napolitano que não tenha veneração por Totò. Nome artístico de Antonio de Curtis que nasceu em Nápoles em 1898 e faleceu em 1967, ainda é possível visitar a casa no Rione Sanità onde ele nasceu.





Teatro Totó

Ator, poeta e músico italiano, Totó deixou um amplo legado artístico para Napoli. Em sua obra-prima da literatura napolitana "A Livella", a morte é o tema básico usado pelo autor, que torna a morte uma fonte de humor, porque iguala todas as pessoas.

A memória de Totò está presente no Teatro de Comédia Totó, onde são feitas diversas apresentações que relembram o humor de Totó. Localizado no mesmo bairro, o teatro surgiu através da restauração de um antigo cinema, tendo hoje capacidade para 600 lugares. 





Via Foria

A principal avenida dessa região é a Via Foria, que liga a Piazza Cavour à Piazza Carlo III. Percorrer essa avenida significa descobrir algumas peculiaridades e algumas histórias.

Em 1812 ocorreu uma reestruturação do eixo rodoviário, época em que havia na praça ao ar livre muitas barracas, feiras e exposições. Ainda hoje nas ruas e vielas próximas ainda encontram-se muitas feiras e bancas de verduras.





Caserma Garibaldi

Ao longo da Via Floria estão muitas construções que chamam atenção, sendo uma delas a Caserma Garibaldi. Construída em meados do século 19 para ser um quartel militar, suas torres parecem de um castelo. Hoje se tornou um prédio da administração pública.





Palazzo dello Schiantarelli 

Destaca-se na Via Foria o Palazzo dello Schiantarelli, que se distingue dos demais devido aos nichos,  dentro dos quais há bustos de estuque.

Construído no século 18, o palácio leva o nome do arquiteto Pompeo Schiantarelli, não havendo indicação que ele tenha morado ali. Porém sabe-se que ele teria trabalhado na construção do prédio do Museu Arqueológico.





Palazzo Fuga / Albergo dei Poveri

Porém nada chama mais atenção do que o Palazzo Fuga, cujo nome é uma homenagem ao arquiteto Ferdinando Fuga. Mais conhecido como Albergo dei Poveri, esse é um dos maiores palácios do século 18 na Europa. 

Encomendado pelo rei Carlo III de Bourbon para abrigar os pobres do Reino de Napoli, após a grande peste que assolou a cidade, a fachada tem mais de 350 metros de comprimento. 

Com 430 quartos espalhados por 4 níveis e 100.000 metros quadrados de área útil, o objetivo do soberano não era apenas receber a população carente, mas também oferecer uma reinserção social. 

Suas instalações foram divididas em categorias, para atender separadamente mulheres, homens, meninas e meninos. Além da alimentação e hospedagem, as pessoas tinham a oportunidade de aprender um ofício ou profissão.






Na época o projeto previa a construção de cinco pátios internos e uma igreja no meio. Em 1819 a construção foi paralisada, quando ainda faltava pouco para completar a metade da obra. 

A igreja e a fachada principal permaneceu inacabada, porém a estrutura foi usada como centro de reeducação de menores e escola de música, entre outras utilizações. 

Após um longo período de abandono, várias intervenções foram feitas para restaurar o palácio e destiná-lo a projeto culturais e educacionais. Apesar de sua incompletude, o palácio continua sendo um importante monumento da cidade. Desde 1995 o Albergo dei Poveri é considerado pela UNESCO como patrimônio mundial.





Orto botânico

Ao lado do Palazzo Fuga encontra-se o Orto Botânico, uma imensa área verde que foi criada em 1807 durante o reinado de Giuseppe Bonaparte. Chamado de Jardim Botânico Real, é considerado um dos lugares mais incríveis da cidade graças ao seu primeiro administrador Michele Tenore, que tinha paixão pela botânica e organizou o jardim de uma forma completamente científica.






Michele Tenore se dedicou às plantas durante 50 anos, tendo coletado todas as plantas do mundo, o que resultou numa coleção de 9000 espécies. Para visitar o parque, basta tocar a campainha. A entrada é gratuita.






Além de um laboratório de pesquisas, há também um Museu de Paleobotânica e Etnobotânica, cujas coleções ocupam boa parte do segundo andar. Em diversas salas são encontradas amostras provenientes de todo mundo. A Amazônia brasileira é representada por artefatos indígenas.













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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.